Em artigo publicado no Diário de Notícias de 2 de janeiro passado, Vasco Graça Moura regressa à querela ortográfica, desta feita para dar como certo o adiamento da aplicação do Acordo Ortográfico no Brasil. Ora, o que aconteceu foi, tão-só, o prolongamento, até 2016, do período de adaptação até à plena vigência da nova reforma ortográfica, no Brasil. Ou seja: só daqui a três anos ela passa a ser de uso obrigatório. Até lá, tal como acontece em Portugal – cujo período de transição, de seis anos, termina poucos meses antes do agora determinado pelo governo brasileiro, precisamente no intuito de se alinhar com Portugal, a ortografia anterior continua a ser seguida por quem assim o entender. E, portanto, sem pôr minimamente em causa o que está ratificado, decretado e efetivamente seguido, já, nos mais variados setores da sociedade brasileira. No essencial, nada se altera, pois: a adoção oficial do Acordo Ortográfico no Brasil foi em janeiro de 2009, com as novas regras desde então seguidas pelos organismos e publicações estatais, no ensino e na generalidade das editoras e dos órgãos de comunicação social.
P. S. – Este é um esclarecimento apenas e só neste preciso ponto que tem trazido alguma confusão a partir do que, erradamente, vem sendo veiculado na imprensa portuguesa. Sem embargo da estima e da consideração que tenho por Vasco Graça Moura, respeitando as suas conhecidas posições sobre o tema.
carta publicada no Diário de Notícias de 9/01/2013