Pelourinho O português na rádio e na TV É sabido que a especificidade de cada meio de comunicação condiciona a transmissão da mensagem - até para que não se perca a sua eficácia. E que, por via disso, se impõe uma tolerância no uso aprimorado da língua no que se refere à rádio e à televisão - só assim, aliás, é que os puristas da gramática ainda conseguirão premir o botão do "on"… Mas o mau português tem de ser banido dos audiovisuais (nos jornais o problema não é tão chocante). É que, de facto, são demasiados os pontapés no portug... Alexandre Praça · 28 de dezembro de 2005 · 3K
Pelourinho O abstruso Pais "Natal" Será assim tão difícil entender que o vocábulo natal – seja na acepção de substantivo (o Natal) ou de adjectivo (terra natal) – flexiona-se sempre em número ( os Natais, terras natais)? Não obstante o óbvio e o que aqui (há anos!...) se regista, lá voltámos a ouvir nas televisões portuguesas o abstruso Pais “Natal”. A época bem convida à tolerância, mas francamente!... José Mário Costa · 13 de dezembro de 2005 · 4K
Pelourinho "/Téni/"?! Ténis é um exemplo de palavra que surge por extensão de um determinado conceito. Do desporto (o ténis) e dos sapatos próprios para o praticar (sapatos de ténis), a palavra estendeu-se aos sapatos que servem para praticar desporto em geral, a que normalmente chamamos "ténis". Portanto, quando dizemos «tenho uns ténis novos», no fundo estamos a omitir uma parte da expressão «tenho uns (sapatos de) ténis novos». O mesmo acon... Maria João Matos · 25 de novembro de 2005 · 6K
Pelourinho Mais atenção às palavras «Palavra dada, escritura assinada», «a resposta branda, a ira quebranta» são dois exemplos de ditados populares que revelam a força dos palavras. A sabedoria popular consagra também que «palavras leva-as o vento». Como as palavras são muitas, há-as para todos os gostos as que se perdem e as que têm, ou são ditas como se tivessem, efeitos na acção. Estes podem ser visíveis na acção de outrem, mas também podem delimitar quadros de pensamento. Um ministro francês, Nicolas Sarkozy, falou em escumalh... José Carlos Abrantes · 21 de novembro de 2005 · 3K
Pelourinho A (des)autorização do erro e do desleixo Erros primários de concordância (e logo na primeira página): «Os cavalos Przewalski, a única espécie equina actual que reúne características primitivas, pode voltar ao Côa.» Ou: «Para o catedrático, boa parte destes problemas têm origem na sobreposição de situações de exclusão social, de segregação residencial e de fenómenos de rejeição de origem nacionalista e/ou racista (...)». Ou, ainda, gralhas impensáveis (na última página, em corpo de letra avantajado): «Acha que os pifese... José Mário Costa · 14 de novembro de 2005 · 2K
Pelourinho Os gramas da pequena infanta A infanta Leonor de Espanha nasceu com 3 540 g (por extenso, três mil quinhentos e quarenta gramas). O locutor de serviço, na RTP, ao transmitir a notícia, contornou airosamente a leitura do peso, não fosse o diabo tecê-las, e arredondou-o para 3,5 quilos. Já a repórter que nos falava de Madrid foi menos cautelosa… e lá vieram as quinhentas gramas… Pois é, à semelhança das outras unidades de medida, como ... Maria João Matos · 4 de novembro de 2005 · 4K
Pelourinho // Gralhas "Fornia", ou a consagração da gralha O ser humano, enquanto falante e enquanto escrevente, usa, muitas vezes, de forma inadequada determinadas palavras. Ou então pronuncia-as ou escreve-as incorrectamente. Com as novas tecnologias consagram-se, muitas vezes, lapsos antigos ou surgem outros novos.Perguntaram-me, há dias, o que significava a palavra "fornia". Depois de pesquisar em todos os dicionários a que tive acesso e nada ter encontrado, recorri à Internet e verifiquei que, em português, a palavra tinha uma utilizaç... Edite Prada · 25 de outubro de 2005 · 3K
Pelourinho A «arruada» da campanha A recente campanha eleitoral autárquica [em Portugal] afinal sempre nos trouxe uma boa novidade. Uma palavra nova que de um momento para o outro entrou no nosso vocabulário. Trata-se da palavra «arruada», que não conhecia. De repente, a dita «arruada» aparece repetida até à exaustão em todas as televisões. Assim é o mimetismo dos meios de comunicação social dos dias de hoje. Um diz e os outros copiam. Mesmo que não saibam muito bem o que é. Adiante. Interessa é alinhar com a moda. E achar... Paulo J. S. Barata · 17 de outubro de 2005 · 3K
Pelourinho A praga do «é suposto» Aos poucos, a moda do «é suposto» instalou-se. Não deixa de ser curioso verificarmos a rapidez com que se tem propagado esta expressão, cópia da construção inglesa «it’s supposed». Uma verdadeira praga! (...) Maria João Matos · 15 de outubro de 2005 · 10K
Pelourinho A moda dos sons aspirados à inglesa Sobre a moda, em Portugal, de os "tês" e de os "dês" se dizerem à inglesa, neste apontamento do professor Carlos Rocha . Carlos Rocha · 7 de outubro de 2005 · 5K