Pelourinho - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
 
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Registos críticos de maus usos da língua no espaço público.

A Sogrape é um dos maiores e mais consagrados produtores de vinho nacionais. Está presente não apenas nas principais regiões vitivinícolas portuguesas, mas também já na Argentina, na Nova Zelândia, no Chile. Nunca, aliás, bebi um vinho da Sogrape que me decepcionasse. Posso gostar mais ou gostar menos do perfil, mas nunca me aconteceu não gostar de um vinho Sogrape, achá-lo um mau vinho ou sequer regular.

A propósito da mais recente polémica sobre a arbitragem no futebol português, numa crónica intitulada A estranha sensibilidade cromática de João Ferreira, publicada no Diário de Notícias de 23 de Agosto de 2011 (p. 36), pode ler-se: «Mas seria pouco sério aproveitar isso [a arbitragem] para apontar o dedo ao Sporting neste inesperado boicote promovido pelo árbitro João Ferreira e secundarizado pelos demais juizes do futebol profissional no pior exemplo corporativista do sector.»

A notícia com maior destaque da primeira página do Expresso de 20 de Agosto de 2011 diz respeito às recentes promoções indevidas ocorridas nas Forças Armadas Portuguesas. No seu desenvolvimento, na página 8, reproduz-se a imagem de dois ofícios, um do Ministério das Finanças e da Administração Pública e outro do Ministério da Defesa Nacional. A propósito da reprodução do último desses ofícios, no texto da notíc...

Não fora a repetição e nem traria este inc(o)umprimento para aqui. O que mostra bem como já baixámos as guardas em relação a este tipo de erros. Num dos destaques da edição de 8 de Agosto de 2011 (p. 3) do Diário de Notícias (DN) abordava-se a situação das bolsas europeias motivada pela descida do rating dos Estados Unidos da Améric...

Ainda agora [em Portugal] se apontou o mau exemplo das páginas em branco, propositadamente em branco e assim assinaladas, nos boletins dos exames nacionais. Houve quem fizesse as contas e chegasse às mais de duzentas mil folhas desperdiçadas. Obcecados por números e oscilações bolsistas, os críticos não perceberam o “momento Mallarmé” que era oferecido aos alunos.

«Para os repórteres portugueses que marcaram presença na conferência [de imprensa, em Londres] e, certamente, para quem assistiu, em Portugal, via TV, à apresentação de [André] Villas-Boas, o desconsolo inevitável de ...

«A exposição do BCP-Millennium à divida grega é de 700 milhões [de euros], menos de 1 por cento dos seus activos, que são 100 biliões. (…) Comparados com os 140 biliões de divida grega que tem o BCE e, até, os 60 biliões detidos pelos bancos alemães…»

Carlos Santos Ferreira, presidente do BCP-Millennium, TVI, 19/06/2011

Vivemos num quotidiano pejado de siglas e de acrónimos. Porventura pela profusão de organizações, planos, programas, projectos, porventura pela rapidez com que tudo ocorre, porventura também para poupar espaço e/ou evitar as repetições. Não há praticamente jornal, revista, ou até livro, que esteja imune a este fenómeno. E nesse uso vale quase tudo, boas e más práticas: usar apóstrofo para os(as) pluralizar, colocar entre parêntesis a primeira vez que ocorrem ou nem isso, lexicalizá-los(as) de...

Na secção Cartas do semanário Expresso, de 28 de Maio de 2011, uma leitora, escrevendo sobre a crise que se vive Portugal, invoca o recente filme de Roland Joffé,...

Quando, num texto, uma gralha é particularmente danosa, costumo utilizar a frase: «isso não é uma gralha, é um corvo», jogando aqui com o duplo sentido da palavra. Admito que a use por os corvos serem aves de maior porte do que as gralhas e necrófagos, portanto, particularmente nefastos. Não sei sequer onde ouvi a expressão, ou quem a cunhou, mas costumo usá-la.