Com efeito, no soneto "Presença bela, angélica figura", de Luís de Camões, os olhos da amada são negros.
Nesta composição, Camões não segue o modelo petrarquista de mulher de olhos azuis. Tal como acontece em diversas outras composições, Camões explora outras formas de beleza, que, neste caso, correspondem à cor negra dos olhos (tal como se observa nas endechas a Bárbara escrava), o que fica patente na segunda estrofe:
«olhos, onde tem feito tal mistura
em cristal branco o preto marchetado,
que vemos já no verde delicado
não esperança, mas enveja escura;»
Noutros casos, o elogio é feito aos olhos verdes, tal como acontece no vilancete "Menina dos olhos verdes").
Disponha sempre!