Não fora a repetição e nem traria este inc(o)umprimento para aqui. O que mostra bem como já baixámos as guardas em relação a este tipo de erros. Num dos destaques da edição de 8 de Agosto de 2011 (p. 3) do Diário de Notícias (DN) abordava-se a situação das bolsas europeias motivada pela descida do rating dos Estados Unidos da América efectuada pela Standard & Poor´s. Para ilustrar as classes de rating, de CC a AAA, e o posicionamento de diversos países nas mesmas, o DN apresenta o BBB- como sendo uma notação «com risco de incomprimento», o BBB+, também «com risco de incomprimento», o A+, ainda «com risco de incomprimento», o AA-, «sem risco de incomprimento», o AA, também «sem risco de incomprimento», e o AA+, ainda «sem risco de incomprimento». Ou seja, por seis vezes, na mesma figura e na mesma página e com algum destaque, se repete o erro. Caramba! Por onde terá andado a revisão do DN naquele dia?! E qual será o comprimento deste erro?! E, se existisse um rating para os incumprimentos em matéria de língua portuguesa, que classificação mereceria esta edição do DN?! Nem o faco de ambas derivarem de duas parónimas – ou seja, de palavras com grafias e sons semelhantes e, por isso, passíveis de confusão, como são cumprimento, significando observância ou saudação, e comprimento, significando distância, tamanho, grandeza justifica tal erro, já que incumprimento – isto é, não cumprimento ou falta de cumprimento – é palavra que integra o léxico, mas incomprimento sequer existe. Bastaria, pois, ter o cuidado de accionar um comum corrector ortográfico para o detectar.