Pelourinho - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
 
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Registos críticos de maus usos da língua no espaço público.

"A Folha de S. Paulo" é um dos melhores diários brasileiros. Mas não só em papel. Também na Internet. Tem um serviço de pesquisa bem organizado e um manual de redacção muito útil, que explica coisas complicadas como o que significa, de país para país, um bilião (no Brasil, bilhão).
   Quis ver, até porque houvera polémica sobre o assunto aqui no Ciberdúvidas. E pude aprender que nós, portugueses, em Portugal, dizemos... "m...

Evacuar indivíduos?

É raro um jornalista empregar bem esta palavra, que já em latim significava «esvaziar». Quando se diz: «Foram evacuados mil portugueses da Guiné-Bissau», o que se afirma, na nossa língua, é que mil portugueses foram esvaziados. Ou seja: cada um desses portugueses foi esvaziado. Ou seja: cada um desses portugueses ficou sem entranhas.

Quando falamos português, só é aceitável o emprego de palavras estrangeiras se a necessidade de clareza o exigir. Compreende-se, por isso, que em certos casos se diga "design", embora desenho e estilo possam servir, e noutros se prefira "marketing", apesar de existir mercadologia.
   Esta regra obriga todos os cidadãos e, em especial, os membros do Governo. Mormente o ministro que fiscaliza se as empresas apresentam em português as instruções dos produtos....

Como em França se defende a sua língua...
... ao contrário do que se passa em Portugal

As línguas da Exposição Mundial de Lisboa são o português, o inglês e o espanhol, o que valeu – e muito bem! – um protesto por parte das autoridades francesas.
   

O Governo, se prezasse o português, poderia aproveitar a campanha publicitária do euro para sugerir a pronúncia portuguesa desta palavra.
   Pelo contrário. No anúncio televisivo, transmitido nos últimos dias, insiste-se em dizer... /êu-rò/!
   Formado a partir do truncamento da palavra Europa, o euro...

Prestação, do latim "praestatione": acto ou efeito de prestar; cota, contribuição, pagamento escalonado. Ou, quando muito (no Brasil): alcunha de todo o vendedor ambulante de mercadorias a prestações.
   Isto é o que registam os dicionários, o que dirá qualquer lusofalante, independentemente do seu nível cultural, a não ser que tenha aderido ao chamado "futebolês" e repita esse estereótipo, mais um, tanto ao gosto do me...

O secretário de Estado do Ensino Superior do Governo português, Alberto Jorge Silva, pronunciou-se (na rádio pública RDP), no passado dia 31, sobre as maleitas crónicas do seu sector. E, às tantas, passou a empregar esse escusado e inestético galicismo «plafonamento». Não há dúvida: com governantes destes nas escolas portuguesas, muito terão de aprender os alunos portugueses a estimarem a sua própria língua.

25 anos
Um erro recorrente na imprensa portuguesa

Os 25 anos do semanário Expresso tropeçado no anómalo despoletar...

 

Ficamos muito agradecidos a Amílcar Caffé por nos informar sobre a pronúncia brasileira de Osvald e de Elis.

Vejamos, porém, que nenhum destes antropónimos é da Língua Portuguesa, mas sim do inglês. Apenas Osvald está grafado um pouquito à portuguesa, porque substituíram o w (que não pertence à nossa língua) por v. Mas o verdadeiro aportuguesamento seria Osvaldo.

Nós, portugueses, não vivemos no Brasil. Como nã...

«"Vão haver" muitos troços de Carnaval» - anunciava um dos eficientes repórteres do trânsito da rádio portuguesa, alertando os automobilistas mais desprevenidos para esta terça-feira de máscaras, folguedos e cabeçudos de ocasião. Confirmava aqui dois aspectos comuns a tais repórteres: a utilidade e os pontapés na gramática. A forma como empregam o infeliz verbo haver, essa, então, é um Entrudo diário.