Pelourinho - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
 
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Registos críticos de maus usos da língua no espaço público.

     «Viva os estagiários» era um título na rubrica “Quentes & Boas” do jornal “24 Horas”1, da responsabilidade de Gracinha de Sousa Botelho.
     Primeiro erro, de concordância: tal como o sujeito («os estagiários»), também o verbo («viver») vai para o plural.
     Segundo erro: a frase tem de terminar com um ponto de exclamação.
     Portanto: «Vivam os ...

     Pior – pior, porque se trata da televisão pública portuguesa, com suplementares obrigações na defesa da língua – foi o erro cometido pelo mesmo jornalista, na véspera.
     «Passam a haver menos carros da Brigada de Trânsito nas principais auto-estradas do país», anunciou, em mais um atropelamento do verbo haver...

     «O Suécia-Inglaterra – lembrava no próprio dia do jogo o apresentador do “Jornal da Tarde” da RTP-1 – começa às 20 horas. Os nórdicos ainda não garantiram o apuramento, mas têm a tradição como aliado.» E, de seguida, lá veio o escusado e recorrente espanholismo: «O outro jogo do mesmo grupo [do...

Sílvia Alberto, apresentadora do concurso “Dança Comigo”, da RTP-1 1, referindo-se ao professor de dança e a ela própria: «... o mestre e a sua aprendiz...»
     Sendo certo que a Sílvia não deve ter dúvidas quanto ao seu género, conclui-se que é melhor ...

   A propósito da estreia mundial do filme O Código da Vinci, voltou a ouvir-se a troca do género do nome Opus Dei. É o Opus Dei, e não “a” Opus Dei. Preferindo-se em português, então, sim, é a Obra de Deus.

     Outro erro recorrente é o infinitivo (mal) flexionado.
     Veja-se este exemplo, do mesmo jornal: «Os dois demoraram mais de seis horas a arranjarem-se
     Deveria ter sido escrito «os dois demoraram (…) a arranjar-se. O infinitivo «arranjar-se» está ligado à forma verbal «demoraram» pela preposição «a». Nestes casos, o infinitivo não flexiona: «Eles demoraram a descer», «elas andam a ler»,...

     «Por que é que não se realça a beleza das senhoras de uma forma verdadeira (…)?», lia-se no jornal “24 Horas” de 15 de Junho p. p.
     Na construção «porque é que», a palavra porque é sempre um advérbio de interrogação, constituído, portanto, por uma única palavra: «Porque é que não se realça a beleza das senhoras (…)?»

     Ainda à volta do Mundial de Futebol na Alemanha, louve-se o sítio Sportugal2 e o portal da FIFA, que, ao contrário da maioria dos órgãos de informação portugueses, não escrevem “Trinidad e Tobago”, mas ...

     «Estão respondidas as questões colocadas pela RTP. Recorde-se que cada órgão de comunicação social hoje, excepcionalmente, pode apenas fazer uma questão», dizia o repórter Hélder Conduto, falando sobre uma conferência de imprensa dada por jogadores da selecção nacional portuguesa, presente no ...

Há alguma dificuldade no emprego do infinitivo, nomeadamente do infinitivo pessoal ou flexionado.
     «Um treino durante a manhã e, agora, tempo de descanso, com Scolari a dar mais algum tempo aos jogadores para recuperar do encontro frente a Angola»1.
     O correcto teria sido: «Um treino durante a manhã e, agora, tempo de descanso, com Scolari a dar ...