Pelourinho - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
 
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Registos críticos de maus usos da língua no espaço público.

Um jornal português teima em erros semelhantes em duas páginas consecutivas, confundindo vêm com veem (ou vêem, na anterior ortografia). Um apontamento de Paulo J. S. Barata.

«A Finlândia, que parece liderar os ortodoxos e bem comportados países do norte da Europa – pelo menos é assim que eles se vêm a si próprios – avisou mesmo os cipriotas para terem juízo e seguirem o excelente exemplo finlandês» (p. 3).

Além de polémico, um despacho publicado em Portugal apresenta numerosos erros que Paulo J. S. Barata escalpeliza no seguinte apontamento.

 

O tão falado Despacho n.º 47/2013/MEF, de 8 de abril, que proíbe os organismos públicos portugueses de efetuar despesa, com algumas exceções (pessoal, custas judiciais e contratos em execução), sem prévia au...

Já por aqui nos referimos à confusão recorrente entre a expressão «por ventura», que significa «por sorte», «por felicidade», e o advérbio porventura, que significa «possivelmente», «talvez», «por acaso», «por hipótese». Esbarrámos novamente com este erro numa notícia do Expresso sobre o recente <a href="http://www.oje.pt/noticias/economia/tc-chumbou-artigos-no-oe-de...

Paulo J. S. Barata dá conta de mais um caso de confusão entre sobre e sob, desta vez, com um resultado semântico totalmente absurdo.

 

 

«[…] aguaceiros sobre a forma de neve»¹

Obviamente que o que deveria ter sido dito era aguaceiros «sob a forma de neve», aguaceiros «em estado de neve». Ou seja, que foram submetidos a uma determinada ação ou efeito – a ideia de subordinação, de suje...

Uma reflexão à volta da palavra «complicado», uma espécie de muleta linguística usada nas mais variadas situações… de complexa, ou difícil explicação. Crónica do autor, no jornal i de 4 de abril de 2013.

 

Na popularíssima vox populi (é simples, barata, recompensa a preguiça e dá milhões), a palavra que mais se ouve é «complicado». As águas inundaram a casa, o preço da gasolina subiu, o vizinho matou a mulher? Complicado. Muito complicado.

Como se não constituísse já desgraça suficiente passar a ser conhecido para sempre como «a lavandaria da Europa» (ou da Rússia?), Chipre continua muito maltratado nas televisões portuguesas. Até aos naturais da ilha alguns jornalistas atribuíram um estranhíssimo gentílico — como se assinala nesta crónica publicada pelo autor no jornal "i" de 28 de março de 2013

 

Um clarificador apontamento do tradutor Miguel Magalhães, publicado no jornal Público de 23-03-2013, a propósito da generalizada utilização do artigo definido na designação de Chipre, nos media portugueses, como já aqui se assinalou.

Uma má viagem pelo verbo viajar

Paulo J. S. Barata depara-se com mais um caso da irritante confusão entre uma forma da flexão do verbo viajar e o substantivo viagem.

Deambulando pela programação televisiva que os canais por cabo portugueses disponibilizam, deparo-me com isto:


«Uma equipa de cientistas investiga um buraco no tempo que permite que criaturas pré-historicas e do futuro viagem no tempo provocando o caos no presente.»

Texto publicado no jornal i de 14-03-3013, numa  abordagem do autor ao (mau) emprego do verbo sedear na imprensa portuguesa. Tema que suscitou, já, anteriores controvérsias.
   

Num mundo sem Papa, não houve quem não escrevesse a expressão «sede vacante», que designa a diocese onde falta o prelado, por oposição à «sede plena», ocupada.

No rescaldo de incidentes entre adeptos de duas equipas de futebol, o presidente de um clube confunde cobertura com cobro. Paulo J. S. Barata assinala e analisa o erro.