Consultório - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
 
Início Respostas Consultório Área linguística: Sintaxe
Ricardo Ferreira Engenheiro Porto, Portugal 253

Tanto quanto pude averiguar, os dicionários de verbos da língua portuguesa, como, por exemplo, o da Infopédia (Porto Editora), registam impactado como a única forma possível do particípio passado do verbo impactar.

É, pois, com alguma perplexidade, que me deparo recorrentemente com formulações como «o dardo tinha impacto o alvo».

Neste exemplo, parece-me que o adjectivo impacto está a ser utilizado em vez do particípio passado impactado, cujo emprego seria mais correcto.

Estará a escapar-me alguma coisa?

Muito obrigado!

Patrícia Sanches Vendedora Faro, Portugal 332

Gostaria que me tirassem algumas dúvidas quanto ao uso do indicativo e conjuntivo com verbos de opinião.

As gramáticas indicam que depois de verbos de opinião na forma afirmativa usamos o indicativo e depois da negativa usamos o conjuntivo.

a) Acho que o livro está na biblioteca.

b) Não acho que o livro esteja na biblioteca.

Seria agramatical dizer o seguinte?

c) Acho que o livro não está na biblioteca.

d) Achei que o livro estivesse na biblioteca.

De acordo com a regra, d) não deveria ser «Achava que o livro estava na biblioteca»?

E quanto às seguintes frases?

(e) Não achei que o livro estava na biblioteca.

(f) Não creio que hoje fico em casa.

E uma última questão, o verbo acreditar segue a mesma regra que os restantes verbos de opinião ou há alguma exceção?

(g) Acredito que o livro está na biblioteca.

(h) Não acredito que o livro esteja na biblioteca.

Com este verbo, soa-me melhor ouvir as duas formas, afirmativa e negativa, no modo conjuntivo.

Pedia que me confirmassem se estão corretas as frases.

Caso sejam gramaticais, qual é, afinal, a regra para o uso indicativo e conjuntivo com os verbos de opinião?

Obrigada!

Luís Pereira Professor Coimbra, Portugal 400

Podiam ajudar-e a confirmar se o constituinte «da comarca de arredores» é complemento do nome pessoas?

A frase é: «E recolherom-se dentro à cidade pessoas da comarca de arredores.»

Parece-me que é porque faz parte do sujeito, mas tenho dúvidas.

Obrigado pelo descanso que nos dão enquanto professores. Felicitações pelo vosso maravilhoso trabalho.

André Luiz de Souza Professor Nepomuceno, Brasil 464

Outro dia, numa conversa casual, certa pessoa disse a seguinte frase:

«A Atena (nome de um cão) anda cheia de quereres!»

Outra pessoa comentou que a frase estaria errada, e que o certo seria «cheia de querer», no singular.

De fato, a expressão conhecida, até onde me lembro, aparece no singular.

Achei exagerada essa acusação de erro, primeiro, porque a língua é viva e pode naturalmente se inflexionar; e, segundo, de nenhuma maneira me parece que o sentido da frase foi perdido no plural; e, finamente, é possível justificá-lo, acredito, argumentando que a pessoa que usou a expressão tratou a palavra querer como um substantivo.

Consigo imaginar perfeitamente uma situação em que quereres sejam contáveis: 1 querer, 2 quereres, 3...

Bom, estou longe ser um entendido da língua e gostaria de saber como se pode elucidar essa questão.

«Cheia de quereres» a mim é totalmente inteligível, mas o que podem me dizer os estudiosos? Como a gramática funciona neste caso?

Desde já agradecido abraço

Antónia Barradas Professora Lisboa, Portugal 327

Na frase «Nas últimas férias, fiz a minha primeira viagem de avião», devo considerar «de avião» complemento do nome ou complemento oblíquo, uma vez que o verbo "fazer", neste contexto, é transitivo direto?

Geobson Freitas Silveira Funcionário público Bela Cruz, Brasil 203

Qual frase está correta ou ambas estão?

«Ganhei como prêmio um cheque de um mil reais.»

«Ganhei como prêmio um cheque de mil reais.»

Sávio Christi Ilustrador, quadrinista, escritor, pintor, letrista e poeta Vitória, Brasil 230

Aprendi que o pronome quem concorda com a terceira pessoa do singular.

Por que então há exceções?

Exemplo 1: «Quem são vocês?»

Exemplo 2: «Foram eles quem fizeram essa bagunça?»

Muitíssimo obrigado e um grande abraço!

Celso Pereira Professor Portugal 393

Na frase «Todos concordaram com o que você fez ontem», como classificar a oração «com o que você fez ontem»?

Julgo que será subordinada substantiva relativa, mas estou com dúvidas.

Ligia Coutinho Estudante Brasília, Brasil 498

«Tanto... quanto» é locução conjuntiva comparativa quando essas palavras ligam orações ou elementos de mesma função sintática, funcionando como elementos coesivos. Porém, as duas palavras também estão inclusas nas classes morfológicas de pronomes indefinidos e de advérbios de intensidade.

1. Como locução conjuntiva, a expressão é sempre invariável ou há casos em que pode flexionar de acordo com o substantivo?

Por exemplo, todas as seguintes frases estão corretas e empregam esse tipo de conectivo?

«Tanto cães quanto gatos são amáveis.»

«Tanto Joana quanto Bia estavam lá.»

«Pegou tantos docinhos quantos pôde.» [Conjunção, pronome ou ambos?]

«Olha, eu estou assistindo tanto quanto você.» [Conjunção, advérbio ou ambos?]

O que me leva à segunda pergunta:

2. Esse conectivo é derivado dos pronomes e advérbios ou têm algo de essencialmente diferente, que o constitui como conjunção?

Obrigada.

Mari Alves Professora Lagoa da Prata, Brasil 423

Das estruturas abaixo, em relação às formas verbais, qual é a correta?

«Era seca» ou «era secada»?

«A roupa era seca ao sol.»

«A roupa era secada ao sol.»

Obrigada.