Gostaria de colocar a seguinte questão: dada a falta de uma uniformização da transcrição do alfabeto cirílico para o latino, não será a fonética que deve prevalecer? Dou um exemplo, o antropónimo "Gorbachov"/"Gorbachev", em russo escreve-se com uma letra, o "ë" que tem o valor fonético de "yó", e que como tal faz com que o referido nome seja sempre lido como "Gorbachov" e nunca como "Gorbachev". No entanto, fico admirado com a tendência para a uniformização deste nome em português por "Gorbachev". O espanhol, por exemplo, grafa-o por "Gorbachov".
Na minha opinião, a grafia "Gorbachev" é errada já que na língua original, o "ë" é uma letra autónoma e distingue-se do "e".
Agradeço antecipadamente o tempo e as eventuais respostas.
Na expressão «mais o mar que eu nunca vi» oiço, por vezes, a forma antiga «mai-lo o mar...». Como se pode classificar gramaticalmente esta forma de expressão que, penso, tenha caído em desuso?
Lembro-me de que sempre vi escrita a denominação Média-Pérsia para designar a união dos medos e dos persas (o segundo grande império mundial), mas de uns tempos para cá tenho observado a estranha grafia Medo-Pérsia para referir-se ao mesmo império. Acho-a inusitada porque medo é adjetivo e Pérsia é substantivo. Julgo que o nome correto desse antiqüíssimo império deve trazer os dois substantivos: Média-Pérsia. Que dizeis?
Muito grato.
«As suas palavras trago-as escritas no coração.»
Estou a ter alguma dificuldade em analisar sintacticamente a palavra escritas, é um particípio passado, mas aqui tem função de atributo, ou de complemento circunstancial de modo? E morfologicamente é um verbo no particípio passado, ou adjectivo?
Tenho assistido a algumas conferências sobre arqueologia e tenho ouvido duas versões para a pronúncia da palavra "megalito". Umas vezes "mégalito" e outras vezes "megálito". Qual a forma correta?
Os meus agradecimentos pelo vosso esclarecimento.
Antes de mais nada, quero felicitá-los pelas cuidadosas e precisas explicações às dúvidas formuladas. Destaco os comentários sobre o plural de decibel. Magnífico!
Ilustra uma polêmica freqüente nas revisões de textos técnicos. Muitos técnicos e cientistas, principalmente no Brasil, acreditam que não precisam usar as regras da gramática portuguesa nos seus escritos técnicos. Nasce assim entre eles uma linguagem distorcida e idiossincrática num hermetismo até anticientífico. O mais comum é a criação de neologismos, principalmente, mal aportuguesados do inglês, para exprimir pensamentos já representados por vocábulos da nossa língua. Este é o caso da palavra “massivo”, cada vez mais usada no jornalismo brasileiro para traduzir “massive”, quando a tradução correta é maciço. Entre muitas outras, tenho encontrado “intervencionar” para exprimir intervir, “revegetar” para substituir replantar.
Depois de procurar em vão, como já esperava, por estes neologismos nos melhores dicionários de nossa língua, deparei-me na Internet com um "Portal da Língua Portuguesa" (Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior) que até conjugava o verbo “intervencionar”.
Pergunto, pois, quais as regras e os cuidados na criação de neologismos? É aceitável usar neologismos no lugar de palavras já existentes, mesmo que já figurem como tradução de termos estrangeiros nos melhores dicionários bilíngües? Qual a orientação sobre este assunto que posso ter ao fazer revisões nos textos técnicos?
Qual a origem do meu apelido, Catarino? O que significa?
Agradecida.
Qual a forma correta?
«As partes não chegaram a um consenso...»
ou
«As partes não chegaram em um consenso...»?
Grata.
Minha mãe e meu pai são portugueses e costumam falar a expressão: «cocó, ranheta e facada». Podem explicar-me qual o significado dessa expressão? O que significa cocó? O que significa ranheta?
Agradeço a ajuda.
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