Há erros que acontecem a todos. Há erros que acontecem aos melhores. Mas num jornal que se reclama ser de referência como o Diário de Notícias há erros que não devem, não podem, acontecer.
Na edição de 9 de fevereiro (p. 36), numa notícia relativa ao jogo da Taça de Portugal entre o Nacional da Madeira e o Sporting, escreve-se:
«É que há falência técnica, poderia juntar-se a falência desportiva, pois o campeonato há muito que deixou de ser um objetivo […].»
Onde está a forma do verbo haver (há), assinalada a amarelo, deveria estar a contração da preposição a com o artigo definido a (à). Neste caso, porém, o erro é ainda mais incompreensível pela simetria das duas primeiras partes da frase – à (falência técnica) junta-se a (falência desportiva) – e porque na terceira se utiliza corretamente a mesma forma do verbo haver (há muito deixou de ser).
A dificuldade em distinguir há de à é mais comum do que se pensa. Em caso de dúvida, substituir à por «a uma» e verificar se a frase continua sintaticamente correta, ou substituir há por «existe», e verificar o sentido da mesma, resolve a maior parte das situações.