Diversidades - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
 
Início Outros Diversidades
Textos que versam sobre as variedades nacionais e regionais do português.
Iberofonia e pan-iberismo
Conceito e definição das línguas e culturas dos países ibéricos.

Depois de uma longa carreira profissional e de pesquisa, o académico espanhol Frigdiano Álvaro Durántez Prados publicou o livro Iberofonia e Pan-Iberismo. Definição e articulação do Mundo Ibérico, que se encontra agora disponível em formato PDF. 

Nesta obra o autor destaca a potencialidade das duas principais línguas ibéricas, espanhol e português estão na base do Espaço multinacional de países de línguas espanhola e portuguesa, o chamado "Espaço Pan-Ibérico" ou "Iberofonia", que corresponde em grande parte à soma da Comunidade Ibero-Americana das Nações e da Comunidade dos Países da Língua Portuguesa.

Como dizer a mesma palavra <br> em mais de 3 mil línguas e dialetos do mundo
Português contemplado em mapa interativo

O maior banco de dados do mundo de associações lexicais entre línguas – disponível na plataforma CLICS – concebeu um mapa interativo onde é possível fazer a comparação de diferentes palavras em redor do planeta que têm o mesmo significado. O português é um dos idiomas contemplados

Qual é a língua mais antiga do mundo?
Continuidade e mudança linguísticas

«Qual é a língua mais antiga do mundo?» – é a pergunta que intitula e desencadeia as considerações que o tradutor, escritor e professor universitário Marco Neves escreveu no blogue Certas Palavras (02/08/2018) e mais tarde incluiu num livro de sua autoria, Palavras que o Português Deu ao Mundo: Viagens por Sete Mares e 80 Línguas, editado em 2019 (ver apresentação na Montra de Livros; manteve-se a ortografia do original transcrito, que não segue o Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa de 1990).

Porque querem os galegos ver televisão portuguesa?
Uma reclamação bem antiga
Por Marco Neves

A emissão canais de rádio e televisão portugueses na  Galiza faz parte do acordo de governação em Espanha entre o PSOE e o Bloco Nacionalista Galego. Como escreve neste artigo* o professor universitário e tradutor português Marco Neves autor do livro O Galego e Português são a mesma Língua?  trata-se de uma reclamação antiga do parlamento  galego que em 2014 aprovou  uma lei que incentivava o ensino do português e a recepção das televisões portuguesas no território. Na imagem a desembocadura do rio Minho e a margem portuguesa vistas do Monte de Santa Tecla, na Guarda, Galiza (fonte: buscarutas.com).

* No blogue do autor Certas Palavras.

E se falássemos todos a mesma língua?
Teríamos um um mundo mais pacífico?

«As diferenças entre línguas – escreve nesta crónica* o professor universitário e tradutor português  Marco Neves – picam a criatividade humana de maneira diferente. Só para dar um exemplo muito nosso: Camões nunca teria escrito Os Lusíadas noutra língua, pois o ritmo, o vocabulário e as rimas da nossa língua levaram-no por certos caminhos. No fim, criada a obra, pôde ser traduzida para as outras línguas. É apenas um exemplo, mas um exemplo que mostra como a diversidade linguística enriquece todas as culturas, através da faísca criativa do contacto entre línguas — e ainda através da tradução, que traz obras criadas numa língua, com a sua maneira de levar os falantes a dizer certas coisas, para as outras línguas. (...)»

A influência do português na língua indonésia
A memória de um contacto com 500 anos

Na língua oficial da Indonésia, a bahasa (língua) indonésia, bandeira, boneca e Natal são, respetivamente, bendera, boneka e... Natal. A parecença, que chega à réplica, não é fruto do acaso; pelo contrário, são testemunhos de uma época – século XVI e parte do século XVII – em que a língua portuguesa (talvez em modalidades simplificadas)  funcionava como língua de comunicação na administração e no comércio no sueste da Ásia. Tudo isto explica as coincidências que surpreendem os dois participantes no vídeo que aqui se apresenta, um registo do SBS National Language Competition, concurso organizado pelo canal de rádio australiano SBS Radio para incentivar e promover o gosto pelas línguas estrangeiras na Austrália.

O patoá de Macau, uma língua em risco
E uma mulher macaense de 103 anos que ainda a fala
Por South China Morning Post

A cidade de Macau é hoje mais conhecida pelos seus casinos, mas há 20 anos era uma colónia administrada pelos Portugueses, que aí permaneceram durante mais de 400 anos. Muitos dos comerciantes portugueses casaram com mulheres chinesas, e os filhos criaram uma gastronomia, uma cultura e uma língua características. No entanto, este grupo mestiço, conhecido como Macaenses, constitui menos de 1% da população de Macau, e a língua que falam está moribunda. Segue-se a tradução de um artigo em inglês sobre o patoá, uma língua falada em Macau pela comunidade macaense, que detém uma dupla herança: a portuguesa e a chinesa do sul. Um trabalho da publicação digital Goldthread (14 de março de 2019) e na versão em linha do South China Morning Post (edição de 19 de setembro de 2019).

 

 

 

As mulheres lideram a mudança linguística há séculos
«Seguem mais a norma linguística do que os homens e falam e escrevem com maior correção»

Há estudos que apontam que as mulheres são falantes mais inovadoras do que os homens, conforme se dá conta no texto a seguir, traduzido de um original em espanhol, da autoria do jornalista Jaime Rubio Hancock, que o publicou em 16 de setembro em Verne, um sítio eletrónico associado ao jornal El País.

As siglas mais usadas  pelos escreventes apressados
Zero no rigor gramatical, tudo pela rapidez em internetês

No mundo globalizado em que vivemos, e em que o uso da Internet é uma constante, são crescentes os termos de uma  nova linguagem, característica das redes sociais e plataformas de troca de mensagens (WhatsApp, Skype, Viber, etc.). Esta linguagem – o  internetês, na gíria do meio – é partilhada por muitos e permite que a comunicação se faça de forma mais rápida, fácil e eficaz, visto que reduz a siglas muitas palavras e "causas" – desde  o recentíssimo #MeToo, ao  ASAP,  ao  LOL ou ao  SQN. O pior é o português que se vai lendo...

Ciganos: parte da nossa história <br> e do nosso futuro
Marcas do caló no português europeu

Com «uma plateia de umas largas dezenas de ciganos portugueses, homens e mulheres praticamente em paridade, jovens e mais velhos, de diversas formações e trajetórias», o historiador e político português Rui Tavares descobre o legado deste grupo étnico na língua falada em Portugal. Gajo e o próprio termo calão são palavras que documentam o contacto com o caló, a língua tradicional dos Ciganos. Crónica assinada por este autor na edição do jornal Público de 9 de setembro de 2019 e aqui transcrita com a devida vénia.

Na imagem, Cigana com menino, de Adelino Ângelo (n. 1931), Museu de Lamego (fonte: MatrizNet).