Tenho encontrado o verbo pagar associado a fazer-se com um sintagma nominal introduzido directamente (i. e. sem preposição):
1. «Dessa vaga de anulações têm estado a beneficiar os artistas da "segunda divisão" mais temerários, que têm vindo a substituí-los no circuito maior, fazendo-se pagar, em média, o dobro dos seus honorários normais.»
2. «E aqueles deputados que foram apanhados a roubar (fazendo-se pagar viagens que não fizeram)(...)»
Não deveríamos usar aqui a preposição por («fazer-se pagar por viagens…/pelo dobro…»)?
Julgo que deveríamos usar por em vez de de nas frases que se seguem (não?):
3. «Seis das oficinas, além de substituírem peças a mais, fizeram-se pagar de componentes não substituídos.»
4. «(…) a autarquia pretendia fazer-se pagar de um serviço anterior à privatização da recolha de lixos.»
E tenho deparado com o uso de «fazer-se cobrar» no sentido de «fazer-se pagar»:
5. «Há lojas que o fazem gratuitamente, enquanto outras se fazem cobrar pela prestação destes serviços suplementares.»
Creio que «fazer-se cobrar» é inaceitável, mas queria confirmar.
Grato pela atenção.
«Informo V. Exas. de que no dia 14, pelas 10 horas, vai proceder-se à venda de material excedente, pela base €...»
Gostaria de saber se a forma correcta de construção da frase é esta, ou «... vai-se proceder...», ou «... se vai proceder...».
Na frase «O João reparava em tudo», qual é a função sintáctica de «em tudo»?
Obrigado.
Os verbos classificar(-se) e operar(-se) são pronominais?
Ou seja, qual é o certo? «O Brasil classificou-se para a final», ou «o Brasil classificou para a final»? Da mesma forma, o correto é «eu operei-me ontem», ou «eu operei ontem»? Por outro lado, é correto dizer «eu me acordei às...», ou o certo seria «eu acordei às...»?
«Fomos surpreendidos com uma profusão de (...)»,
ou terá necessariamente de ser
«Fomos surpreendidos por uma profusão de...»?
Obrigada.
É correcto dizer «Pedro não o acreditou»? Não deve ser «Pedro não acreditou nele»?
Uma amiga alemã, que está aprendendo português e que recentemente teve uma aula sobre infinitivo pessoal, perguntou-me se a frase (a) «é preciso [de] eu praticar mais português» estaria correta. Sugeri a ela alternativas como «eu preciso [de] praticar mais português» ou «é preciso que eu pratique mais português». A frase (a) soa-me estranha, incorreta, mas uma frase como (b) «é preciso [tu] ires ao supermercado» parece-me perfeitamente normal.
Tanto (a) como (b), na minha opinião, seguem as mesmas regras, ou seja, do infinitivo flexionado. Minha pergunta é, pois, se a frase (a) está correta; caso contrário, por que não?
Pergunto a vocês: somente as conjunções integrantes que ou se podem encabeçar uma oração subordinada substantiva? É assim que vi na gramática; mas fiquei na dúvida, pois nesta frase o que é pronome interrogativo: «Eu sei que horas são.» Afinal, «que horas são» é ou não uma oração subordinada substantiva objetiva direta?
Pesquisando em apostilas do Colégio Objetivo, material reconhecido no Brasil, encontrei a seguinte análise:
1. «A resposta do aluno foi satisfatória.»
2. «A resposta ao aluno foi satisfatória.»
Em 1, classificou-se «do aluno» como adjunto adnominal pela condição de agente.
Em 2, classificou-se «ao aluno» como complemento nominal pela condição de alvo.
Verifiquei concepções diferentes no Ciberduvidas. Que argumentos devo utilizar para classificar esses termos diante de meus alunos?
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