DÚVIDAS

A dupla grafia. Termos aconselháveis em Portugal
Diz-se no texto do Acordo Ortográfico – Base IV: 1. O c [...] e o p [...] ora se conservam, ora se eliminam. Assim [...] c) Conservam-se ou eliminam-se facultativamente [...]: aspecto e aspeto, [...] dicção e dição, [...] sector e setor, ceptro e cetro [...]. No entanto, no Vocabulário de Mudança – lista da MorDebe das palavras cuja grafia muda com o Acordo de 1990, diz-se: Ortografia Nova – Notas aspecto, aspeto – aspecto não é aconselhável em Portugal [...) dicção, dição – na prática, a situação anterior não muda [...] sector, setor cetro. Pergunto: 1. Aspecto não é aconselhável em Portugal, ou é errado? 2. As palavras dicção e sector têm as mesmas variações da palavra aspecto e, no entanto, de aspecto diz-se que não é aconselhável em Portugal, de dicção diz-se que a situação não muda e de sector não há nenhuma nota. Qual a diferença? Penso não se perceber a coerência nestas notas... 3. Em relação a ceptro, aparece uma única forma na ortografia nova, enquanto o texto do Acordo, conforme acima, aceita as duas formas facultativamente.
O hífen em compostos
depois do Acordo Ortográfico
Diz o Vocabulário Ortográfico do Português – Critérios de aplicação das normas ortográficas ao Vocabulário Ortográfico do Português: «Mantém-se o hífen nas seguintes situações…: quando o prefixo ou radical termina com a mesma letra (vogal ou consoante) com que se inicia a palavra a que se junta…» Diz o Acordo Ortográfico, Base XVI – 1: «só se emprega o hífen nos seguintes casos: (…) b) Nas formações em que o prefixo ou pseudoprefixo termina na mesma vogal com que se inicia o segundo elemento…» Assim, a regra aplica-se quando são iguais (terminação do prefixo e início da 2.ª palavra) as vogais, ou as letras (vogal ou consoante)?
O uso de macaronésio (Macaronésia)
Tenho encontrado a palavra macaronésio como adjetivo relativo à Macaronésia, região marítimo-insular do Atlântico Norte, dotada de características próprias, que engloba os arquipélagos dos Açores, da Madeira, das Canárias e de Cabo Verde. Pois bem, gostaria de saber se o adjetivo em apreço apenas qualifica estas ilhas do ponto de vista geográfico, da fauna, da flora, do clima, ou se qualifica também os seus habitantes, de modo que pudéssemos dizer: «populações macaronésias» ou «povos macaronésios». Ficaria também contente se me dissésseis se macaronésio é também um substantivo, de maneira que se pudesse dizer «o macaronésio», ao fazermos menção de um homem nascido em um desses arquipélagos. Gratíssimo eternamente.
Paródia vs. sátira
Tenho ouvido bastantes vezes o termo paródia empregado, e sempre me soou ao inglês parody. De todas essas vezes me pareceu que seria mais adequado usar o termo sátira do que o referido. Por exemplo, «O Último a Sair é uma sátira dos reality shows habituais», em vez de «O Último a Sair é uma paródia aos reality shows habituais». Agradecia que me explicasse qual é a a forma mais adequada e, já agora, qual é a preposição que cada um destes verbos pede.
Estância vs. instância
Numa reportagem do telejornal de 9/7 sobre São Martinho do Porto, é referido que se trata de uma «"instância" balnear». Quando ouvi a palavra instância, julguei ter percebido mal e que se trataria de estância como sempre ouvi, mas entretanto apareceu escrito «a vila é instância balnear desde fins do século XIX». Está correto o uso da expressão «instância balnear»? Os meus agradecimentos pelo esclarecimento.
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