Argumentos linguísticos e um agradecimento à Fundação Vodafone e aos CTT
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Argumentos linguísticos e um agradecimento à Fundação Vodafone e aos CTT
1. São vários os tipos de argumento que legitimam o que se diz. Usa-se "impredizibilidade", quando há boas razões para preferir imprevisibilidade. E a necessidade de harmonizar usos fundamenta o alargamento de certas convenções — veja-se o caso das maiúsculas em Dia da Alimentação.2. As Notícias focam as provas de aferição dos 4.º e 6.º anos do ensino básico em Portugal.3. Um agradecimento especial à Fundação Vodafone, na pessoa da presidente da respectiva Comissão Executiva, dra. Luísa Pestana, que renovou por mais um ano o seu...
Espelhos de palavras
Um consulente angolano quer saber se a análise gramatical que fez está correcta. Muito depende da coerência dessa descrição com a perspectiva e a terminologia escolhidas. Contudo, o poder descritivo de tais instrumentos é sempre posto à prova, podendo revelar-se a sua insuficiência; como explicar, por exemplo, a concordância com o predicativo do sujeito ou o comportamento semântico do verbo fazer na expressão fazer anos? Muitas vezes, é a imprevisibilidade de certos factores culturais que dá o toque inconfundível de uma...
O português expande-se?
1. O português expande-se, a avaliar pelas Notícias. David Graddol, linguista britânico, vaticina um aumento significativo do número de falantes até 2050, em África e no Brasil. Para prová-lo, para lá do Rio Grande do Sul, no Uruguai, torna-se obrigatório o ensino da língua portuguesa a partir do 6.º ano de escolaridade. Por ironia do destino, em Portugal, Mariano Gago, ministro da Ciência, da Tecnologia e do Ensino Superior, revela que, no quadro da União Europeia, responsáveis das universidades que aderiram ao Processo de...
O sabor da variação
Como adaptar palavras estrangeiras, que não se conformam aos padrões fonéticos e morfológicos das variedades do português? Entre os países onde se fala a língua portuguesa, as soluções podem ser diferentes; ora vejamos:— O plural de mórmon no Brasil não é bem o mesmo que em Portugal.— Como pronunciar expertise e voucher? Os estrangeirismos podem não soar de forma idêntica consoante estejamos em São Paulo, no Porto ou em Maputo.— E os latinismos? Como havemos de os proferir?É claro que este tópico acaba por encontrar o da variação em...
Acordo à vista
1. Da XII Reunião do Conselho de Ministros da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) resultou o compromisso do Governo português: ratificar o protocolo modificativo do acordo ortográfico. Será este o princípio do fim de uma longa discussão?2. O Brasil celebra hoje, 5 de Novembro, o Dia Nacional da Língua Portuguesa. Não era altura de Portugal aderir a esta celebração?3. Invocar e evocar — são sinónimos, parónimos ou variantes ortográficas?4. Sem dar lugar a interrogações está a renovação do apoio da Fundação...
No princípio era o latim
1. No esforço quotidiano de falar seleccionando as palavras mais certas para se dizer bem o que se quer dizer, deparamo-nos com palavras que não estando dicionarizadas, são muito usadas (pidesco); outras que sendo pouco usadas, estão plenamente dicionarizadas (tolerabilidade); e outras formas, ainda, que nem uma coisa nem outra ("distorcivo").2. Será porque se julgue que é olhando para o étimo latino das palavras em português que elas adquirem maior precisão semântica; ou será porque ainda há quem veja nessa propriedade — a...
Gatões
1. A língua é lugar de afectos e ideologias. Veja-se como certos aumentativos adquirem valores ideológicos e emotivos e outros não: um homem extremamente bem-parecido é um gatão; mas já não se apoda de ratão o homem extremamente esperto... Terreno escorregadio é também o dos diminutivos: o que será menos injurioso — dizer que fulano é um cabeçudo, ou que é um cabecinha?... 2. A língua portuguesa caracteriza-se por apresentar uma relativa uniformidade no que toca às variedades regionais dentro do território português — e, no...
Onde pára a vírgula?
1. Há os que reduzem os especialistas da língua a pessoas que sabem pôr vírgulas. E há os que se preocupam, justamente, com o uso funcional da vírgula. É que este sinal de pontuação tem relações caprichosas com diferentes elementos da frase: ora tem um comportamento fiel (no caso do zeugma), ora é mais inconstante (no caso do gerúndio).
2. Pontuação e ortografia — os dois pilares da escrita: será que estão a ser abalados? No que toca à ortografia, há sem dúvida motivos para retomar a reflexão.
3. Para além dos aspectos do...
Não é bem assim...
Não há regra sem excepção. Mas quando as excepções são muitas, é provável que a regra não sirva. É o caso de algumas descrições dos diminutivos.Em português, é fácil formar um aumentativo: junta-se um sufixo, por exemplo, -ão ou -zão. Contudo, o uso não explora plenamente esta possibilidade, e há casos que causam estranheza: "melãozão"?«Cair em si» é uma expressão idiomática ou fixa. Isso não quer dizer que a frase «caí em mim» esteja errada só porque o pronome mudou.Anda-se a empregar as expressões «função "de" seno» e «raios "de"...
Os cliques da língua
1. Na televisão e nas ruas de Portugal, o português brasileiro está sempre presente. Nas respostas deste dia também, quando se mostra que, no Brasil, o gerúndio é mais frequente do que na norma-padrão europeia; que um termo médico pode ter forma diferente; que esse muitas vezes significa «este». Contudo, há uma história e um conjunto de regras comuns: formoso é uma palavra antiga; júnior e sénior têm respectivamente os plurais juniores e seniores; o uso do hífen tem os mesmos critérios em compostos de substantivos.2. Falta...
