Eis o brilhante trecho final do não menos brilhante conto Marcha Fúnebre, de Machado de Assis:
«Quando veio a falecer, muitos anos depois, pediu e teve a morte, não súbita, mas vagarosa, a morte de um vinho filtrado, que sai impuro de uma garrafa para entrar purificado em outra; a borra iria para o cemitério. Agora é que lhe via a filosofia; em ambas as garrafas era sempre o vinho que ia ficando, até passar inteiro e pingado para a segunda. Morte súbita não acabava de entender o que era.»
Gostaria de saber o significado preciso da última frase («Morte súbita não acabava de entender o que era»). Seria a afirmação da real inexistência de uma morte súbita?
Agradeço desde já o esclarecimento.
Gostaria que me ajudassem a desfazer uma dúvida de há muito tempo: em bom português (de Portugal!), o substantivo mais correto para nomear “aquele que mantém” deverá ser mantedor, ou mantenedor? Os dicionários que consultei acabaram por adensar ainda mais a minha incerteza com cansativa guerra de palcos entre o PT e o BR.
Grato pela ajuda.
Na Idade Média, filhar significava roubar, tirar qualquer coisa a alguém. Em relação a uma tradução que estou a fazer de um livro de história de dinamarquês para português, e dado o contexto, "apetece-me" usar o termo filhar, uma vez que o enredo decorre na Idade Média. Será que me posso permitir o uso de filhar, mesmo que hoje em dia não conste dos dicionários?
Melhores cumprimentos.
Tenho dúvidas:
1) no contexto das habilidades manuais, qual seria a grafia correta: "dichavar"/"dechavar"/"dixavar"/"dexavar"?
2) dada a polissemia do verbo, será que tem jeito certo de escrever?
Os dicionários esqueceram essa palavra. Somente o ligeiro dicionarioinformal.com.br discorre sobre ela.
Aliás:
3) Será uma só, ou são várias palavras?
Muito grato.
Qual a forma correta de escrever a seguinte expressão?
«Bem haja a todos», ou «Bem hajam a todos»?
É comum aplicar a expressão «aviário de coelhos» para designar um viveiro de coelhos.
Esta expressão está correta?
Entendo que aviário é um viveiro de aves.
A criação de coelhos é a cunicultura, e a pessoa que se ocupa dessa criação é o cunicultor. Mas queria saber como se designa um espaço (viveiro) para a criação de coelhos.
Obrigado.
Qual a razão ou razões que justificam a preferência do uso de «junto de» ou de «junto a»?
De há uns anos para cá, tenho observado (nomeadamente na venda de apartamentos) o uso da expressão «em venda», em lugar da habitual «à venda». Está correcta? A mim, mais me parece um galicismo (en vente).
Cumprimentos.
Bem hajam pelo regresso!
Para assinalar este dia, gostaria de colocar uma questão em que tenho vindo a pensar nos últimos dias, que diz respeito à frase «A tentativa de meter os indianos a gostar de futebol». Acontece que me deparei com reações de forte repúdio, devido ao emprego do verbo meter. Bem sei que ao verbo está associado um vector de interioridade, mas, tendo em conta a variação semântica que o seu uso tem vindo a registar, a frase não pode ser considerada aceitável?
Obrigada e votos de bom trabalho!
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