Consultório - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
 
Início Respostas Consultório Área linguística: Semântica
Maria Teresa Dangerfield Tradutora Londres, Inglaterra 1K

Qual destas sequências, se alguma, está correta?

«Uma colcha branca de algodão, com cheiro a lavado», ou «uma colcha branca de algodão, com cheiro a lavada»?

Bem hajam! 

Gonçalo Castelo-Branco Estudante Oliveira de Frades, Portugal 1K

À porta de uma mercearia em Alverca lê-se num cartaz: «Há vinho da Calhandriz e pão da Arruda.»

Em conversa com alguns fregueses, constatei que é costume nas redondezas usar-se o artigo definido a (além das contrações preposicionais da e na) para fazer referência a estas duas povoações, sobretudo entre os nativos e os mais idosos.

Em todo o caso, quaisquer alusões a CalhandrizArruda (dos Vinhos) são-nos apresentadas, regularmente, e dependendo do contexto, de forma neutral.

Vejam-se alguns títulos do jornal O Mirante:«Um morto e 34 infetados em lar de Arruda dos Vinhos' (e não «'da' Arruda dos Vinhos»); ou «A Guarda Nacional Republicana emitiu um parecer de segurança negativo à instalação de duas novas caixas multibanco em Calhandriz» (e não «'na' Calhandriz»).

No entanto, e noutra edição, o mesmo jornal destaca: «Ser compositor e músico é ter uma profissão demasiado dura para não se gostar dela. Quem o diz é Telmo Lopes, [...] compositor natural da Calhandriz [....].»

Perante isto, deverão estes fenómenos linguísticos ser encarados como norma ou apenas como meros regionalismos? E qual é, na verdade, o género dos topónimos Calhandriz e Arruda dos Vinhos?

Agradeço à Comunidade Ciberdúvidas o apoio prestado, assim como a eficácia e a assertividade das vossas respostas.

Bernardo Monteiro Estudante Porto, Portugal 2K

No que concerne ao valor aspetual, surgiu-me uma questão.

Se considerarmos a frase «Ele leu um livro», estamos perante um evento durativo ou não durativo?

Neste âmbito, o segmento em apreço suscitou-me a seguinte pergunta: um ato perfetivo é necessariamente não durativo? Ou pode ser durativo?

Agradecido pela preciosa ajuda!

Armando Dias Reformado Lagos, Portugal 6K

A expressão «erro de simpatia» voltou a ouvir-se sobre o caso à volta do currículo do Procurador Europeu José Guerra, cuja categoria profissional erradamente atribuída a ministra da Justiça Francisca van Dunem considerou ser «um erro de simpatia». Ou seja, que julgo ser esse o sentido da expressão, que é desculpável e, portanto, não penalizável.

A minha dúvida é porém esta: qual a origem concreta da expressão «erro de simpatia»?

Os meus agradecimentos.

Gelson Juraszck Professor de História Frederico Westphalen, Brasil 1K

Qual seria a definição correta de teodidata?

Fernando Bueno Engenheiro Belo Horizonte, Brasil 3K

Examine-se a seguinte frase:

«O sucesso financeiro envolve não só uma inteligência prática, senão uma alta capacidade de controle emocional.»

Pode-se dizer que a conjunção senão tem um valor aditivo? Poderia ser substituída por como?

Obrigado.

Fernando Bueno Engenheiro Belo Horizonte, Brasil 5K

Minha consulta se prende às expressões expletivas do tipo «é que», «é onde», «é quando», das quais se diz que servem a dar ênfase a orações ou a termos de oração.

Observo, entretanto, que, a par da ênfase, tais expressões possam carrear um caráter de exclusividade. Se não, vejamos as seguintes frases:

«A prática da leitura gera conhecimento» (um dos fatores que geram).

«É a pratica da leitura que gera conhecimento» (exclusividade – somente a pratica da leitura, talvez por influência de uma estrutura tal como «Pode-se viajar, podem-se visitar museus ou conhecer pessoas, mas é a prática da leitura que gera conhecimento»).

«A sombra das montanhas de Minas conduz à reflexão» (também ela conduz).

«A sombra das montanhas de Minas é que conduz à reflexão» (somente ela conduz).

«Na praia de Copacabana é onde transitam belas mulheres» (é somente lá que transitam).

«Na praia de Copacabana transitam belas mulheres» (é também lá que transitam, aliás frase mais condizente com a realidade...).

Obs.: Quando de usa o advérbio mais ou o pronome indefinido mais, parece não haver alteração de sentido com o uso da expressão expletiva: «É na praia de Copacabana que transitam as mais belas mulheres»; «É a prática da leitura que gera mais conhecimento».

Gostaria de um exame a respeito, o qual desde já agradeço.

Djavan Naascimento Estudante Recife, Brasil 13K

Gostaria de saber o significado da palavra "afromimizento" , usada por Sergio Camargo, presidente da Fundação Cultural Palmares:

«Mutilação politicamente correta de obra literária, promovida por quem deveria defender o legado do bisavô. É crime! Nenhum preto pediu! Não vemos racismo na obra de Monteiro Lobato! Exceto afromimizentos, ínfima minoria, pretos odeiam a ridícula tutela da branquitude marxista!»

Duarte Manuel Alves Domingues Agricultor Valpaços – Lampaça, Portugal 9K

Tenho visto em alguns blogues a palavra «Eu nata de vila Real/Bragança, etc.».

Gostava de saber se esta palavra é de dois géneros.

Nos dicionários que consultei só me aparece nato no masculino. Sei que em latim tem dois géneros...

Obrigado.

Pedro Ludgero Professor Vila Nova de Gaia, Portugal 2K

Tomemos a frase:

«A minha avó beija como se estejam bombas a rebentar no quintal.»

Está gramaticalmente correta? Ou é forçoso usar "como se estivessem"?

Muito obrigado.