Diversidades - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
 
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Textos que versam sobre as variedades nacionais e regionais do português.

A expressão "Ide e multiplicai-vos" pode neste momento ter pouca aplicação entre as populações humanas da Europa Ocidental, com as suas pirâmides populacionais invertidas, mas há que convir que noutros domínios os conselhos bíblicos são tomados absolutamente à letra. O caso dos livros escolares é um deles.

No Dicionário Brasileiro da Língua Portuguesa, de António Joaquim de Macedo Soares, 1888, «bunda» é definida como «o assento, as nádegas, palavra chula para os portugueses mas popular no Brasil, e por isso muito aceitável».

Popular e aceitável na oralidade, sim, mas pouco usada na escrita. Só agora, recentemente, a bunda tem vindo a assumir o merecido lugar que lhe compete nos «mídia» e nos trabalhos académicos, com teses de doutoramento e mestrado. Um verdadeiro fenómeno. Fenómeno que...

Está escrito no Código Penal e transcrito nos talões de cheques de vários bancos: "Incide em crime de estelionato aquele que emite cheque sem suficiente provisão de fundos...".

O que significa "provisão"? Os dicionários dizem que é sinônimo de "provimento".

Em "provimento", encontra-se "ato de prover", portanto "provisão" também é "ato de prover". E em "prover" encontra-se extensa lista de significados, que inclui "fornecer, suprir, munir, abastecer".

O BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) classificou as propostas técnicas de quatro consórcios na primeira fase da licitação para a avaliação e modelagem das empresas estatais de telecomunicações, que deverão ser privatizadas ainda no primeiro semestre deste ano. Foram classificados os consórcios Telebrasil 2000 (liderado pelo Banco FonteCindam), Telebrasil (liderado pela Metal Data Engenharia e Representações Ltda.), Brasilcom (liderado pela Salomon Brothers Inc.) e Arthu...

A INSISTÊNCIA de um certo humor televisivo lisboeta na exploração das particularidades fonéticas do modo de falar do Porto é eficaz como caricatura, mas tem o inconveniente de apresentar uma visão redutora de um fenómeno extensível a todo o País, e não exclusivo de uma dada região. O facto de ser o Porto a fonte inspiradora da graça a partir dos sons das palavras poderia ter várias explicações de raízes sociológicas, logo a começar pela natural rivalidade entre os dois principais centros urba...

Imaginei, até há não muito tempo, que só o fundamentalismo de certos leitores podia fazer dos erros gramaticais na Imprensa um verdadeiro drama, senão uma questão de Estado.

Semanas e semanas a fio, recebi cartas a denunciar as torturas a que é sujeita a língua portuguesa e não comentei. Apontaram-me erros de palmatória que aparecem diariamente e fiz por esquecer. Chegaram até a perguntar-me quais as habilitações mínimas para se escrever nos jornais e, naturalmente, fingi que não dava ...

Fiquei genuinamente satisfeito pela atribuição do Prémio Nobel da Literatura a José Saramago. Por ele e pela língua portuguesa.

Por ele: embora o personagem não me seja inteiramente simpático, e tenha detestado e combatido a sua passagem pela direcção do Diário de Notícias, confesso que há aspectos na vida dele que me suscitam um profundo reconhecimento. Desde logo pela sua afirmação cultural individual: José Saramago nada deve ao sistema escolar português selectivo, elitista e abundan...

Entre Portugal e o Brasil tudo nos liga nada nos separa. A não ser a língua (e já agora os dentes). É um fosso abissal, e para prová-lo Mauro Villar escreveu o "Dicionário Contrastivo Luso-Brasileiro" com mais de 12 mil verbetes. De posse destes dados, Millôr Fernandes construiu dois textos em "lusitol" e depois traduziu o mesmo para "brasilol". É o que se segue:

Com sensibilidade, Inácio Bicalho e João P. Jorge leram-nos a sina das línguas, este mais do que aquele, num discurso ontológico. Faz sentido no actual período da História, para nos recordar a evidência esquecida de que o inglês, língua do império dominante, também há-de morrer. Diria que esta tese é oposta ao assomo do mosquito de Nietzsche. Ele, ser para nós insignificante, "imita" o anglo-saxónico, que se imagina o centro do mundo. Mas isso, afinal, quer no anglo-saxónico, quer no mosquito...

Nas duas primeiras reuniões da Assembleia de Freguesia, após as eleições autárquicas de Dezembro do ano findo, foi discutida a grafia do nome da nossa terra, Cavez: uns, porque se escreve com z, Cavez; outros, porque se escreve com s e acento circunflexo, Cavês.