Consultório - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
 
Início Respostas Consultório Área linguística: Morfologia
Margarida Araújo Professora Braga, Portugal 3K

Qual é o plural de dândi?

João Carlos Araújo Lisboa, Portugal 22K

Num blogue intitulado Grafofone critica-se o jornalista Mário Crespo por ter empregado o adjectivo judia, em vez de judaica, nesta frase: «[Aristides de Sousa Mendes] ajudou a população judia.» 

Transcrevo a argumentação do autor do referido blogue, Ricardo Cruz:

«Hoje faz cinquenta anos que morreu (na miséria e escorraçado pelo governo português de então) Aristides de Sousa Mendes. A sua actuação durante a II Grande Guerra terá salvo centenas de milhares de pessoas da morte em campos de concentração. O jornalista da SIC Notícias, Mário Crespo, estava a apresentar uma pequena reportagem sobre a actuação de Aristides de Sousa Mendes , quando o ouço dizer "ajudou a população judia". Pois realmente a verdade é que essa afirmação é falsa... Quem ele ajudou efectivamente foi a população judaica.

Mário Crespo: errar é humano, mas há erros e erros. Para quem está numa posição na qual o que diz é ouvido por milhares de pessoas e tido como normativamente correcto, torna-se importante ter atenção a estes deslizes. Não me leve a mal, se calhar fui eu que ouvi bem demais!

Para que não restem dúvidas:

os adjectivos biformes terminados em -eu formam o feminino em -eia: europeu, europeia; hebreu, hebreia.

Contudo, judeu e sandeu são excepções: judia e sandia.

Mas a questão não reside aqui. O jornalista utilizou uma analogia entre o substantivo gentílico e o adjectivo correspondente. É que na maioria dos casos, ambos são iguais. Ex.:

português — civilização portuguesa;

alemão — civilização alemã;

russo — civilização russa;

italiano — civilização italiana.

Mas:

judeu — civilização judaica;
hebreu — civilização hebraica. (por acaso o povo também pode ser chamado de hebraico).

Conclusão: cuidado com as analogias. Há diferenças e existem por variados motivos. A de judaica reside na etimologia (do latim judaicus, a, um e por sua vez do grego ioudaikos, e, on.»

Não discordando deste argumentário, a verdade é que qualquer dicionário (da Academia das Ciências de Lisboa, os vários da Porto Editora ou o Houaiss) dá como sinónimos os adjectivos judeu/judia («mulher judia», «população judia») e judaico/judaica

Gostava de saber a opinião do Ciberdúvidas.

Obrigado.

Rosa Macedo Servidora pública Brasília, Brasil 9K

Qual a análise morfológica das palavras comunicação, telespectador e cigarro?

António Gil Engenheiro Cascais, Portugal 35K

Gostava que me elucidassem quanto à classificação da expressão «pelo menos», e se a mesma tem de ser escrita entre vírgulas ou se tal não é necessário.

Por exemplo:

«O barco tem, pelo menos, um motor e um par de remos»

ou

«o barco tem pelo menos um motor e um par de remos».

Muito obrigado.

Vanda Canas Estudante Setúbal, Portugal 117K

Como distinguimos os advérbios interrogativos dos pronomes interrogativos quando têm a mesma forma?

Irene Maria Professora Coimbra, Portugal 25K

Gostaria de saber se a locução prepositiva «apesar de» pode introduzir uma oração subordinada concessiva.

Luís Pereira Estudante Braga, Portugal 8K

Podem ser utilizados em português os termos destoxificar e destoxificação?
Nas ciências médicas e biológicas, especialmente na área da biodegradação, por vezes são utilizados estes termos, mas não vêm referidos nos dicionários.

Maria Elena Santos Tangará da Serra, Brasil 6K

Gostaria de saber a definição correta de sufixo avaliativo.

Grata.

Nuno Vitorino Gestor Leiria, Portugal 12K

Solicito a vossa preciosa ajuda para a apreciação da conjugação do verbo entre parênteses, no texto seguinte:

«Uma nota para este novo desafio e outros que teimarem em aparecer. Se não teimarem, nós [obrigamo-los].»

Inicialmente, conjuguei assim: «Se não teimarem nós [obrigamos-os].»

Conjugando este verbo no presente do indicativo, na 1.ª pessoa do plural com reflexo nas três pessoas do singular e nas três pessoas do plural, temos:

«nós obrigamos-te, a ti»;
«nós obrigamos-a, a ela» (ou «nós obrigamo-la, a ela»?)
«nós obrigamos-nos, a nós» (ou «nós obrigamo-nos, a nós»?);
«nós obrigamos-vos, a vós» (ou «nós obrigamo-vos, a vós»?);
«nós obrigamos-as, a elas» (ou «nós obrigamo-las, a elas»?)

 

Embora não me pareça muito regular, em relação à 1.ª pessoa do singular, eu diria:

«nós obrigamos-me, a mim.»

Desde já obrigado pela vossa preciosa ajuda.

Rita Alves Tradutora Porto, Portugal 10K

É correcto o uso de "incorrência" como substantivo de incorrer?

Ex.: «... risco de incorrência na criminalidade...»