Nos dicionários gerais que consultei, o substantivo masculino atrelado é um veículo sem motor puxado por outro, motorizado:
Dicionário Priberam: «Plataforma para carga que se atrela ao camião ou ao tractor»; «Caravana que se atrela ao automóvel.»
Dicionário da Língua Portuguesa, da Porto Editora (versão em linha): «veículo sem motor rebocado por outro.»
O Dicionário Houaiss (edição brasileira de 2001) assinala este uso de atrelado como um lusismo: «Regionalismo: Portugal. que ou o que não tem tração própria e é acionado por outro (diz-se de veículo); reboque, trailer.»
Para o termo hiperónimo de palavras coche ou caleche, poderá usar-se carruagem, definida no Houaiss como «veículo de quatro rodas sobre molas, de tração animal, para transporte de passageiros». Trata-se de vocábulo também registado no dicionário da Academia das Ciências de Lisboa e no Grande Dicionário da Língua Portuguesa, de José Pedro Machado.
Note-se, contudo, que, tendo em conta os dicionários consultados, não há termo de uso corrente que abranja os veículos não motorizados sem molas, como uma simples carroça. Quanto ao uso de veículo e carro, o seu valor é demasiado genérico, porque os respectivos referentes podem compreender todos os tipos de veículos, motorizados ou não. A menos que, para colmatar tal falta neste subsistema lexical, se pudesse considerar, a título de sugestão que não verifico estabelecida na língua quotidiana, que carro é o hiperónimo de todas estas palavras, desde que usado em sentido etimológico: «lat. carrus, i masc. e, no lat. tar., carrum, i neutro (< gaul.) "carro, carroça, carreta de quatro rodas"» (Dicionário Houaiss) — mas parece-me uma solução demasiado rebuscada e muito pouco fundada na língua actual.