Resultou claro da explicação dada por José Neves Henriques que se deve escrever sempre "art.°" e não "art°", porém fico com a dúvida se será incorrecto escrever (abreviar) apenas "art." dispensando o "°"? Por outro lado, os exemplos dados suscitam ainda mais dúvidas, a saber: "adj." ou "adj.°", "méd." ou "méd.°", de harmonia com o tal "art.°" ? É ou não obrigatório escrever o "°" nessas abreviações?
Grato pela resposta.
Com relação à consulta sobre o emprego das aspas com outro sinal de pontuação, creio que se deve observar o seguinte:
- O sinal abrangido pelas aspas se mantém, permanecendo o ponto final (ou outro qualquer) após as aspas, que a ele compete encerrar o período, e não às aspas. Trata-se do caso em que a expressão entre aspas é parte do período.
Ex.: Marina sussurrou: "Aonde vamos?".
Poderia Marina sussurrar: "Aonde vamos?"?
Poderia Marina dizer: " Não virei almoçar."?
Note-se que, no caso de frase declarativa abrangida pelas aspas, basta um ponto final após as aspas, mas sempre após elas.
Ex.: Marina disse: "Não virei almoçar".
- Não há sinal após as aspas. Trata-se do caso em que toda a frase ou todo o período são abrangidos por elas.
Ex.: "Não basta conquistar a sabedoria, é preciso usá-la."
Justifica-se o exposto pela necessidade de preservar a entonação própria do período e a da oração abrangida pelas aspas.
1) Quando se diz, por exemplo, "Ela não é muito bonita", significa que ela não é bonita, que ela é pouco bonita ou que sua beleza é mediana? Existe a possibilidade de que os 3 significados acima estejam corretos?
2) Quando se diz "Ela é bonita", não sabemos se ela é pouco bonita, se ela é muito bonita ou se a sua beleza é mediana. Não é verdade?
3) Na frase "Ela é pouco bonita", significa que, embora sua beleza seja escassa, ela é bonita. Certo?
4) Quando se pergunta, " Ela é bonita?", é certo responder: "Sim, ela é pouco bonita"? Também é certo responder "Sim, ela é muito bonita"?
5) Na frase "Não há muitas moscas aqui", significa que não há moscas, que há poucas moscas ou que há uma quantidade média de moscas?
1.) Na frase "Ela é pioneira em desenvolvimento de programas", significa que "ela" foi a primeira pessoa a desenvolver programas ou significa que "ela foi a primeira mulher a desenvolver programas?
2.) E se fosse "ela é A pioneira em desenvolvimento de programas?", a interpretação seria a mesma?
3.)Pioneiro é o mesmo que precursor?
Obrigado.
1.a) A frase "A MENINA É INTELIGENTE" é diferente da frase "A MENINA É MUITO INTELIGENTE" Estou certo?
b) Considerando-se a frase "A MENINA É MUITO INTELIGENTE", eu pergunto: "A MENINA É INTELIGENTE?" A resposta correta para essa pergunta seria: "Não, A MENINA É MUITO INTELIGENTE" ou "Sim, A MENINA É MUITO INTELIGENTE"?
2. Quando se diz "ELE TEM MAIS SORTE E VITALIDADE DO QUE EU", significa que "ELE" tem APENAS "MAIS SORTE DO QUE EU" ou significa que "ELE" tem "MAIS SORTE E MAIS VITALIDADE DO QUE EU"?
3. Quando se diz "ESTUDAREMOS O ASPECTO GEOGRÁFICO E SOCIAL DO NOSSO PAÍS", significa que há apenas UM aspecto que é, AO MESMO TEMPO, geográfico e social, ou significa que há UM aspecto geográfico e OUTRO social?
4. Na frase, "RECIFE SE AGITA COM UMA CENTENA DE BANDAS E GRUPOS DE CINEMA E TEATRO" significa que:
a) Existem cem bandas que agitam Recife e também grupos de cinema e teatro;
b) Existem algumas bandas e alguns grupos de cinema e teatro que, JUNTOS, constituem UMA CENTENA;.
c) Nenhuma das alternativas.
E se a frase fosse "RECIFE SE AGITA COM UMA CENTENA DE BANDAS E DE GRUPOS DE CINEMA E TEATRO" significaria que:
a) Há uma centena de bandas e uma centena de grupos de cinema e teatro, totalizando 200 atrações artísticas;
b) Existem algumas bandas e alguns grupos de cinema e teatro que, JUNTOS, constituem UMA CENTENA.
Pergunto também: o termo "Grupos de cinema e teatro" significa que existem grupos de cinema e também grupos de teatro? O certo não seria dizer: "Grupos de cinema e de teatro"?
5. Quando se diz "O Senai de São Paulo entrou na arena distribuindo uma ferramenta útil EM SESSENTA DE SUAS ESCOLAS E CENTROS DE TREINAMENTO", significa que há algumas escolas e alguns centros de treinamento que, juntos, totalizam 60? Ou Não?
6. Na frase "Os seus olhos SÓ vêem o que eles querem ver", significa que "você" apenas vê o que seus olhos querem ver e MAIS NADA?
7. Se a frase fosse: "SEUS OLHOS VÊEM O QUE ELES QUEREM VER"- Significa que você vê o que seus olhos querem ver e TAMBÉM existe a possibilidade de que eles vejam algo mais OU Significa que você apenas vê o que seus olhos querem ver e MAIS NADA?
Afinal, levando em conta essa frase (SEUS OLHOS VÊEM O QUE ELES QUEREM VER), existe a possibilidade de que seus olhos só vejam o que eles querem ver e mais nada?
Encontro-me a frequentar o curso de História.No manual dedicado à disciplina de Proto-História de Portugal, surgiram-me duas palavras para as quais não encontro significado. São elas «apotropaica» e «apotrópias». Gostaria de saber o seu significado, bem como a raiz lexical.
Estive estudando a natureza das preposições e pude chegar a uma conclusão: Existem frases em que as preposições podem ser subentendidas. Quando se diz, por exemplo: "O Reino Unido produz grande variedade de bens industriais para consumo doméstico e exportação". Pode-se interpretar da seguinte maneira: "O Reino Unido produz grande variedade de bens industriais para consumo doméstico e [para] exportação. Ou seja, podemos supor a presença da preposição para entre a palavra "e" e a palavra "exportação". O mesmo acontece na frase: "A criação de suínos e [de] aves domésticas. Entretanto, existem casos em que subentender a preposição torna-se um tanto complicado. Pois bem, aqui se iniciam minhas dúvidas.
1) Na frase: "Tecnologia de força e robustez para desafios de peso". Podemos subentender a presença da palavra "de" entre o termo "e" e o termo "robustez"? Isto é, a frase pode ser interpretada assim: "Tecnologia de força e [de] robustez para desafios de peso"? Se eu quisesse deixar claro que "Tecnologia de força" é uma coisa e "robustez para desafios de peso" é outra, como deveria proceder? Existe a possibilidade de que na frase inicial (Tecnologia de força e robustez para desafios de peso) existam as duas interpretações?
* Talvez, de facto, se possa interpretar a frase de duas maneiras: «tecnologia» pode estar relacionada também com «robustez», formando força e robustez um todo a ela ligado. Para deixar clara a separação entre as duas partes da frase, teria de recorrer a uma outra «ligação». Por exemplo:«tecnologia de força, além de robustez para desafios de peso». Mas o contexto, que não nos é dado, será determinante para a compreensão da frase.
2) Na frase: "Lições de estabilidade e segurança em todos os pisos" – podemos subentender a preposição "de" entre as palavras "e" e "segurança"? Há mais de uma interpretação para essa frase?
O que se depreende é que as lições são simultaneamente de estabilidade e segurança. Se houver lições de estabilidade e outras de segurança, a preposição de deverá estar expressa. Mas também aqui é fundamental conhecer o contexto.
3) Quando se diz: "Petróleo e gás natural do Mar do Norte e, em menor grau, energia nuclear são destinados a suprir as necessidades da indústria e do consumidor final", significa que ambos, petróleo e gás natural, são do Mar do Norte? De acordo com este período, pode-se dizer que a energia nuclear também é do Mar do Norte?
Sim, o petróleo e o gás natural são do Mar do Norte. A energia nuclear é que me parece estar fora do grupo. Para que fossem todos da mesma proveniência, «Mar do Norte» deveria vir após «energia nuclear».
4) Na frase: "A produção de carvão, principalmente nos campos do sul do País de Gales, Escócia Central, nordeste da Inglaterra, Yorkshire e Midlands, destina-se à geração de eletricidade". – podemos subentender a preposição "de" antes dos termos "Escócia Central", "nordeste da Inglaterra", "Yorkshire" e "Midlands"? Ou seja, significa que a produção de carvão concentra-se também nos campos da Escócia Central, do nordeste da Inglaterra, de Yorkshire e de Midlands?
Neste caso, não precisa repetir a preposição para ficar claro que os campos em que se produz carvão são os de todas as regiões nomeadas.
5) Quando se diz: "Nos meados da década de 80, foi finalmente admitido que o sistema soviético havia chegado a um impasse e o fracasso da perestroika e seu programa de reformas precipitou a desintegração da União Soviética". Podemos supor a presença da conjunção "que" antes de "o fracasso da perestroika"? Também podemos supor a existência da preposição "de" antes do termo "seu programa de reformas"? Enfim, o período poderia ser reescrito do seguinte modo: "Nos meados da década de 80, foi finalmente admitido que o sistema soviético havia chegado a um impasse e [que] o fracasso da perestroika e [de] seu programa de reformas precipitou a desintegração da União Soviética"?
Porque o h é usado?
* O h é usado por três razões: 1) por força da etimologia (existia já na palavra grega ou latina que deu origem à palavra portuguesa), em palavras como harpa, hálito, hebraico, hipócrates etc.; 2) por longa tradição gráfica, como em húmido e humor e palavras suas derivadas; 3) por convenção, como sucede em várias interjeições - hã? Hem? Hum!.
Quanto ao uso dos fonemas que se seguem, apenas a aprendizagem da escrita e os hábitos de leitura dão segurança ao utente da língua sobre quando devem empregar um ou outro. A consulta de um dicionário também ajuda muito. De qualquer modo, aí vão as distinções fundamentais.
Emprego do j e g
O g tem o valor de /g/ antes das vogais a, o e u (gato, gosto, Agosto); vale /j/ antes de e e i (gesto, ginástica). O j vale sempre /j/ (já, jeito, jiló, jóia, jumento).
Emprego do s e do z
O s entre vogais vale /z/: rosa, casa, mesa, piso, uso. Quando em início de palavra ou de sílaba precedida de consoante, vale /ss/: santo, saia, cansado, valsa, persa. O z vale sempre /z/: azeite, zelo, zénite. Em situação final, lê-se como o s em final de sílaba: voz, vivaz.
Emprego do x e ch
O x pode valer /ch/ (xisto), /z/ (exame), /ss/ (sintaxe), /cs/ (fixo), e /is/ (ex-presidente, expresso). O ch vale sempre /ch/ (acho, chato).
Emprego do c, ç, s e ss
O c vale /k/ antes de a, o e u (casa, coisa, custo); vale /ss/ antes de e e i (cesto, cimo). O c cedilhado - ç - usa-se, sempre com o valor de /ss/, antes de a, o, e u (caça, poço, açucena); nunca se usa em início de palavra. O s vale /ss/ em início de palavra ou de sílaba (santo, penso).
Emprego do e e do i
O e pode ser aberto (ex: perto), fechado (ex: pêssego) ou mudo (ex: pedir). Quando é mudo, vale /i/ no Brasil; em Portugal, vale /i/ em início de palavra: exemplo (lê-se «ixemplo»), encarnado (lê-se «incarnado») etc. O i vale sempre /i/.
Mas só a consulta do dicionário indicará onde deve empregar-se uma ou outra. O mesmo acontece com o emprego do o e do u. Quanto a estes, o o pode ser também aberto (ex: porta), fechado (ex: pôr) ou mudo e, então vale /u/ (ex: domínio, campo, livro). O u vale sempre /u/.
O que são palavras parônimas e homônimas?
Parónimo significa parecido, semelhante. São palavras parónimas/parônimas as que se assemelham tanto, na pronúncia e na escrita, que por vezes se confundem: perfeito/prefeito, comprimento/cumprimento. Homónimas/homônimas são as que se escrevem e lêem da mesma maneira, mas têm significado diferente: vaga (onda)/vaga (vazia); dó (pena)/dó (nota musical).
Uso do por que, porque, porquê e por quê
A esta pergunta já se respondeu aqui por diversas vezes. Pede-se ao estimado consulente que veja em Respostas Anteriores. Note-se que por quê não existe na norma portuguesa.
Qual a diferença entre mau e mal?
Mau/má é adjectivo: «ela é má pessoa»; mal é advérbio - vem junto do verbo para o modificar: «ela passou mal». Por isso não se deve dizer «mau estar», mas sim mal-estar. Mal também é, por vezes, substantivo: «ela é o meu génio do mal»; e, nesse caso, varia em número: «há males que vêm por bem».
Qual a diferença entre onde e aonde?
Aonde é um advérbio formado por contracção da preposição a com o pronome relativo onde. Pode-se dizer «aonde vais»= a que lugar, para onde vais; mas não se deve dizer «aonde estás»= em que lugar estás.
Qual a diferença entre trás e traz?
Trás é uma preposição que significa «atrás de»; traz é a 3ª. pessoa do singular do presente do indicativo ou a 2ª. pessoa do singular do imperativo do verbo trazer: «o menino traz na mão uma flor», «traz-me um copo de água».
Uso de: cessão - Cessão significa cedência, acto de ceder;
Sessão - tempo que dura uma reunião, uma assembleia; duração de um espectáculo;
Secção/seção - é a mesma palavra: a primeira forma usa-se em Portugal, onde se lê o 1º.c; a segunda é a forma brasileira.
O porquê do uso de 2 consoantes (cc,cç,ss)
Cc e cç usam-se quando se pronunciam, como nas palavras ficção, ficcionista, secção e muitas outras. Em Portugal empregam-se também quando, embora não pronunciadas, servem para abrir a vogal átona anterior:acção /àção/, protecção /protèção/, confeccionar /confècionar/. Os dois ss usam-se em posição intervocálica com o valor do s inicial: sucesso, progresso, presságio.
O emprego das iniciais maiúculas e minúsculas
Obrigado.
Na seguinte frase: "Duas amostras de uma solução aquosa do sal sulfato de cobre, de coloração azul, foram submetidas às seguintes operações: filtração simples e destilação simples"
O termo "de coloração azul" refere-se a quais palavras? Afinal, o que é azul? O sal sulfato de cobre, a solução aquosa do sal sulfato de cobre ou as duas amostras de solução aquosa do sal sulfato de cobre?
Muito grato.
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