O Governo, se prezasse o português, poderia aproveitar a campanha publicitária do euro para sugerir a pronúncia portuguesa desta palavra.
Pelo contrário. No anúncio televisivo, transmitido nos últimos dias, insiste-se em dizer... /êu-rò/!
Formado a partir do truncamento da palavra Europa, o euro, em Portugal, é palavra portuguesa. E, em Portugal, no final de uma palavra, o o pronuncia-se sempre o mudo (dedo, livro, milho). Quando se pronuncia aberto, como por exemplo em só, nó, mó, eiró, leva acento agudo.
Não há ninguém no Estado que explique isto ao primeiro-ministro? Ou deixaram-se mesmo contaminar pela célebre «iliteracia» (em inglês: «illiteracy»), que é como quem diz: pelo iletrismo dominante?
Escreveu o médico português Ricardo Jorge: «O maior mal não é o analfabetismo, é o iletrismo das classes dirigentes.»