Pelourinho - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
 
Início Português na 1.ª pessoa Pelourinho
Registos críticos de maus usos da língua no espaço público.
O bufete dos advogados

Deambulando pela programação televisiva disponibilizada pela Zon, dei com esta sinopse da série A Firma, que passa no AXN:

«Mitch McDeere, um jovem e brilhante advogado recém saído da faculdade de Harvard vê-se seduzido pelas promessas de um prestigioso bufete de advogados de Memphis. No entanto, passado pouco tempo de entrar, começa a suspeitar que algo estranho passa na tão ilustre firma» (A Firma, T. 1, Ep. 11).

Como do uso indevido do verbo saber, em certas declarações públicas, resultam em meras declarações de suspeições, de boatos e de pura intriga – nesta crónica do jornalista Wilton Fonseca, publicada no diário português i de 24 de dezembro de 2012.

 

Saber é como ser, tem significado pleno. «Eu sou» ou «eu sei» não requerem complementos nem deixam lugar a dúvidas. Mas há figuras públicas e jornalistas que não querem que assim seja.

Porquê

No final do jogo entre o Marítimo e o Sporting da Taça da Liga, ocorrido no dia 18 de dezembro de 2012, um dos comentadores da TVI dizia qualquer coisa como (cito de memória) «acompanhe o rescaldo do jogo já a seguir na TVI24». Ao ligar-me ao canal, referia o inserçor de caracteres da Zon:

«Taça da Liga – Pós Match. Com especiais Pós Match, para acompanhar o tempo que sucede a entrada em campo das equipas os debates, a analise e os resumos»?!

Vai-se mantendo e ocorre a espaços na comunicação social escrita a confusão entre mantém (3.ª pessoa do singular do presente do indicativo do verbo manter) e mantêm (3.ª pessoa do plural do mesmo tempo, modo e verbo). Numa notícia recente sobre as reformas dos funcionários públicos pode ler-se:

«[…] mas os funcionários que peçam a reforma até ao final do ano mantém as regras actualmente em vigor (63,5 anos de idade e a antiga fórmula de cálculo)» (Público, 7 de dezembro de 2012, p. 28).

Responder, acorrer, aconselhar e, principalmente, assistir o «vencedor do festival de asneiras» aqui apontadas, neste texto crítico à volta do mau uso de regência verbais na televisão portuguesa. No jornal "i" de 17/12/2012.

Num texto intitulado Para onde vais, Europa?, da autoria de José Rodrigues Branco, publicado na revista Share (dezembro de 2012, p. 24), pode ler-se: 

«Não será evidente que os países poderosos lucrarão em função da subserviência dos países que agora são colocados em cheque

«[…] escrever bem é saber cortar palavras, é saber reescrever textos, é ser breve. Ser contido nas palavras não implica ser simples ou superficial, mas antes saber utilizar as palavras certas e em poucas linhas transmitir a dimensão de um acontecimento.», como se aponta neste texto publicado no jornal i,  do dia 26 de novembro de 2012, que a seguir se transcreve na íntegra, com os devidos agradecimentos ao autor e ao diário português.

 

 

Nas Breves do Expresso de 24 de novembro de 2012 (Primeiro Caderno, p. 11) diz-se:

«AUTÁRQUICAS — Isabel Magalhães, independente, ex-bastonária de Jorge Sampaio em Cascais e ex-vereadora da oposição (eleita nas listas do CDS) no mandato de José Luís Judas, vai candidatar-se a Cascais.»

«Falar repetidamente» de um determinado assunto nada tem que ver com «falar consecutivamente» sobre esse mesmo assunto como se aponta neste texto publicado no jornal i do dia 19 de novembro de 2012, que a seguir se transcreve na íntegra, com os devidos agradecimentos ao autor e ao díário português.

 

Um  lagar posto a

Em matéria de língua portuguesa, basta estar atento e o insólito aparece mesmo nas situações mais inesperadas. Surge onde está a linguagem e esta está por todo lado. Um dia destes à mesa dei comigo a ler o contrarrótulo de uma garrafa de azeite Esporão. O texto rezava assim: