Consultório - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
 
Início Respostas Consultório Área linguística: Estudos Literários
Sofia Ferreira Estudante Abrantes, Portugal 414

No verso «e quase que sobre ele ando dobrado» do poema «Julga-me toda a gente por perdido», de Camões, que recurso expressivo é utilizado?

Obrigada.

Leonor Martins Professora Lisboa, Portugal, Portugal 299

Qual o recurso expressivo presente no excerto que transcrevo abaixo (a partir de «Começou por pintar...»)? Personificação ou enumeração?

«É que Dandy1 já não era o cachorro sem juízo. Amadurecido pela vida dura que levara na quinta do lavrador, tornou-se um companheiro de se lhe tirar o chapéu. Começou por pintar as cadeiras que tinha roído. Depois tomou a seu cargo vários trabalhos domésticos: lavava a louça, remendava lençóis e toalhas; fazia compras no minimercado. Para além de tudo isso deu-se ao luxo de estudar a História do Império Romano.» (Ilse Losa, O Rei Rique e outras histórias. Porto Editora, 2006, p. 21).

Obrigada.

 

1. A personagem Dandy é um cão.

Manuela Araújo Guimarães, Portugal 385

No poema "Seus Olhos", de Almeida Garrett, nos versos 4 e 5, «Não tinham luz de brilhar,/ Era chama de queimar», podemos aceitar a presença de três recursos expressivos, a metáfora, a hipérbole e a antítese?

Passo a explicar o meu ponto de vista.

– Metáfora e hipérbole (o poeta pretende realçar o poder que os olhos da mulher têm sobre ele e os sentimentos intensos que ela provoca, ao ponto de o fazer sofrer).

– Antítese (mostra que o amor que o sujeito poético sente é paradoxal, isto é, intenso, mas, ao mesmo tempo, destruidor).

Agradeço, desde já, a atenção e um possível esclarecimento.

Luísa Pinto Estudante Paredes, Portugal 420

Gostaria de saber que recursos expressivos estão presentes nas seguintes frases, retiradas da obra Vanessa vai à luta de Luísa Costa Gomes (texto dramático):

1) «Oh, pobre de ti... nem um par de jeans... nem uma camisolinha de caxemira... nem um par de sabrinas douradas...»

2) «Que fixe! [...] Obrigada Pai! Obrigada Mãe! Obrigada Rodrigo! Que bom dia de anos! Que grande festa!»

Eu penso que tanto na 1.ª como na 2.ª existe uma anáfora. Na 1.ª, a anáfora é relativa à repetição do vocábulo nem, e na 2.ª a anáfora deve-se à repetição do que.

No entanto, parece-me que na frase 1 podemos assumir que existe igualmente uma enumeração, neste caso, de peças de roupa que a personagem não tem para vestir. No caso da frase 2, não sei se existe mais algum recurso para além daquele que já referi previamente.

Por fim, gostaria de esclarecer uma dúvida: existe algum recurso expressivo denominado repetição e, se sim, como se distingue da anáfora?

Obrigada pela vossa atenção!

Fico a aguardar uma resposta!

Obrigada.

Ana Santos Estudante Porto, Portugal 503

Na frase "Vão direito a casa e daí a pouco toda a aldeia dorme.", extraída do conto "Sempre é uma companhia", de Manuel da Fonseca, o recurso expressivo presente é uma metonímia.

Porquê?

Na minha opinião seria uma personificação.

Como identificar, então, corretamente uma metonímia?

Obrigada pela atenção.

Maria Duarte Explicadora Lisboa, Portugal 537

Mais uma vez recorro ao vosso muito útil apoio.

Creio que o sentido destes versos, que Camões põe na voz do Adamastor, será o de que o emissor ["Eu"] não conseguiu resistir à ilusão, foi ludibriado por Tétis e Dóris. Será? Contudo, à letra parece ser exatamente o contrário. Como explicar esta negação?

Obrigada, desde já!

Mónica Isabel Domingues Gonçalves Estudante Tavira, Portugal 1K

Na obra Amor de Perdição, há uma incoerência de datas: no cap. I, assume-se que o nascimento de Simão é em 1784, é preso em 1804/1805 com 18 anos, o que não bate certo...

A que se deve esta incoerência?

Maria Cândida Paiva Professora Matosinhos, Portugal 505

Na frase «[…] uns feixes de mato a ziguezaguearem e a andarem e a pararem […]», podemos considerar a existência de uma enumeração para além da personificação nela existente?

António Lopes Reformado Mangualde, Portugal 541

Gostaria de saber se é possível aplicar a estrutura do conto tradicional ao conto "A Aia", de Eça de Queirós.

Assim, qual será o momento da resolução: a morte do tio bastardo ou o suicídio da aia, coincidindo, neste último caso, os momentos da resolução e da situação final?

Muito obrigado!

Luís Pereira Professor Coimbra, Portugal 592

 Há uma discordância entre a minha classificação e de outra professora, em que ela aceita que a seguinte frase, de uma crónica de Maria Judite de Carvalho, contém uma enumeração:

«Tudo aquilo é bonito, bem arranjado, atraente, higiénico, impessoal.»

Na minha perspetiva, trata-se de uma adjetivação (qualificativa) sucessiva.

Existe fronteira de classes gramaticais na enumeração? Toda a lista de classes pode ser abrangida na enumeração, como os adjetivos?!

Podem elucidar-nos?!

Obrigado pelo vosso sempre excelente trabalho.