Consultório - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
 
Início Respostas Consultório Tema: Uso e norma
Alexandre Garcia Tradutor Bruxelas, Bélgica 6K

Foi já colocada uma pergunta, que teve resposta cabal, sobre a regência de advertir (alguém) de ou para alguma coisa.

Todavia, se o verbo for utilizado de forma "impessoal" numa frase do tipo «As conclusões do relatório advertem [que/de que] a natureza está em declínio a nível mundial», qual a regência correta?

Muito obrigado.

José de Vasconcelos Saraiva Estudante de Medicina Foz do Iguaçu, Brasil 4K

Napoleão Mendes de Almeida, na sua Gramática metódica da língua portuguesa, refere que se repete a preposição em frases como as seguintes:

«O de que muitos começam a duvidar é das suas possibilidades.»

«O de que eu não quero que te esqueças é do sinal da cruz.»

«O de que precisamos é de calma.»

«O por que luto é pela justiça.»

A minha pergunta é esta: seria correto antepor a preposição de ao pronome o? O demonstrativo o nesses contextos desempenha a função sintática de sujeito, sendo assim seria correto ligar a preposição ao sujeito?

«Do que muitos começam a duvidar é das suas possibilidades.»

«Do que eu não quero que te esqueças é do sinal da cruz»

«Do que precisamos é de calma.»

«Pelo que luto é pela justiça.»

Quanto a esta frase: «No que cuido é nos meus deveres» Seria correto dizer: «O em que cuido é nos meus deveres»?

Outra pergunta: Tem razão Mendes de Almeida ao dizer que a preposição se repete, ou seria melhor dizer «O em que cuido são os meus deveres», em que o verbo ser concorda com o predicativo «os meus deveres»?

Gratíssimo ao vosso trabalho

José Garcia Formador Câmara de Lobos, Portugal 2K

Admitindo o princípio da pressuposição inerente ao enunciado que se segue, pergunto-vos se podemos aceitá-lo:

«O André ficou a dever-lhe uma.»

É claro que o enunciado («dever-lhe uma») remete para «ajuda». No entanto, estou em dúvida quanto à sua aceitação/admissibilidade.

Agradecia o vosso esclarecimento.

José Garcia Formador Câmara de Lobos, Portugal 2K

Poder-se-á afirmar que e frase  «O Rui está a jogar mais ele» está errada?

José Garcia Formador Câmara de Lobos, Portugal 8K

Já me deparei no Ciberdúvidas com uma resposta equiparada à que vos coloco. Sei que é uma expressão que até está registada em textos, mas, mesmo assim, tenho dúvidas quanto ao seu uso nesta frase: «Viu o homem com roupas e comida o suficiente para o seu sustento.»

Pergunto se o uso dessa expressão nominal é legítimo nessa frase.

Obrigado.

José de Vasconcelos Saraiva Estudante de Medicina Foz do Iguaçu, Brasil 2K

Na faculdade daqui usa-se muito a palavra parafraseável. Gostaria de saber se essa palavra existe.

Cumprimentos cordiais desde o Brasil.

Júnior Lima Dias Estudante de Direito Maceió – AL, Brasil 33K

Funcionar aceita a preposição em ou a?

«Funciona nos sábados.»

«Funciona aos sábados.»

Grato!

João Moisés Pedreiro Beira, Moçambique 2K

Gostava de saber se é possível dizer «muito fundamental.»

Ex.: «Prestem atenção pois o tema de hoje é muito fundamental.»

Carlos Miguel Gonçalves Padre Moscavide, Portugal 7K

Sempre disse e ouvi dizer o nome Isaac como que contraindo os dois a em á; portanto [Izáque].

Recentemente ouço dizer e ler este nome de outras formas, nomeadamente [Izá-áque].

Eu julgava que o uso tinha consagrado a primeira forma de dizer, mesmo mantendo a grafia que aparece já desde a personagem bíblica, o patriarca Isaac filho de Abraão. Mas agora fico na dúvida.

Poderiam esclarecer se neste caso há ou não uma forma correta de dizer este nome.

Muito obrigado por todo o vosso trabalho.

Eduardo Serra Estudante Porto, Portugal 7K

Gostaria de saber qual é a relação entre juízo e julgamento, em que situações é que as duas palavras são sinónimas.

Tinha ideia de que a palavra juízo dizia respeito, em geral, à avaliação da qualidade de uma coisa (sob uma perspectiva moral ou outra) e à opinião que dela se forma e que julgamento diria respeito ao processo jurídico e à sentença que dele resultaria. No entanto, tenho reparado que muita gente usa a palavra julgamento com o sentido de juízo referido atrás, mas nunca o contrário.

À primeira vista pareceu-me que esta troca de significados estaria relacionada com a tradução de inglês para português através da proximidade gráfica e fonética (tradução de judgment para julgamento em vez de juízo) como acontece com as traduções de luxury para luxúria em vez de luxo, library para livraria em vez de biblioteca, port para porta em vez de porto, entre outras.

Fiz uma pesquisa superficial pela Internet e fiquei ainda mais confuso quanto ao significado das duas palavras (e ainda se complicou mais quando juntei os verbos julgar e ajuizar na mistura), por isso, agradeço qualquer esclarecimento.