Pelourinho - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
 
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Registos críticos de maus usos da língua no espaço público.

Marcelo Rebelo de Sousa é um comentador de acontecimentos políticos, protagonista de um programa intitulado "As Escolhas de Marcelo", emitido aos domingos no primeiro canal da televisão pública portuguesa, RTP. No último domingo, dia 17 deste mês de Abril, resolveu alargar o âmbito do seu comentário e criticar erros de políticos na utilização da língua portuguesa. Mas... diz o povo, no seu entendimento de séculos, «Olha para ti e fica-te por aí» ou «No melhor pano cai a nódoa». E desta vez caiu....

Numa daquelas desatinadas intervenções que caracterizaram a cobertura mediática da morte do papa João Paulo II um pouco por todas as latitudes1, duas repórteres da televisão pública portuguesa, RTP, referiram-se assim ao que ouviam e davam a ouvir: «Os sinos repenicam», dizia a que se encontrava junto da Igreja de São Nicolau, em Lisboa; «os sinos repicam», notava a que presenciava o funeral realizado em Roma. O erro não foi só da primeira, no emprego do repenicar, em vez da ...

A transportadora aérea portuguesa, TAP, segundo o semanário "Expresso", passará a chamar-se TAP Portugal, deixando cair o "Air" da anterior denominação (que era TAP Air Portugal). Passará assim a ficar, apenas, TAP Portugal. A iniciativa, ao que se lê nas explicações oficiais, nada tem que ver com as críticas que, na altura, se fizeram ouvir quando a TAP entendeu que o "Air" passava melhor nos ares da anuncia...

«-ministro distribui retrato pelas embaixadas depois de demitido». «-feira [Santana Lopes] inaugura o tribunal de Sintra, vai a três concelhos de Coimbra (...)». «(...) Ainda que, pelo menos, se tenha queimado o 2 de um partido?»

(...)

Uma Samatra de cinco séculos

Sobre a variante inglesa Sumatra e o vernáculo  português de quase cinco séculos Samatra.

A cobertura das televisões portuguesas da catástrofe que devastou as zonas costeiras de pelo menos dez países da Ásia do Sul e do Sudeste, depois do sismo marítimo ao largo da ilha de Samatra, no penúltimo domingo deste para sempre de tão má memória 2004, trouxe, de novo, a enxurrada dos despautérios destas ocasiões. E lá se voltou a tropeçar na tragédia e na calamidade "humanitária", mais o "terramôto" e "marmôto", os "cadávres" para aqui e os "cadávres" para ali...

Por acasos que só o acaso poderá explicar, duas mulheres estão muito em foco nos dias que correm em outros tantos processos judiciais ultramediáticos, em Portugal. É uma mulher quem preside ao julgamento do chamado "caso Casa Pia", no primeiro, e, no segundo, é outra mulher quem dirigiu os interrogatórios a vários árbitros de futebol e ao presidente do FC Porto, Pinto da Costa, no âmbito da operação "Apito Dourado", desen...

A mania de se pronunciar à inglesa tudo e nada já levou a absurdos como o "mídia", o “/aiten/” (item, do latim ‘item’) ou o Al-Qaeda. A última, num anúncio que corre actualmente na rádio em Portugal, é dizerem “/saiber(café)/”, em vez do comezinho cibercafé. Como cibernética; ou ciberespaço; ou, já agora, Ciberdúvidas...

Pelo amor de Deus, porque temos de ouvir professores (mestres e doutores, inclusive) pronunciando a palavra pneu como se houvesse um e entre o p e o n (assim: "peneu")?

E fazem-no de peito cheio!!!

Porque não falam "pesicólogo", "pesiquiatra", "peneumologista", "pesicopedagoga", etc?

 

Cf. A pronúncia de obcecado e pneu (em Portugal e no Brasil) + Pronúncia: pneu + Pneu: uma sílaba

Queixou-se o dr. Pedro Santana Lopes de não ter sido ele quem "despoletou" o terramoto político que abala Portugal desde que se soube que o primeiro-ministro, Durão Barroso, trocara Lisboa por Bruxelas, para assumir o cargo de presidente da Comissão Europeia. Mas foi ele quem, desastradamente, voltou a confundir a espoleta com a cavilha. Confiemos que os danos se reduzam aos cabeçalhos do...