Pelourinho Esperar por ou para? «No fim dos trabalhos do Congresso do PSD, os delegados não esperaram por ouvir os resultados das votações», referiu a repórter da RTP , na cobertura reunião magna do principal partido da oposição português, no domingo passado. Pretendia dizer «não esperaram para ouvir». A confusão entre as duas preposições (por e para) deu-se porque o ve... Maria Regina Rocha · 20 de março de 2006 · 29K
Pelourinho Arrisca-se a vida … não a morte Numa peça sobre a imigração clandestina vinda de África para a Europa, emitida [numa noite destas] pelo "Jornal 2" da RTP-2, ouviu-se que esses clandestinos «dizem que arriscam a morte, porque é a única opção de sobrevivência.» () Obviamente que ninguém arrisca a morte, mas… a vida. Por isso, deveria ter sido dito que "arriscam a vida", põem a vida em risco, confrontando-se, portanto, com a possibilidade de morrer. O que é posto em risco é a vida, não a morte. Maria Regina Rocha · 16 de março de 2006 · 2K
Pelourinho Fizeram-se estádios e não "fez-se estádios" «Vendem-se casas» e «Arrendam-se apartamentos» são as frases mais vulgarmente apresentadas como exemplos do emprego adequado da voz passiva com a partícula apassivante "se". A frase utilizada por Marcelo Rebelo de Sousa no passado domingo, dia 12 p.p., no seu programa "As Escolhas de Marcelo", na RTP-1 («"Fez-se" a correr não sei quantos estádios para o Euro!») é mais um dos exemplos a evitar. O adequado é, portanto, fizeram-se estádios, vêem-se agora os resultados, etc. Maria Regina Rocha · 14 de março de 2006 · 5K
Pelourinho Divisão entre o perímetro de um círculo e o seu diâmetro Dia do Pi vai ser celebrado no Pavilhão do Conhecimento14.03.2006 - 08h57 PÚBLICO Hoje celebra-se em todo o mundo o Dia do Pi (3,14). Mas 3,14 é apenas o início do pi, já que este número tem uma infinidade de casas decimais (3,14159265358979323846...) e resulta da divisão entre o perímetro de um círculo e o seu diâmetro....... Não é a «divisão entre»: é a divisão do perímetro pelo diâmetro. João Alferes Gonçalves (1944 — 2023) · 13 de março de 2006 · 4K
Pelourinho Vencer o (e não vencer "ao") «O Futebol Clube do Porto venceu 3-0 ao Nacional» – ouviu-se há dias na SIC Notícias, num erro de regência que parece ter virado moda um pouco por todas as televisões e rádios portuguesas, quando se dão os resultados da bola indígena e não só. «O Futebol Clube do Porto venceu o Nacional por 3 a 0» é como deve ser dito e escrito. O verbo vencer não se constrói aqui com a pr... José Mário Costa · 6 de março de 2006 · 4K
Pelourinho «Um som rock bastante "energético"»?! Leio algures: «[...] fomos assistir a um dos mais carismáticos concertos deste início de Outubro John Cale ex-Velvet Underground no CCB grande auditorio. Meia casa com um som rock bastante energético que nos levou a crer que este SR. 1 ainda tem garras para tocar guitarra e sintetizador.» Quem consulte o Dicionário da Academia das Ciências de ... Carlos Rocha · 3 de março de 2006 · 5K
Pelourinho O dispensável estrangeirismo «é suposto» É cada vez mais vulgar o emprego na rádio e na televisão portuguesas do estrangeirismo "é suposto" + infinitivo, que leva, por vezes, a construções incorrectas, como a seguinte: «As conclusões dessa comissão científica independente foram sobretudo criticadas por quem se opunha a esta metodologia e pelas populações dos locais onde estão supostos fazer-se a co-incineração.» (...) Maria Regina Rocha · 2 de março de 2006 · 5K
Pelourinho Co Adriaanse ("Cou Adriánsse") "vs." Ronald Koeman ("Ronalt Kúmane") Co Adriaanse, o treinador holandês do Futebol Clube do Porto, surpreendeu tudo e todos neste domingo p. p. – a começar pelos jornalistas (portugueses) de quem ele se queixava de lhe deturparem frequentemente as declarações proferidas até aqui em inglês, antes e a seguir aos jogos –, expressando-se num português impecável tanto na ... José Mário Costa · 24 de fevereiro de 2006 · 4K
Pelourinho // Numerais A patusca invenção das «dezenas de "milhar"» Além da Serenella Andrade, o que há de estranho na extracção da lotaria? Resposta: a patusca invenção das "dezenas de milhar", apensa a uma das redomas do sorteio. Apesar de a ninguém lembrar dizer "dúzias de ovo" ou "centenas de ano", a coisa anda por todo o lado: em acórdãos de tribunais, documentos de universidades, discursos presidenciais, entradas da Wikipedia, etc. E neste «etc.» até cabem blogues por norma bem-falantes. Ele há epidemias bem esquisitas. Luís Rainha · 23 de fevereiro de 2006 · 3K
Pelourinho // Mau uso da língua «Cumpre informar que se tratam de matérias... » «... não podemos excluir que não venha a aparecer... » Dois erros recorrentes São dois erros que continuam a ler-se e a ouvir-se muito por aí: 1.. «Cumpre informar que se tratam de matérias do foro interno da PSP (…).» A construção tratar-se de no sentido de «dizer respeito a», «estar em causa», «ser o caso de», «ser» é impessoal, utilizando-se, pois, apenas na 3.ª pessoa do singular: trata-se de matérias, trata-se de condições inaceitáveis, trata-se de sit... Maria Regina Rocha · 22 de fevereiro de 2006 · 13K