Pelourinho - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
 
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Registos críticos de maus usos da língua no espaço público.

     Alguns exemplos destes metadiscursos:
     O fogo amigo. O que é "o fogo amigo"? "O fogo amigo" é referido sempre que um míssil apontado para um alvo iraquiano se mostra menos "inteligente" (outra subtileza linguística deste conflito…) e, em vez de atingir o "inimigo" pretendido, lança a morte nas suas próprias forças. Se as "baixas" (outro vocábulo ora muito em voga) não falassem inglês, o "fogo amigo" passaria a ..."danos colaterais".

O baixo nível do futebol português não se avalia apenas pelo exibido nos estádios, e que as imagens via TV ainda mais escancaram. Basta ouvir falar os chamados dirigentes (honra às excepções!), especialmente quando eles se pontapeiam verbalmente uns aos outros. Ou os jogadores, treinadores e, até, os comentadores do meio, que tratam a língua (honra também às excepções!) como nem à bola mais esfarrapada. Na exacta medida, afinal, do cartaz empunhado por um grupo de adeptos do falido Sporting Fare...

A Câmara Municipal de Albufeira acaba de seguir o exemplo da Prefeitura do Rio de Janeiro na penalização dos responsáveis pelos cartazes publicitários (e não só) com erros de Português. Ora aí está uma excelente iniciativa, e não apenas em prol desta tão maltratada Língua Portuguesa em locais públicos. Com tantos erros que grassam por aí, a senhora ministra das Finanças bem pode sorrir: para além das portagens, há outra forma de colmatar o défice das contas públicas...

O primeiro canal da televisão pública portuguesa promoveu um debate sobre a música portuguesa. Ou melhor: sobre o défice de música portuguesa, especialmente via rádio. Nada mais premente - e útil - esta preocupação de a RTP dar ela própria o exemplo. Só é pena que não o faça também com a língua portuguesa, tão maltratada ela anda nos noticiários e programas televisivos e radiofónicos. No debate de sábado, dia 8, com tantos intervenientes a tropeçarem nos asneirentos "houveram" e "poderão haver",...

O recorrente maus uso do adjetvo humanitário em casos, com na guerra no Iraque, só há o seu contrio.

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A Comissão Europeia garantiu que a língua portuguesa se manteria nas emissões do Euronews, o canal de TV transeuropeu difundido no cabo [in www.publico.pt]. Ora aí está uma boa notícia, que, para já, põe fim aos rumores sobre o despedimento dos 16 jornalistas portugueses que asseguram em Lyon essas emissões na nossa língua. Mesmo que ela não seja propriamente bem tratada no Euronews por quem a devia mimar acima de tudo. Por razões profissionais e não só.

Na edição do jornal "Público" desta segunda-feira (publico@publico.pt), o jornalista da Guiné-Bissau, Selo Djaló, publica uma carta extremamente dura sobre a situação social e política que se vive neste país da CPLP. Termina o seu texto com o seguinte aviso: " Uma coisa é certa, se não invertermos este quadro apocalíptico, corremos o risco de desaparecer como nação" Alerta exagerado? Talvez... Contudo e conjugando a perspectiva deste jornalista com a língua portuguesa, pensemos que esta é elemen...

   O inevitável "interviu" e o tropeçante "intervido". Os tratos de polé dados ao pobre do verbo haver (o "hadem" até teve honras de ministro...) e a asneira entre "a moral" e "o moral". Ou a confusão recorrente entre "a personagem" e "o personagem". Fora o que por aí se ouve com a rubrica e a "rúbrica", mais as trapalhadas do "preferir mais do que" ou à volta do "de que". E o snobismo dos "mídia" e dos "multimídia"? E a asneira do "tens de te haver...

O inevitável "interviu" e o tropeçante "intervido". Os tratos de polé dados ao pobre do verbo haver (o "hadem" até teve honras de ministro...) e a asneira entre "a moral" e "o moral". Ou a confusão recorrente entre "a personagem" e "o personagem". Fora o que por aí se ouve com a rubrica e a "rúbrica", mais as trapalhadas do "preferir mais do que" ou à volta do "de que". E o snobismo dos "mídia" e dos "multimídia"? E a asneira do "tens de te haver comigo"? E as "dezenas de milhar" e "as milhares ...

Na reportagem de capa da revista "Pública" de 24 de Dezembro de 2000, emprega-se o singular de apelidos em regências que, segundo a tradição linguística portuguesa, pedem o plural: o Costa > os Costas; o Azevedo > os Azevedos, etc.
    A construção que o "Público" preferiu é estruturalmente francesa: «os Costa», «os Azevedo», etc.
    Na primeira "Gramática da Linguagem Portuguesa", publicada em 1536 e reeditada em Fevereiro de 2000 pela Academia das C...