Pelourinho - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
 
Início Português na 1.ª pessoa Pelourinho
Registos críticos de maus usos da língua no espaço público.
Um modismo do (mau) futebolês

A cultura (qualquer cultura) de um povo (qualquer povo) tem uma força de resistência extraordinária. Um termo estrangeiro para entrar no falar de uma população precisa ser de grande utilidade ou não existir no quotidiano local.

A terminologia informática mantém a origem inglesa por não haver equivalentes no linguajar indígena. Os novos desportos alienígenas, que estão sempre a aparecer, impõem as suas expressões originais, sendo depois incorporadas pelo process...

O "Piquete de Polícia" do [jornal português] "24horas" [de 23 de Janeiro de 2006] informou-nos de que "Um cinquentenário foi detido em... Vila do Conde..."

Esta notícia não corresponde à verdade, porque um cinquentenário (dia da celebração do quinquagésimo aniversário de qualquer pessoa ou acontecimento) não pode ser detido. Ninguém consegue deter o tempo...

É, no entanto, admissível que a polícia tenh...

No melhor pano cai a nódoa e nem se pode dizer que tenha sido um deslize, uma vez que houve reincidência em dias e situações diferentes.
     Aconteceu com um muito conhecido comentador de um canal de televisão português e, mesmo que de lapsos se trate, é inaceitável que diga "absteram-se" por abstiveram-se e "obteram" em vez de obtiveram.
     É certo que são comuns os erros associados a verbos conjugados como aqueles que l...

Quem não está não está habituado a falar na televisão comete por vezes aquele pecado de linguagem que são as cacofonias, como se ouviu ao presidente do Sporting, na entrevista concedida à SIC Notícias [no dia 14 de Janeiro p.p.]. Falando num ritmo excessivamente rápido, engoliu sílabas atrás de sílabas, num tropel de sons desagradáveis, grosseiros e, até, ri...

Quando, na oralidade, exageradamente se pronunciam determinados sons, chamamos a isso um preciosismo – uma forma exagerada de pronúncia. Mais ou menos tolerados, tais preciosismos chegam a entrar no domínio do erro e, nalguns casos, do ridículo.
     Já sobejas vezes neste sítio se tem chamado a atenção para a pronúncia de determinadas palavras, como ministro ou ...

É sabido que a especificidade de cada meio de comunicação condiciona a transmissão da mensagem - até para que não se perca a sua eficácia. E que, por via disso, se impõe uma tolerância no uso aprimorado da língua no que se refere à rádio e à televisão - só assim, aliás, é que os puristas da gramática ainda conseguirão premir o botão do "on"… Mas o mau português tem de ser banido dos audiovisuais (nos jornais o problema não é tão chocante). É que, de facto, são demasiados os pontapés no portug...

Será assim tão difícil entender que o vocábulo natal – seja na acepção de substantivo (o Natal) ou de adjectivo (terra natal) – flexiona-se sempre em número ( os Natais, terras natais)? Não obstante o óbvio e o que aqui (há anos!...) se regista, lá voltámos a ouvir nas televisões portuguesas o abstruso Pais “Natal”. A época bem convida à tolerância, mas francamente!...

Ténis é um exemplo de palavra que surge por extensão de um determinado conceito.
     Do desporto (o ténis) e dos sapatos próprios para o praticar (sapatos de ténis), a palavra estendeu-se aos sapatos que servem para praticar desporto em geral, a que normalmente chamamos "ténis".
     Portanto, quando dizemos «tenho uns ténis novos», no fundo estamos a omitir uma parte da expressão «tenho uns (sapatos de) ténis novos». O mesmo acon...

«Palavra dada, escritura assinada», «a resposta branda, a ira quebranta» são dois exemplos de ditados populares que revelam a força dos palavras. A sabedoria popular consagra também que «palavras leva-as o vento». Como as palavras são muitas, há-as para todos os gostos as que se perdem e as que têm, ou são ditas como se tivessem, efeitos na acção. Estes podem ser visíveis na acção de outrem, mas também podem delimitar quadros de pensamento. Um ministro francês, Nicolas Sarkozy, falou em escumalh...

Erros primários de concordância (e logo na primeira página): «Os cavalos Przewalski, a única espécie equina actual que reúne características primitivas, pode voltar ao Côa.» Ou: «Para o catedrático, boa parte destes problemas têm origem na sobreposição de situações de exclusão social, de segregação residencial e de fenómenos de rejeição de origem nacionalista e/ou racista (...)». Ou, ainda, gralhas impensáveis (na última página, em corpo de letra avantajado): «Acha que os pifese...