Pelourinho Um superlativo mais bem estudado, convinha... Qualquer bom aluno sabe que a forma melhor do advérbio bem não se utiliza antes do particípio passado dos verbos usados com valor adjetival, mas, sim, a forma analítica mais bem (mais bem feito, mais bem estudado, etc.). Não é, manifestamente, o caso ao lado assinalado1. Um caso, de tão repetido, que justificava, pois, uma melhor preparação. Era só o assunto estar mais bem estudado no jornal que erigiu o Acordo Ortográfico como fonte de todos os maus tratos à língua portuguesa. José Mário Costa, Maria Regina Rocha · 25 de junho de 2012 · 6K
Pelourinho Uma descrição pouco gratificante A confusão entre os substantivos descrição e discrição é muito comum nos jornais portugueses, pouco atentos a estes dois casos de palavras parónimas. Desta vez foi A Bola que, na sua edição online de 12 de junho de 2012, ao transcrever o comunicado de demissão do vice-presidente do Sporting, Paulo Pereira Cristóvão, referia: «Essa situação era do conhecimento de um grupo restrito de pessoas, às quais, desde já, agradeço a descrição mantida durante esse período.» (A Bola) Paulo J. S. Barata · 19 de junho de 2012 · 3K
Pelourinho // Pronúncia Um "Rónaldo" pegado de estaca Nada a fazer: o modismo do "Rónaldo", com o o artificialmente aberto, pegou de estaca no audiovisual português. José Mário Costa · 14 de junho de 2012 · 7K
Pelourinho Vêm por veem: um velho cliente A confusão entre os verbos vir e ver é recorrente mesmo na comunicação social escrita. Desta vez foi o Diário de Notícias (DN) que errou ao referir, numa pequena notícia sobre a proibição de as mulheres iranianas assistirem, em ecrãs gigantes, às transmissões públicas dos jogos do Euro 2012: «Os homens quando vêm futebol ficam excitados, tornam-se vulgares e até dizem piadas porcas» (DN, n.º 52 292, de 12 de junho de 2012, p. 35). Paulo J. S. Barata · 13 de junho de 2012 · 5K
Pelourinho Um riu-me que não é para rir Há uns dias numa entrevista ao jogador do Sporting Fito Rinaudo podia ler-se: «Eles vivem as coisas assim, com pressão mas para mim isso não tem pressão alguma. Se jogo uma final riu-me , pois já joguei no inferno, temos que nos adaptar.» (A Bola, 4 de junho de 2012). Paulo J. S. Barata · 11 de junho de 2012 · 4K
Pelourinho Parece(ria), mas não é… No semanário Expresso(Primeiro Caderno, n.º 2064, 26 de maio de 2012, p. 25), numa notícia sobre uma parceria entre a Cáritas e o Banco Espírito Santo, escreve-se: «Muitas das solicitações que chegam à organização “são para arranjar emprego”, conta Eugénio Fonseca. “Daí que haja uma componente de empregabilidade na pareceria com o Banco Espírito Santo" […]». Paulo J. S. Barata · 6 de junho de 2012 · 4K
Pelourinho Dracma: “ele” ou “ela”? Dracma “ele”, escrevem uns jornais, dracma “ela”, escrevem outros, a propósito de a Grécia sair ou não do euro. Texto publicado no jornal i de 25/05/2012. A Grécia sai do euro ou não sai? O euro e a Europa sobrevivem? Em meio a ciclópicas indefinições e labirintos de incertezas, saber se “dracma” é “ele” ou “ela” não parece importante. Mas convinha que os jornalistas estivessem de acordo. É uma questão de fé. Wilton Fonseca · 25 de maio de 2012 · 4K
Pelourinho Um intercâmbio (necessariamente) mútuo Numa entrevista publicada no Diário de Notícias (n.º 52 267, de 18 de maio de 2012, p. 56) e a propósito de uma eventual participação de árbitros estrangeiros na Liga Portuguesa de Futebol Profissional, o antigo árbitro António Garrido afirmava: «Sou favorável a que esses intercâmbios abranjam países como Itália, Espanha, Inglaterra… Mas atenção: o intercâmbio tem de ser mútuo, árbitros estrangeiros em Portugal e árbitros portugueses no estrangeiro.» Paulo J. S. Barata · 22 de maio de 2012 · 2K
Pelourinho Um anúncio abaixo da média O Instituto Superior de Economia e Gestão (ISEG) publicou no Expresso (Primeiro Caderno, n.º 2063, 12 de maio de 2012, p. 31) um anúncio com o seguinte texto: «Quem tem uma média acima da média merece o nosso reconhecimento. Quadro de Honra* do ISEG [Seguem-se os nomes] *Licenciados com media igual ou superior a 16 valores entre 1915/1916 e 2010/2011. Paulo J. S. Barata · 15 de maio de 2012 · 4K
Pelourinho Ser mais ou menos favorito... Há adjetivos que, pura e simplesmente, não admitem graduação. É o caso de favorito. Ou se é ou não se é, como escreve o jornalista Wilton Fonseca, neste texto publicado no jornal "i" de 11/05/2012. Ao longo da campanha [das presidenciais, em França], à medida que o domingo eleitoral se aproximava, François Hollande passou de “candidato” a “favorito”, de “favorito” a “mais favorito” e finalmente a “cada vez mais favorito” (“Público”, dois dias antes das eleições). Wilton Fonseca · 11 de maio de 2012 · 3K