Venho tentar que me esclareçam sobre a seguinte dúvida: deverá dizer-se «Está previsto o investimento em um milhão de euros que será dividido...», ou «Está previsto o investimento em um milhão de euros que serão divididos...»?
Já agora, a moeda (ex.: euro, dólar, etc.) poderá ser utilizada no plural ou deverá manter-se sempre no singular: «cinco euros» ou «cinco euro»?
Obrigada.
O correto é «Maria é muito trabalhadeira» ou «Maria é muito trabalhadora»?
Sou assíduo freqüentador do Ciberdúvidas e navego muito na variedade de temas focados nas Respostas Anteriores. Foi assim que encontrei registrado em junho deste ano a questão Quem vier trabalhar colocada pela consulente brasileira Kenia Bessa.
O curioso veio por conta da resposta, assinada por Rui Gouveia. Lá, para exemplificar o uso do futuro de subjuntivo ou conjuntivo, como vocês chamam, do verbo "ver" o Rui Gouveia colocou a seguinte frase: «Quem 'vir' bem não precisa ir ao oculista.»
Parece-me que no caso cabe o modo infinitivo "ver" ou, melhor ainda, a terceira do singular do presente do indicativo "vê".
Cada vez mais, a camada jovem responde como afirmação um "iá" equivalente ao "já" em alemão. Embora não seja uma palavra portuguesa, acabou por se fixar no português calão. Por isso pergunto: qual será a melhor forma de a escrever?
Como coordenador editorial de livros, estamos com uma dúvida que não conseguimos solucionar e gostaria de saber se vocês podem nos ajudar. A frase é a seguinte:
«Ele comeu o Fruto do Diabo e, se por um lado virou um incrível homem-borracha, por outro jamais conseguirá nadar.»
A vírgula depois de "e" é procedente? Sei que, para ela existir, a oração principal deve estar após a segunda vírgula (no caso, depois de "borracha"). O problema é que não estou conseguindo identificar qual a oração principal: «se por um lado virou um incrível homem-borracha» ou «por outro jamais conseguirá nadar». A relação de oposição entre as orações não é semântica, ou seja, o fato de ele ter virado homem-borracha não é causador da sua impossibilidade de nadar. Apenas são características opostas: uma é positiva e outra, negativa. Por isso usamos essa construção.
Muito obrigado!
Vi num livro que a palavra “semideus” foi formada pelo processo de composição por justaposição. Está correto mesmo? Uma vez que semi é um prefixo, por que não a consideramos uma derivada prefixal?
Grata pela atenção.
No site www.vidaslusofonas.pt, numa biografia de autoria de Francisco Moreno de Carvalho, é sistematicamente escrito Garcia da Orta.
Achei meu dever assinalar o facto ao responsável que me respondeu: «Há opiniões que se dividem, umas pelo da, outras pelo de. Todas com argumentos de peso. Não optámos, limitámo-nos a seguir a opinião do autor da biografia.»
A mim, soa francamente mal... acho cacofónico... mas, se calhar, é da idade...
Muito grato pelo serviço que o Ciberdúvidas vem prestando e que me tem sido deveras útil. Venho colocar uma dúvida que me surgiu ao ler a frase: «Entretanto, as últimas marcas dos raios de sol já tinham desaparecido do horizonte.». O uso simultâneo das palavras "entretanto" e "já" pareceu-me redundante: dois advérbios referidos ao mesmo tempo, na mesma oração. Parece-me mais correcto uma das formulações:
– Entretanto, as últimas marcas dos raios de sol tinham desaparecido do horizonte.
– As últimas marcas dos raios de sol já tinham desaparecido do horizonte.
(A 1.ª parece-me preferível porque dá continuidade à acção anterior).
Tentando deslindar o assunto, consultei o dicionário da "Texto Editora" que considera "entretanto" um advérbio (tal como, aliás, o Ciberdúvidas, em respostas anteriores) sinónimo de "entrementes; neste meio tempo; todavia; contudo;". Já a "Nova Gramática do Português Contemporâneo" de Celso Cunha e Lindley Cintra arrola este vocábulo entre as conjunções coordenativas adversativas, não o expressando como advérbio de tempo.
Esta é apenas uma questão de pura curiosidade. Existe alguma razão especial para se dizer no Iraque, na França, na Alemanha,... e não se dizer no Portugal, no Cabo Verde, no Moçambique, no Timor-Leste, no Israel...?
Desde já obrigado.
Este é um espaço de esclarecimento, informação, debate e promoção da língua portuguesa, numa perspetiva de afirmação dos valores culturais dos oito países de língua oficial portuguesa, fundado em 1997. Na diversidade de todos, o mesmo mar por onde navegamos e nos reconhecemos.
Se pretende receber notificações de cada vez que um conteúdo do Ciberdúvidas é atualizado, subscreva as notificações clicando no botão Subscrever notificações