Erros primários de concordância (e logo na primeira página): «Os cavalos Przewalski, a única espécie equina actual que reúne características primitivas, pode voltar ao Côa.» Ou: «Para o catedrático, boa parte destes problemas têm origem na sobreposição de situações de exclusão social, de segregação residencial e de fenómenos de rejeição de origem nacionalista e/ou racista (...)». Ou, ainda, gralhas impensáveis (na última página, em corpo de letra avantajado): «Acha que os pifesessores têrm razões para uma greve (...)?»
[in jornal "Público", edição de 13 de Novembro de 2005].
Desleixo na grafia das maiúsculas e das minúsculas – umas vezes grafa-se Estado com E, e outras com e (idem para Governo/governo, Ministro/ministro, etc., etc., etc.) –, no uso do hífen, da pontuação e dos acentos. Fora o que, em Portugal, já passou a ser "norma" nos órgãos de comunicação social e não só (legendas da TV e do cinema, em manuais escolares de Português, até…) quanto à negligente grafia dos ordinais.
O problema já nem é a lamentável degradação de um jornal, numa vertente – o rigor da escrita e o culto da língua portuguesa – em que chegou a fazer escola na imprensa portuguesa, com uma equipa de copidesques de grande qualidade. O pior é a possibilidade, não tarda, de estes erros ainda passarem a ser autorizados, pela via da apressada abonação de um qualquer próximo dicionário, gramática ou tese linguística...