Consultório - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
 
Início Respostas Consultório Área linguística: Estudos Literários
Geobson Freitas Silveira agente público Bela Cruz, Brasil 341

Por gentileza, seria correto dizer que o valor semântico estabelecido pela preposição a no verso abaixo de Santa Rita Durão é de concessão, sendo parafraseável por «apesar de»?

«Os perigos, os casos singulares,/ Que por mais de mil léguas toleramos,/ Não contara, depois que no mar erro,/ A ter o peito de aço, e a voz de ferro.» (Caramuru, canto VI, estrofe XXVI)

Maria Santos Professora Santarém , Portugal 611

No verso «só se ouvia uivar o vento», para além da aliteração, poderemos considerar que ocorre uma personificação? Ou outro recurso? 

Maria da Conceição Aguiar Professora Fundão, Portugal 987

Sou professora de português do 2.º ciclo e precisava da vossa ajuda na seguinte situação: no passado ano letivo (5.º ano) começou a aparecer nos manuais escolares a interjeição como classe de palavras e como recurso expressivo.

Parece-me estranho porque no mesmo livro acabamos por ter um termo – interjeição – associado a dois conteúdos diferentes. Esta situação causa alguma confusão na cabeça dos alunos. Gostaria de saber se, do ponto de vista científico, é correto existir esta situação.

Muito obrigada.

Sara Calisto Docente Lisboa, Portugal 684

Atentando ao poema "Fernão de Magalhães", in Mensagem, de Fernando Pessoa

De quem é a dança que a noite aterra?

São os Titãs, os filhos da Terra,

Que dançam da morte do marinheiro

Que quis cingir o materno vulto

– Cingi-lo, dos homens, o primeiro –,

Na praia ao longe por fim sepulto.

Que metáfora(s) encontramos nesta estrofe?

Grata.

Raquel Matos Professora Braga, Portugal 791

Na segunda quadra do soneto "Presença bela, angélica figura", de Luís de Camões, há referência à cor dos olhos da mulher retratada.

Gostaria de confirmar se os olhos da amada são negros, como creio, ou verdes.

Na leitura que faço, os seus olhos são negros e de tal modo belos que causam inveja àquelas que têm olhos verdes. É correta esta leitura?

Muito obrigada.

António Lopes Professor Mangualde, Portugal 1K

Há vários manuais do 10.º ano que, naturalmente, contêm poemas em redondilha de Camões. Todavia, existem diversos vilancetes que, nos referidos manuais, contêm a designação cantiga a encimá-los. Gostaria de saber a razão por que tal sucede: classificam-se como vilancetes, mas os manuais intitulam-nos "cantigas".

Muito obrigado!

Manuela Araújo Professora Guimarães, Portugal 495

Gostaria de saber se na frase «Só que agora quase não conversavam, era como se uma invisível cortina os separasse», retirada da obra O Gato Malhado e a Andorinha Sinhá, também podemos aceitar que existe uma metáfora?

Efetivamente, há uma comparação e penso que será só este recurso. Do meu ponto de vista, a expressão «era como» estabelece a comparação, que dá ênfase ao silêncio e ao afastamento que havia entre os dois seres («invisível cortina»).

Muito obrigada pela atenção.

Amanda Marques Tradutora São Paulo, Brasil 710

Gostaria de saber, por favor, se há interjeições em português arcaico com o sentido de assentimento, aprovação?

Agradeço pela atenção.

Rui Vicente Professor Lisboa, Portugal 572

Nos versos «Passai-me, por vossa fé, / meu amor, minhas boninas, / olho de perlinhas finas!», da obra Auto da Barca do Inferno, de Gil Vicente, para além de metáforas e apóstrofes, podemos dizer, também, que estão presentes enumerações?

Muito grato!

Ana Lemos Professora Cartaxo , Portugal 781

O poema de Ricardo Reis "Sábio é o que se contenta com o espectáculo do mundo" tem no verso «Que a abominável onda» uma clara metáfora da morte.

Contudo, alguns alunos consideraram a hipótese de adjetivação expressiva que me parece aceitável.

Gostaria que me indicassem que outros recursos poderão estar aqui expressos.

Obrigada.