Consultório - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
 
Início Respostas Consultório Tema: Uso e norma
Markus Dienel Estudante Silves, Portugal 23K

É correcto dizer: «A batalha está sendo travada», como que dizendo «a batalha está em andamento», ou «a peleja está sendo pelejada» (inglês, «The battle is being held»)?

Mais: se o verbo travar vem do nome trave, como se explica que travar signifique, também, «começar, dar início a»; e «travar de» signifique «agarrar, lançar mão de»? Que travar signfique «fazer reduzir o movimento» é-me compreensível a partir do étimo da palavra; porém, naqueles dois casos, não vejo relação alguma entre o étimo do verbo e o significado que ao verbo é dado. Há aí alguém que possa esclarecer isto?

Muito grato.

Markus Dienel

Maria Vaz Professora Braga, Portugal 17K

Faz sentido que na mesma oração surjam um complemento direto e um oblíquo? Se sim, quais os verbos que podem pedir as duas funções sintáticas simultaneamente. São os transitivos diretos/indiretos?

Obrigada e continuação do excelente trabalho.

Mariana Rey Méndez Economista Buenos Aires, Argentina 17K

Queria saber qual é a diferença entre usar aumentar, acrescentar ou somar. Para que situações se tem de usar cada um?

Obrigada!

Mariana Dias Estudante Porto, Portugal 5K

O verbo pensar seguido de um infinitivo é regido pela proposição em? Exemplo: «O advogado pensou em recompensar o pobre.»

José Fernández López Arquivista Corunha, Espanha 10K

Em português é comum o uso do futuro de conjuntivo em orações de relativo. No entanto, tenho reparado no facto de haver também orações de relativo com presente de conjuntivo. Esta construção, normal em castelhano, é correta em português? Por exemplo, os pares de orações que se seguem estão todos corretos? Há alguma diferença de significado entre elas?

«Quem estudar hoje, não chumba.»/«Quem estude hoje, não chumba.»

«Os carros que estiverem na rua podem ser revogados.»/«Os carros que estejam na rua podem ser revogados.»

«Irei buscar-te onde estiveres.»/«Irei buscar-te onde estejas.»

Por último, esta frase de Almeida Garrett – «E quando venha a morte, será morrer por ti» – poderia ser «E quando vier a morte, será morrer por ti»?

Muito obrigado.

António Contreiras Técnico de ambiente e ordenamento do território Faro, Portugal 5K

Qual o significado (conceito) da palavra memória tal como aparece nos seguintes títulos [de obras da primeira metade do século XIX]1: «Memória sobre a descripção física, e económica do lugar da Marinha Grande, e suas vizinhanças pertencente ao Bispado de Leiria»2; «Memória politico económica em que se mostra a necessidade da conservação da Companhia Geral de Agricultura das Vinhas do Alto Douro…»; e «Corografia ou memoria economica, estadistica, e topográfica do reino do Algarve»?

Muito obrigado.

1 Manteve-se a ortografia original.

2 “Memoria sobre a descripção fisica e economica do lugar da Marinha Grande e suas vizinhanças”, in Memorias Economicas da Academia Real das Sciencias de Lisboa, Tomo V, Lisboa, 1815, pp. 257-277 (referência retirada de Saul António Gomes, Notícias e Memórias Paroquiais Setecentistas – 2. Marinha Grande, Palimage Editores e Centro de História da Sociedade e da Cultura, 2005, p. 31.

Isabel Besakai Professora de Português Pequim, China 9K

Encontrei uma frase e não sei qual a forma adequada dos verbos:

«E se eles ______ (ter) algum desastre? Não ______ (ser) melhor telefonar para a polícia?»

A chave que tenho é tiveram e seria, mas não sei porque é que não se usa conjuntivo no primeiro [espaço em] branco.

Obrigada.

Geobson Freitas Silveira Empregado público Bela Cruz, Brasil 13K

Quanto à construção abaixo, como classificar a locução «quanto mais» no contexto?

«Mal consigo andar agora, quanto mais correr, meu filho.»

Maria Tavares Bióloga Maputo, Moçambique 6K

Existe a palavra vagilidade em português? Está relacionada com a capacidade de movimento das plantas aquáticas; em inglês existem os termos vagile e vagility, cuja tradução não encontrei.

Angelica Mendoza Professora de Espanhol/Português Edmonton, Canadá 10K

Sei que o presente do indicativo pode também expressar ideia de futuro («Amanhã saio bem cedo» = sairei/vou sair). Mas me bateu a dúvida de se é correto usar o presente do indicativo numa frase como «se tenho tempo, vou com você ao cinema», quando se quer expressar condição no futuro – não atividade regular. O uso do futuro do subjuntivo me soa perfeito e melhor aos meus ouvidos: «se tiver tempo, vou com você ao cinema» (ou «irei», num contexto mais formal).

Dou aulas a falantes de inglês, que tendem a usar o presente do indicativo e não o futuro do subjuntivo. Acredito que minha exaustiva exposição ao inglês acabou por dificultar minha avaliação da frase.

Agradeço!