Em O Nosso Idioma, Edno Pimentel corrige um erro curioso de alguns falantes angolanos: entre eles, o verbo dormir significa não especificamente «estar no estado de sono» mas, de modo mais genérico, «passar a noite» (texto original publicado no jornal angolano Nova Gazeta).
No consultório, continua a discussão de casos sobre os quais a doutrina normativa não é categórica: está correto empregar anexado em lugar de anexo? «Adeus, que me vou embora», ou «adeus, que vou-me embora»? Pode o verbo adequar ser conjugado em todos os tempos e modos?
A consulta destes conteúdos também pode ser feita pelo Facebook ou por uma aplicação para smartphones (com o apoio da Fundação Vodafone).
As novas respostas do consultório têm que ver com uma velha discussão: as variantes dialetais (na pronúncia e não só) são formas incorretas à luz da norma? Não são, mas é necessário saber onde, quando e com quem utilizá-las. Não surpreende, portanto, que os angolanismos esquebra e quilombo corram o risco de não serem compreendidos noutros países onde se fala português. Estes e outros tópicos podem também ser consultados no Facebook e em aplicação para smartphones (com o apoio da Fundação Vodafone).
Em matéria de promoção da língua portuguesa, parece que já nada é o que era. No contexto de uma visita a Angola, o secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros e da Cooperação português, Francisco Almeida Leite, realçou o interesse económico do português, que «não é de Portugal», mas «desta comunidade de 250 milhões de falantes». Nos Estados Unidos, no estado da Florida, o apoio do Brasil permitiu a realização (em maio de 2013) do II Congresso Mundial sobre o Ensino do Português, no qual muito se insistiu no valor económico do idioma (ver documentário O Ensino do Português ganha força no mundo, produzido pela Brasil Mais). E na sequência da visita a Portugal da presidente do Brasil, Dilma Rousseff, fala-se em desenvolvimento e produção de tecnologia em português com base nos setores brasileiros do petróleo e da aeronáutica. Contudo, no cenário da crise financeira, económica e social vivida em Portugal, não deixam de ser ouvidas fortes críticas a cortes no ensino do português no estrangeiro. Língua de todos, poderá o seu valor económico ser partilhado também por todos?
Como já noticiado, no programa Língua de Todos de sexta-feira, 14 de junho (na RDP África às 13h15*; com repetição ao sábado, depois do noticiário das 9h00*), é entrevistada Adelaide Monteiro, técnica do Ministério da Cultura de Cabo Verde, sobre a convivência entre a língua portuguesa e o crioulo.
No Páginas de Português de domingo, 16 de junho (na Antena 2, 17h00), Mia Couto é a figura em foco. Fernanda Cavacas, especialista em literaturas africanas de língua portuguesa, comenta a originalidade deste escritor moçambicano, recém-galardoado com o Prémio Camões 2013. Outro tema: como vamos, em Portugal, quanto ao ensino do português e à formação dos professores? A resposta do professor de Literatura Portuguesa e crítico literário António Carlos Cortez.
Finalmente, de 2.ª a 6.ª-feira, às 14h40*, na Antena 1, Sandra Duarte Tavares, docente de Língua Portuguesa no Instituto Superior de Educação e Ciências (ISEC) e consultora do Ciberdúvidas da Língua Portuguesa, testa os conhecimentos gramaticais dos ouvintes na rubrica Jogo da Língua.
* Hora oficial de Portugal continental
O programa Língua de Todos de sexta-feira, 14 de junho (na RDP África às 13h15*; com repetição ao sábado, depois do noticiário das 9h00*), inclui uma entrevista com Adelaide Monteiro, técnica do Ministério da Cultura de Cabo Verde, sobre a política de língua no seu país e, em particular, a convivência, no ensino e na comunicação social, entre a língua portuguesa e o crioulo.
* Hora de Portugal continental.
Nesta nova atualização , falamos: de léxico, mais concretamente do substantivo soba, palavra oriunda do quimbundo, da palavra audiencista e da etimologia do verbo arrotar; de prosódia e do que a define como ramo da linguística; dos verbos ser e estar, quando utilizados para indicar localização; e, finalmente, de fraseologia popular, procurando descobrir o sentido da expressão «ir para o beleléu» e do provérbio «candeia que vai à frente alumia duas vezes». No Pelourinho, Paulo J. S. Barata aponta mais um recorrente equívoco: pode ou pôde?
Entretanto, celebra-se a 13 de junho o Dia de Santo António, feriado municipal em Lisboa, cidade onde o Ciberdúvidas está sediado, e, por isso, o consultório faz uma brevíssima pausa para regressar no dia 17 de junho. Aproveitando a ocasião, recordamos uma célebre quadra ao gosto popular, atribuída ao não menos célebre lisboeta Fernando Pessoa;
Santo António de Lisboa
Era um grande pregador
Mas é por ser Santo António
Que as moças lhe têm amor
Todas as atualizações e conteúdos disponíveis no Facebook e na aplicação para smartphones (com o apoio da Fundação Vodafone).
Durante a visita oficial a Portugal de Dilma Rousseff, presidente da República Federativa do Brasil, foi reiterada a importância da adoção do Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa (AOLP) em todos os Estados-membros da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) de modo a reforçar a internacionalização da língua portuguesa. Nesse sentido, foi reafirmada a entrada obrigatória do AOLP nos dois países em 2015, esgotado então o atual período de transição. No encontro entre a chefe de Estado brasileira e o primeiro-ministro português, Pedro Passos Coelho, ambos se «congratularam» ainda com a elaboração dos Vocabulários Ortográficos Nacionais e, com base nestes, do tão importante Vocabulário Ortográfico Comum — trabalhos que decorrem no âmbito do Instituto Internacional da Língua Portuguesa. A propósito ainda da visita de Dilma Rousseff a Lisboa, aproveitamos a oportunidade para recordar a querela do feminino da palavra presidente: a presidente ou a presidenta (como passou a ser oficialmente usado no Brasil, conforme decisão da própria Dilma Roussef)?
Se os antónimos têm significados opostos, seria de supor que nunca se confundissem. Pois não é assim, e tal como acontece com o francês, onde o verbo correspondente (apprendre) ao português aprender pode significar «ensinar», ou com a palavra empréstimo, que tanto é o que se emprestou como o que se pediu emprestado, também sucede a trazer aparecer no lugar de levar no português falado em Angola. É este o tema abordado por Edno Pimentel num artigo originalmente publicado na Nova Gazeta de Luanda (6/6/2013) e disponível em O Nosso Idioma. Na mesma rubrica, vale ainda a pena reler a nova crónica do jornalista Wilton Fonseca, a propósito de como as épocas e as sociedades condicionam o uso de certos conjuntos de palavras ou campos lexicais (artigo original publicado no jornal i).
No consultório, discute-se o comportamento sintático dos verbos dicendi ou declarativos (dizer, declarar, referir, etc.), propõe-se um gentílico para designar os naturais ou residentes da localidade de Novais (Vila Nova de Famalicão, Portugal) e contam-se os hífenes da palavra estado-maior-general. E, no Correio, pergunta-se: «Será que já não há remédio para o "metriológico" e para a "metriologia"?»
Entretanto, porque 10 de junho é feriado em Portugal, as atualizações regressam terça-feira, dia 11. Como sempre, todos os conteúdos aqui em linha estão acessíveis pelo Facebook e por uma aplicação para smartphones (com apoio da Fundação Vodafone).
No programa Língua de Todos de sexta-feira, 7 de junho (às 13h15* na RDP África; com repetição ao sábado, depois do noticiário das 9h00*), é convidada a professora Margarita Correia, autora, entre outras obras sobre a língua portuguesa, do livro Os Dicionários Portugueses, para falar justamente sobre os muitos dicionários que temos e a sua vária índole (generalistas, de sinónimos, de verbos, de neologismos). Quanto ao Páginas Português, na Antena 2, a sua emissão de domingo, 9 de junho, às 17h00*, centra-se em Cabo Verde, onde políticos, agentes culturais e especialistas discutem a adoção plena do seu idioma (ler a propósito "Língua esvoaçante" de Odete Semedo, acerca da relação do português com um outro crioulo, o da Guiné-Bissau) Outro tema: o chamado Manifesto Queerográfico. Dele nos falará a linguista Maria Antónia Coutinho. E, de 2.ª a 6.ª-feira, às 14h40*, prosseguem na Antena 1 as emissões da rubrica Jogo da Língua, onde Sandra Duarte Tavares, docente de Língua Portuguesa no Instituto Superior de Educação e Ciências (ISEC) e consultora do Ciberdúvidas da Língua Portuguesa, testa os conhecimentos gramaticais dos ouvintes.
* Hora oficial de Portugal continental
Em prol da igualdade de géneros, um grupo de estudantes universitários elaborou uma proposta queer de revisão da ortografia portuguesa. Pautada pela irreverência e contra aquilo que os signatários consideram um «instrumento de dominação social», este «compromisso brincalhão», denominado deste modo pelos seus autores, propõe, entre outros aspetos, o uso de palavras como «tod*s» e «velh@s» no sentido de garantir a igualdade de tratamento. A viabilização desta proposta é questionada por diversos especialistas.
Este é um espaço de esclarecimento, informação, debate e promoção da língua portuguesa, numa perspetiva de afirmação dos valores culturais dos oito países de língua oficial portuguesa, fundado em 1997. Na diversidade de todos, o mesmo mar por onde navegamos e nos reconhecemos.
Se pretende receber notificações de cada vez que um conteúdo do Ciberdúvidas é atualizado, subscreva as notificações clicando no botão Subscrever notificações