Pelourinho - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
 
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Registos críticos de maus usos da língua no espaço público.

Escreve tão bem como fala a Língua Portuguesa o Nobel da Literatura de 1998, José Saramago. Como se (ou)viu nas suas múltiplas e sempre tão estimulantes declarações às rádios e televisões portuguesas, no rescaldo da histórica consagração da Academia Sueca a um escritor lusófono. Até nesse pormenor da pronúncia da palavra Nobel.
   Eles, os locutores-jornalistas, os entrevistadores, os comentadores e os mil e um notáveis chamados a dar voz ...

... em vez do seu idioma nacional

Sobre uma revista intitulada City, um programa televisivo denominado Crossfire e um canal televivivo  chamado Sport TV — tudo em Portugal —, neste apontamento crítico da autoria do jornalista José Mário Costa.

Faço um pedido aos jornalistas: não escrevam nem digam «Papua Nova Guiné». Não é maneira de designar um país. Este disparate, creio que importado do jornalismo norte-americano, equivale a chamar à Holanda «Holandês Países-Baixos» ou à Grã-Bretanha «Inglês Reino Unido», etc.
   Se quiserem gastar palavras em vão, digam Papuásia, Nova Guiné, ou Nova Guiné, Papuásia. Papuásia é o nome antigo, hoje substituído por Nova Guiné. Papua indica o indivíduo da etnia dos papuas, uma das q...

Um médico do «não», ao comentar na SIC o referendo do passado domingo, pronunciou o plural de aborto com um o aberto que arrepia os puristas.
   A tendência, é certo, parece ser hoje a de abrir o o no plural, mesmo nos casos em que o plural conserva o o fechado do singular (como /dô-na/, /dô-nas/). Mas, creio, tal tendência é mais obra de doutores que ignorância de iletrados. A quem ouço /a-côr-do/, /a-cór-dos/ – erradamente – é a gente instruída (a...

"A Folha de S. Paulo" é um dos melhores diários brasileiros. Mas não só em papel. Também na Internet. Tem um serviço de pesquisa bem organizado e um manual de redacção muito útil, que explica coisas complicadas como o que significa, de país para país, um bilião (no Brasil, bilhão).
   Quis ver, até porque houvera polémica sobre o assunto aqui no Ciberdúvidas. E pude aprender que nós, portugueses, em Portugal, dizemos... "m...

Evacuar indivíduos?

É raro um jornalista empregar bem esta palavra, que já em latim significava «esvaziar». Quando se diz: «Foram evacuados mil portugueses da Guiné-Bissau», o que se afirma, na nossa língua, é que mil portugueses foram esvaziados. Ou seja: cada um desses portugueses foi esvaziado. Ou seja: cada um desses portugueses ficou sem entranhas.

Quando falamos português, só é aceitável o emprego de palavras estrangeiras se a necessidade de clareza o exigir. Compreende-se, por isso, que em certos casos se diga "design", embora desenho e estilo possam servir, e noutros se prefira "marketing", apesar de existir mercadologia.
   Esta regra obriga todos os cidadãos e, em especial, os membros do Governo. Mormente o ministro que fiscaliza se as empresas apresentam em português as instruções dos produtos....

Como em França se defende a sua língua...
... ao contrário do que se passa em Portugal

As línguas da Exposição Mundial de Lisboa são o português, o inglês e o espanhol, o que valeu – e muito bem! – um protesto por parte das autoridades francesas.
   

O Governo, se prezasse o português, poderia aproveitar a campanha publicitária do euro para sugerir a pronúncia portuguesa desta palavra.
   Pelo contrário. No anúncio televisivo, transmitido nos últimos dias, insiste-se em dizer... /êu-rò/!
   Formado a partir do truncamento da palavra Europa, o euro...

Prestação, do latim "praestatione": acto ou efeito de prestar; cota, contribuição, pagamento escalonado. Ou, quando muito (no Brasil): alcunha de todo o vendedor ambulante de mercadorias a prestações.
   Isto é o que registam os dicionários, o que dirá qualquer lusofalante, independentemente do seu nível cultural, a não ser que tenha aderido ao chamado "futebolês" e repita esse estereótipo, mais um, tanto ao gosto do me...