Há erros que são eternos clássicos do discurso que monitoriza o cumprimento das normas linguísticas. Regressam, portanto, ao Correio a tradicional confusão gráfica entre -am e -ão ("seram" pelo correto serão, 3.ª pessoa do futuro do indicativo) e a recorrente troca de en- por in- ("insurdecedor" por ensurdecedor). No Pelourinho, a propósito da linguagem desleixada dos resumos dos filmes e outros programas dos canais por cabo portugueses, Paulo J. S. Barata assinala uma asneira que teima em perdurar, a de escrever eminente por iminente. Quanto às novas questões em linha no consultório, estão em foco o uso de queria em atos ilocutórios diretivos e a sintaxe de dois verbos – correlatar e afastar. Estes e outros conteúdos estão igualmente acessíveis pelo Facebook e por uma aplicação para smartphones (com o apoio da Fundação Vodafone).
Como adaptar ao português Tallinn, nome estoniano da capital da Estónia? Há várias maneiras, mas porque não adotar apenas uma? E qual será a mais adequada? Tal é a discussão que pode ser suscitada pelo tópico tratado numa das novas respostas do consultório, onde se incluem ainda esclarecimentos sobre o uso de «o quanto», a análise de uma oração subordinante e a boa formação do substantivo estapafurdice.
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No programa Língua de Todos de sexta-feira, 24 de maio, na RDP África (depois do noticiário das 13h00*; com repetição no sábado, depois do noticiário das 9h00*), tem-se uma conversa com o linguista brasileiro Gilvan Müller de Oliveira, diretor do Instituto Internacional da Língua Portuguesa (IILPP), a entidade da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP) que coordena a elaboração do Vocabulário Ortográfico Comum da Língua Portuguesa, com a participação de especialistas dos oito países lusófonos. Outro tema: a “escorregadela” recorrente na conjugação do verbo intervir.
Quanto ao Páginas de Português de domingo, 26 de maio, na Antena 2 (às 17h00*), está em foco a proposta aprovada pelo parlamento da Galiza, com o objetivo de potenciar o português naquela região, que guarda profunda afinidade linguística com o espaço lusófono. Os pormenores e as razões (culturais) da medida, numa conversa com o professor Joám Evans Pim, membro da Comissão Promotora da Iniciativa Legislativa Paz-Andrade e membro da Academia Galega da Língua Portuguesa.
Por último, quem quiser testar os seus conhecimentos sobre a norma do português pode acompanhar na Antena 1, de 2.ª a 6.ª-feira, às 14h40*, a rubrica Jogo da Língua, com Sandra Duarte Tavares, docente de Língua Portuguesa no Instituto Superior de Educação e Ciências (ISEC) e consultora do Ciberdúvidas da Língua Portuguesa.
Hora oficial de Portugal continental.
Diz-se que é temerário o que age sem temor e até com imprudência, enquanto ao que mostra receio se aplica o adjetivo temeroso. Esta é a diferença que em Portugal parece andar esquecida e que Paulo J. S. Barata relembra no Pelourinho. No consultório, também é tempo de recordar regras: vígil, «desperto», tem o plural vígeis, ou seja, em -eis, como todos os substantivos e adjetivos graves (ou paroxítonos) terminados em -l (cf. réptil/répteis e fácil/fáceis). Revela-se ainda que abestunto é uma variante de bestunto, e que né é o mesmo que «não é?» em final de frase, usado como marcador conversacional. Através do Facebook e por uma aplicação para smartphones (com o apoio da Fundação Vodafone) é igualmente possível aceder a estas e outras perguntas.
Uma atualização sobretudo dedicada às relações entre palavras: trajeto e trajetória são sinónimos? E as palavras disciplina e matemática? Outra dúvida a esclarecer: deixa-se espaço quando usamos os símbolos de propriedade intelectual, por exemplo, ©?
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Em Portugal, a aprovação pelo parlamento da proposta do Partido Socialista para a coadoção por casais do mesmo sexo motivou na comunicação social (mesmo noutras instâncias) dúvidas e hesitações sobre a grafia do termo aplicado ao direito em discussão: coadoção ou co-adoção?
Coadoção e coadotar são as grafias corretas ao abrigo do Acordo Ortográfico de 1990 (AO 90), porque o prefixo átono co- se aglutina «com o segundo elemento mesmo quando iniciado por o» (idem, Base XV, 1 b), obs.).
Anteriormente, escrever-se-ia co-adopção e co-adoptar,* conforme o Acordo Ortográfico de 1945 (AO 45), Base XXIX, 9.º, visto hifenizar-se o prefixo quando este significava «a par» e o segundo elemento tinha «vida autónoma». No Brasil, seriam de esperar as formas co-adoção e co-adotar; e muito embora o Formulário Ortográfico de 1943 fosse omisso a respeito da grafia de co-, a 1.ª edição do Dicionário Houaiss (2001) enuncia o mesmo critério que o acordo de 1945, observando que «[esta] regra [...], diga-se criticamente, cria muito embaraço, freqüentemente, ao usuário», já que em casos como coabitar ou cooperar, que provêm diretamente do latim, a forma co- ocorria sem hífen aglutinada ao elemento seguinte. O AO 90 veio, portanto, simplificar a grafia de co-, generalizando a supressão do hífen a todas as palavras, tenham elas sido formadas em português ou em latim.
* Em Portugal, o AO 45 prevê o uso de c (redacção) e p (óptimo) como letras mudas.
Dois acontecimentos e um facto que reforçam o prestígio da nossa língua comum como veículo de expressão literária e não só:
– a atribuição do Prémio Rainha Sofia de Poesia Ibero-Americana ao poeta português Nuno Júdice (consultar a Antologia);
– a reedição da obra completa do escritor Ferreira de Castro (1898-1974);
– o 5.º lugar que o português ocupa entre as línguas mais usadas na Internet, à frente do árabe, do francês e do alemão, segundo dados divulgados pela União Internacional de Telecomunicações (UIT).
O programa Língua de Todos de sexta-feira, 17 de maio, na RDP África (depois do noticiário das 13h00; com repetição ao sábado, depois do noticiário das 09h00), inclui uma conversa com Rosângela Morello, diretora do Instituto Brasileiro de Investigação e Desenvolvimento em Política Linguística, sobre os desafios da diversidade e da institucionalização das línguas nacionais tanto no Brasil como nos países africanos de língua oficial portuguesa (PALOP).
Na emissão do Páginas de Português de domingo, 12 de maio, às 17h00, na Antena 2, apresenta-se uma reportagem à volta da exposição sobre a obra literária e a vida da cronista, jornalista e escritora brasileira de origem ucraniana Clarice Lispector (1925-1977). E, na rubrica “Ciberdúvidas responde”: "alcoolemia" ou "alcoolémia" – qual a pronúncia e a grafia recomendadas? E qual diferença entre sedeada e sediada?
Na Galiza, o parlamento autonómico aprovou uma proposta – a iniciativa legislativa popular Valentín Paz-Andrade, já aqui referida – que pretende reforçar os vínculos desta região de Espanha com o mundo de língua portuguesa, dando incremento ao contacto com o português em vários níveis, do ensino ao acesso à comunicação social. O jornal corunhês La Voz de Galicia assinala este acontecimento como resultado de um «pacto político», sublinhando que para o consenso criado contribui o interesse económico dos países onde se fala português (ver também notícia no Faro de Vigo). Um apontamento da V Televisón dá conta da discussão da proposta no parlamento galego (em espanhol e galego):
A circuncisão é uma velha prática de significado cultural que encontra justificação médica na contemporaneidade. É a propósito deste procedimento que, em O Nosso Idioma, Edno Pimentel apresenta o regionalismo angolano kiungueiro – que, dadas as restrições ao uso da letra k, poderá grafar-se "quiungueiro" – e discute o verbo que no português corrente se refere a fazer uma circuncisão (texto original publicado no jornal angolano Nova Gazeta).
No consultório, verifica-se que fumaça e fumo têm usos regionais diferenciados, avalia-se o neologismo "patrimoniar" e comenta-se um uso particular do quantificador todo.
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Este é um espaço de esclarecimento, informação, debate e promoção da língua portuguesa, numa perspetiva de afirmação dos valores culturais dos oito países de língua oficial portuguesa, fundado em 1997. Na diversidade de todos, o mesmo mar por onde navegamos e nos reconhecemos.
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