Pelourinho A «arruada» da campanha A recente campanha eleitoral autárquica [em Portugal] afinal sempre nos trouxe uma boa novidade. Uma palavra nova que de um momento para o outro entrou no nosso vocabulário. Trata-se da palavra «arruada», que não conhecia. De repente, a dita «arruada» aparece repetida até à exaustão em todas as televisões. Assim é o mimetismo dos meios de comunicação social dos dias de hoje. Um diz e os outros copiam. Mesmo que não saibam muito bem o que é. Adiante. Interessa é alinhar com a moda. E achar... Paulo J. S. Barata · 17 de outubro de 2005 · 3K
Pelourinho A praga do «é suposto» Aos poucos, a moda do «é suposto» instalou-se. Não deixa de ser curioso verificarmos a rapidez com que se tem propagado esta expressão, cópia da construção inglesa «it’s supposed». Uma verdadeira praga! (...) Maria João Matos · 15 de outubro de 2005 · 10K
Pelourinho A moda dos sons aspirados à inglesa Sobre a moda, em Portugal, de os "tês" e de os "dês" se dizerem à inglesa, neste apontamento do professor Carlos Rocha . Carlos Rocha · 7 de outubro de 2005 · 5K
Pelourinho Bicha, esse animal em vias de extinção Não estou a fazer nem a apologia nem a condenação do calão. Ele faz parte da língua. Aliás, ele faz parte da riqueza e da expressividade da língua. Quem nunca se socorreu do calão no momento certo, atire a primeira pedra! Há até subterfúgios para o utilizar – melhor dizendo, sugerir – em locais inapropriados para o seu uso. «Diga arroz, que também tem dois erres», costumava ouvir-se na emergência de uma situação em que o calão se justificaria como válvul... Maria João Matos · 30 de setembro de 2005 · 6K
Pelourinho "Pólo" amor de Deus!... «Os "P[ô]lo" Norte estão de volta», anunciou o locutor da Antena 1/RDP, numa daquelas promoções para isto e para aquilo da rádio pública portuguesa. Foi com alguma dificuldade que percebi a frase. Levado pelo meu interesse pelo português antigo, até julguei que alguém estava de regresso "polo" norte, como se, subitamente, o locutor tivesse pretendido evocar o nosso passado galego-português. Bastava recordar que a contracção de por com o artigo definido mas... Carlos Rocha · 22 de setembro de 2005 · 3K
Pelourinho Injustiçada?! Não, obrigada Trata-se de um termo muito em voga actualmente, mas cujo uso me causa ainda uma certa estranheza e ao qual até hoje não consegui aderir. Ouvi há tempos uma conhecida entrevistadora perguntar ao seu interlocutor: «Sente que foi injustiçado?» Ao que ele respondeu: «Não, não me sinto vítima de injustiça.» Obviamente que esta personalidade possui uma sensibilidade para a língua que a entrevistadora não revela. O te... Maria João Matos · 16 de setembro de 2005 · 5K
Pelourinho Figo em estilo castelhano Metade do país florestal consumindo-se nas chamas de mais um Verão só não igual aos anteriores porque, desta vez, nem casas de zonas urbanizadas escaparam a esta cadeia infernal de tudo se repetir sempre para pior, e a notícia da apresentação de Luís Figo no Inter de Milão até passaria despercebida. Mas como Figo até justifica maior relevância do que as trepidantes férias do desaparecido primeiro-ministro algures num safari africanista, houve mesmo aberturas com ele nos telejornais de sábado. Ta... José Mário Costa · 11 de agosto de 2005 · 2K
Pelourinho 'Hêlena', 'hêrói', 'êxame'??! O e átono no início de palavra, antecedido ou não de h e seguido ou não de r, tem valor de i – e não, como se ouve tão frequentemente na televisão, na rádio, e, até, em algumas pessoas "cultas. pronunciarem 'Hêlena', 'êfectuar', 'êleição', 'êdição', 'êmissão', 'êxacto', 'êxame', 'êxemplo' 'hêrói', etc. etc. Maria João Matos · 23 de junho de 2005 · 3K
Pelourinho Koeman servido à hora do jantar… em espanhol Logo na sua apresentação oficial, em Lisboa, como novo treinador do Benfica, o holandês Ronald Koeman1 deu nas vistas ao expressar-se num castelhano impecável. Na pronúncia como na fluência do vocabulário da língua de Cervantes. "Hablaba" a sua vivência de mais de dez anos em Espanha, como jogador do Barcelona. Melhor: "hablaba" o que em Espanha é uma obrigação natural para qualquer estrangeiro, trabalhe ele no ramo em que trabalhar. E nada tem que ver com a propalada inépcia dos espa... José Mário Costa · 9 de junho de 2005 · 5K
Pelourinho Do "… years ago" ao "há anos "atrás"" A redundância do "há anos "atrás"", está visto, pegou de estaca. Começou por ser tique de linguagem. Depressa virou modismo generalizado entre políticos e comentadores televisivos. E, agora, até já foi adoptada por escritores… da moda. Dir-se-á que há tropeções na gramática bem mais lesivos para a língua portuguesa. Mas, convenhamos, o seu uso (e o seu abuso) não é propriamente o melhor certifi... José Mário Costa · 6 de junho de 2005 · 5K