Sobre amores e desamores no seio da política portuguesa, numa breve notícia da revista Vidas do Correio da Manhã (24/08/2024), escreveu-se erradamente «à segunda» com o verbo haver – «há segunda». Parece que o calor do mês de agosto não está só a afetar as relações amorosas em Portugal.
«A rentrée política marca – como é sabido – o reinício da atividade política após as férias de verão» – observa o consultor Paulo J. S. Barata a propósito de como se pronunciou o galicismo rentrée na cobertura televisiva da festa do Partido Social-Democrata (PSD) que teve lugar em 14 de agosto, na Festa do Pontal (Quarteira, Algarve).
O disparate da legenda ocorreu numa das transmissões televisivas da cobertura dos Jogos Olímpicos de Paris, mas nada garante que ele não se repita agora para os que se lhes seguem, os mal-denominados paralímpicos. Fossem só esses os tropeções afrancesados…
Na notícia de um jornal desportivo lia-se que, num jogo de futebol, uma equipa fez marcação "serrada" à sua adversária. A consultora Sara Mourato dedica um breve apontamento a mais um caso das armadilhas da homofonia, desta vez, à confusão entre cerrar e serrar.
No jornal em linha Notícias ao Minuto, lê-se que Mariana Jones foi distinguida com "mensão" especial. Podia ser um daqueles erros clássicos que ocorrem com palavras homófonas, se disso se tratasse, mas não é.
"Língua Somos Todos", no Diário de Notícias, da autoria de linguista e professora universitária Margarita Correia, era a única coluna regular na imprensa portuguesa sobre o idioma nacional, comum dos oito países lusófonos. Era, deixou de o ser. Ainda por cima, tratando-se de uma colaboração pro bono, diz tudo de um meio jornalístico onde os erros mais básicos de português até já foram objeto de dissertação académica.
«O "suposto"post põe Tavares a dizer "mesmo que em Portugal não hajam estatísticas desse tipo".»
Crónica da jornalista Bárbara Reis transcrito com a devida vénia da sua newsletter "Livre de Estilo", incluída no jornal Público, em 26 de junho de 2024. Texto escrito segundo a norna ortográfica de 1945.
Na SIC Notícias, no oráculo de uma notícia acerca do tempo de espera de documentos a que os imigrantes estão sujeitos, escreveu-se erradamente a locução prepositiva «à espera de» com o verbo haver. De facto, o uso do verbo haver e a burocracia com que se deparam os imigrantes já viram melhores dias em Portugal.
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