Qual é a designação correcta da secção final de um livro onde se elencam informações sobre a respectiva redacção, tradução, impressão, etc., e onde se incluem igualmente as notas legais sobre direitos de autor: «ficha técnica», «cólofon», ou outra? «Ficha técnica» parece-me mais comum noutros meios de comunicação (Internet, cinema, etc.), mas gostaria de ter a vossa opinião.
Muito obrigada!
Podem comentar o significado e etimologia de "reptizar"? Encontrei a palavra no Memorial do Convento, na expressão «reptizar mulheres» (p. 50, 34.ª edição), mas não consigo descobri-la em nenhum dicionário. Parece-me óbvio que tenha um significado próximo de «seduzir», mas gostava de confirmar, para além de estar interessado em conhecer a sua etimologia.
Atendendo à resposta dada por vós em A tralha e as bandeiras, agradecia então que me informassem o nome que devo dar a essa "tralha" que, por exemplo, no portal do Governo Português é tão referida... «do lado do mastro», «do lado esquerdo» serão opções correctas subentendendo-se que a bandeira está orientada?
Agradecendo.
Preciso de dois exemplos de pressuposto e subentendido na seguinte frase: «A juventude envelhece, a imaturidade é superada, a ignorância pode ser educada e a embriagez passa, mas a estupidez dura pra sempre.»
Muito obrigado!
Em primeiro lugar, gostaria de vos dar os parabéns pelo vosso site, ao qual recorro sempre que tenho uma dúvida no âmbito da língua portuguesa. Hoje foi um desses dias, porém, a minha pesquisa revelou-se infrutífera; não consegui arranjar uma solução para o meu problema no vosso arquivo.
Passo, então, a explicitar a razão pela qual reclamo a vossa ajuda:
Qual a construção frásica correcta?
1 — «Espero que o meu perfil profissional e pessoal corresponda às vossas expectativas.»
2 — «Espero que o meu perfil profissional e pessoal correspondam às vossas expectativas.»
3 — «Espero que os meus perfis profissional e pessoal correspondam às vossas expectativas.»
Ora, parece-me que a primeira frase apresenta um problema de concordância do verbo com o sujeito, pois, embora aparentemente o sujeito da frase pareça ser um sujeito simples, ao qual estão associados dois adjectivos (atributos), a verdade é que nos estamos a referir a dois perfis distintos, o pessoal e o profissional. Assim, a frase seria constituída por um sujeito composto, ainda que um dos elementos nominais esteja omisso. A segunda frase seria, então, a correcta: «Espero que o meu perfil profissional e (o meu perfil) pessoal corrrespondam às vossas expectativas». A terceira frase, embora me pareça gramaticalmente correcta, é pouco escorreita e "bonita".
Gostaria de poder contar com a vossa preciosa análise.
Obrigada.
Escreve-se "amniocintese", ou "amniocentese"? Pensava que era a primeira que estava correcta, mas vi escrita das duas formas em dois sítios diferentes de hospitais. A palavra não aparece no meu dicionário.
Li certo dia a frase: «Isto seria bom para aumentar o arcabouço teórico de conhecimento.» Não entendi muito bem a colocação da palavra na frase. Por favor me ajudem.
Ciberdúvidas é a nossa bóia de salvação. Se os portugueses apresentam dúvidas em relação à sua própria língua, imaginem então o que se passa com uma pessoa de origem indiana (goesa) que frequentemente lê e ouve noticiários em inglês da BBC, fala português e concanim.
Obrigado pelo vosso apoio aos náufragos.
Primeira dúvida:
1 — «Da lagarta medonha transpôs à borboleta esbelta.»
2 — «Da lagarta medonha transpôs-se à borboleta esbelta.»
3 — «Da lagarta medonha transpôs para a borboleta esbelta.»
Qual destas frases está correctamente escrita? Com a frase pretende-se dizer que a lagarta medonha transformou-se (metamorfoseou-se) numa borboleta esbelta. Da lagarta medonha passou à borboleta esbelta.
Segunda dúvida:
Nos transportes públicos é frequente ler-se:
1 — «Em pé: 50 lugares.»
2 — «De pé: 50 lugares.»
Qual destas frases está correctamente escrita?
À pergunta de um consulente sobre uso do verbo ter em vez de haver (no sentido de «existir») respondeu-se que aquele «não é usado em Portugal com esse sentido». Apenas gostaria de referir que essa atribuição do sentido «existir» ao verbo ter verifica-se no falar da Madeira e o seu uso não é infrequente. Devo referir ainda que há vários fenómenos linguísticos tidos por muitos estudiosos (nacionais e internacionais) como típicos do português do Brasil, mas que existem nos falares da Madeira e dos Açores.
Poder-se-ão levantar aqui três questões: 1.ª Tratar-se-á de fenómenos tipicamente brasileiros assimilados posteriormente pelas nossas regiões autónomas (seria provável)? 2.ª Foram fenómenos levados por emigrantes madeirenses e, sobretudo, açorianos, pois sabemos que se fixaram em determinadas zonas do Brasil? 3.ª Virão todos de uma mesma forma portuguesa/continental disseminada simultaneamente por essas zonas durante a sua colonização? Em relação a este último ponto, lembro-me da típica simplificação dos pronomes átonos da terceira pessoa do complemento directo (substituição de -o, -a por ele, ela) que, independentemente de ser correcta ou não, é tida como típica do português do Brasil, podendo, no entanto, ser encontrada no português das nossas ilhas atlânticas e, curiosamente, em documentos portugueses de chancelaria régia medieval, onde já encontrei estruturas do tipo «mandei lavrar ele», referindo-se a um determinado documento.
É uma pena não haver um profundo estudo dos falares da Madeira e dos Açores, visto que nos poderíamos surpreender ou mesmo encontrar algumas janelas para formas pretéritas da nossa língua. Infelizmente, com a globalização do português a nível nacional, muitas dessas janelas já se terão fechado e outras estarão nesse processo (basta ouvir, nestas regiões, com que frequência as gerações mais novas repetem «antigamente dizia-se», «antigamente usava-se»).
É vulgar lermos na imprensa e ouvir nos meios de comunicação, por exemplo, «foi aplicada uma penalização a» ou «teve uma penalização de». Devemos usar penalização, ou penalidade?
Este é um espaço de esclarecimento, informação, debate e promoção da língua portuguesa, numa perspetiva de afirmação dos valores culturais dos oito países de língua oficial portuguesa, fundado em 1997. Na diversidade de todos, o mesmo mar por onde navegamos e nos reconhecemos.
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