Leciono o 2.º ciclo e vamos entrar nas funções sintáticas. Há novo programa e um exame nacional no fim do ciclo. E há um grande problema de consciência para mim. Passo a explicar.
Por decreto, o DT impõe que os verbos constantes de uma determinada lista implicam sempre um nome predicativo do sujeito. Ora, isto ofende aquele princípio básico e indiscutível que obriga a tratar diferentemente o que é diferente. E a diferença, neste caso, não está nesse grupo de verbos, mas na natureza do referido predicativo – incide diretamente no sujeito e com ele coincide, considerando-o como um todo. Ex.: «Ele está doente.» Ora, isto é bastante diferente de «Ele está em casa». Aqui, a expressão «em casa» não incide diretamente no sujeito e muito menos coincide (se identifica) com ele. Este verbo (predicador) não é copulativo, mas incorpora aquela expressão, primeiro, e só depois realiza a predicação. Ou seja, aquela expressão é predicativo do predicador e não do sujeito.
Nota: Uso aqui a nomenclatura tradicional, porque, em rigor, todo o predicado e o predicado todo são predicativo do sujeito...
Estando disto convencido até prova em contrário, como posso eu, que, antes do português, promovo a lealdade na relação com os alunos, dar-lhes coelho por lebre?!
Na frase a seguir, a conjunção nem foi bem empregada? Não deveria ligar orações de igual natureza, no caso, negativa (não... nem)?
«Como eles se convenceram de que este novo federalismo fiscal será indolor nem implicará austeridade, ninguém percebe.»
A frase «Apresentar caução no valor de 100,00 €, incluindo IVA à taxa legal em vigor» significa que o valor a apresentar é de 100,00 €, ou de 100,00 mais a taxa de IVA?
Queria perguntar se na seguinte frase deveria usar o infinitivo pessoal do verbo sentir sentirmos ou o infinitivo impessoal sentirmo-nos: «Ao lermos um livro, tendemos a sentirmos/sentirmo-nos na pele de uma personagem.» Estou mais inclinada para o infinitivo impessoal, mas ainda assim queria saber a vossa opinião.
Qual a diferença entre as seguintes frases (sintaticamente): «Nós rimo-nos» e «Nós apresentamo-nos»?
Na frase «O sucesso do turismo beneficia todos», qual a formulação correta do verbo beneficiar: como escrevi, ou com o verbo precedido pela preposição a («O sucesso do turismo beneficia a todos»)?
Edito um site de variedades cujo nome é Pindaíba. Nele, entre outras coisas, divulgamos vários programas (culturais) gratuitos e baratos.
Ou o correto é: «nele, entre outras coisas, divulgamos vários programas (culturais) gratuitos ou baratos»
Ou o correto é: «nele, entre outras coisas, divulgamos vários programas (culturais) gratuitos e/ou baratos.»
Na dúvida, escrevo: «nele, entre outras coisas, divulgamos vários programas (culturais) gratuitos... e também os baratos.»
Explico a dúvida: não é possível ser ao mesmo tempo gratuito e barato.
— Gostarias de sair comigo hoje?
— Por que não?
Nesta situação, o «por que» escreve-se separado, ou junto?
Gostaria de saber qual é a forma correta: «As coisas correram melhor do que o que pensava», ou «As coisas correram melhor do que pensava»?
Gostaria que me esclarecessem acerca de uma dúvida relacionada com a regências do verbo insistir.
Exemplo:
1 – «Alguns insistiam que eu começasse a abrir os presentes.»
2 – «Alguns insistiam para que eu começasse a abrir os presentes.»
Qual dos exemplos é o correcto?
Consultei o Dicionário dos Verbos Portugueses, da Porto Editora, mas só refere o seguinte: «insistir – insistir em: inserir-se num contexto moral.»
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