Pelourinho Quem + 3. ª pessoa do singular Continua também a ler-se e a ouvir-se nos “media” portugueses frases com o verbo erradamente no plural quando o sujeito é o pronome relativo quem: «Os utentes não vêem reflectidos os aumentos do preço dos cuidados de saúde nas taxas moderadoras, mas há quem acredite que são eles quem vão acabar por suportar estas subidas». José Mário Costa, Maria Regina Rocha · 4 de agosto de 2006 · 7K
Pelourinho Humanitário ≠ humano As mortes e toda a tragédia à volta de uma guerra – como a que está a devastar o Líbano – voltaram a ser qualificadas de "humanitárias", lado a lado com o seu contrário (os corredores que a ONU e as organizações internacionais tentam preservar par... José Mário Costa, Maria Regina Rocha · 4 de agosto de 2006 · 9K
Pelourinho «De (e não “desde”) Valência» O desde (em vez de de) é um modismo há muito instalado no meio jornalístico português, especialmente nos relatores do futebol. E, como modismo, raro já é o jornal que não alinhe pelo... disparate. Como se pôde ler na edição do matutino 24 Horas de 30 de Julho p.p., numa notícia sobre o Benfica e o jogador Simão Sabrosa (...). Maria Regina Rocha · 31 de julho de 2006 · 4K
Pelourinho O senão de um se não «O incómodo é tanto que Pedro Santana Lopes não tem mesmo outra solução se não sentar-se nas últimas filas», escrevia-se no jornal “24 Horas” do passado dia 27 de Julho. Escrevia-se erradamente, porque a grafia certa é senão. Ou seja, devia ter-se escrito assim: «O incómodo é tanto que Pedro Santana Lopes não tem mesmo outra solução senão sentar-se nas últimas filas». Neste caso, senão significa excepto... Maria Regina Rocha · 27 de julho de 2006 · 3K
Pelourinho A moral e o moral da selecção de futebol portuguesa Mais incompreensível é (no mesmo jornal) ainda haver quem não distinga a diferença entre a moral e o moral (além daquela errada concordância verbal)... «....a derrota com a França por 1-0, nas meias-finais, e o afastamento da final de Berlim, deixou marcas pelo menos ao nível da moral dos jogadores [portugueses].»2 2 Paulo Curado, "Público" de 9 de Julho p.p. João Alferes Gonçalves (1944 — 2023), José Mário Costa, Maria Regina Rocha · 14 de julho de 2006 · 4K
Pelourinho Desleixo e rigor na abreviação dos números ordinais A abreviação dos números ordinais, como aqui já se recordou várias vezes [cf. 2º não é a mesma coisa que 2.º], não se confunde com a grafia do símbolo de grau angular nem com a do símbolo dos graus celsius, por exemplo. Nas ilustrações em baixo, ficam dois exemplos do desleixo (notícia do... José Mário Costa, Maria Regina Rocha · 14 de julho de 2006 · 5K
Pelourinho «Para que deixe de haver instituições» «Causas como esta e causas muito diferentes desta são importantes para que deixem de haver aquelas instituições grandes com muitas crianças, que todos nós conhecemos (…)», escreviam as jornalistas Andreia Valente e Ana Meireles, no jornal “24 Horas” de 12 de Julho p. p. Escreveram mal. Deviam ter escrito: «Causas como esta e causas muito diferentes desta são importantes para que deixe de haver aquelas instituições gr... José Mário Costa, Maria Regina Rocha · 14 de julho de 2006 · 3K
Pelourinho Isentar do imposto Frase do jornalista Paulo Solipa, da RTP, a propósito do eventual pedido de isenção de imposto a aplicar sobre os prémios atribuídos aos jogadores de selecção portuguesa de futebol: «A decisão de isentar o imposto será sempre uma decisão política.» Não se trata de “isentar o imposto”, mas de isentar alguém ou algum rendimento do imposto que lhe deveria ser aplicado. O verbo isentar significa «desobrigar», «livrar». José Mário Costa, Maria Regina Rocha · 14 de julho de 2006 · 2K
Pelourinho O seu ar decidido Frase do dirigente do CDS-PP para o primeiro-ministro português José Sócrates, no debate na Assembleia da República, no passado dia 12 de Julho: «V. Ex.ª fala do dever dos contribuintes para com o Estado, mas, claro, o mesmo princípio não se aplica ao Estado nas suas obrigações para com os cidadãos e as empresas que o financiam. E há-de convir que isso retira muita credibilidade ao seu ar decidido com que aparec... José Mário Costa, Maria Regina Rocha · 14 de julho de 2006 · 1K
Pelourinho Ai, o grama!... Ainda no mesmo jornal 3: «Ouro. Uma grama por dia, à espera que a mina volte a abrir». Pela enésima vez: grama, a milésima parte da massa do quilograma-padrão, é masculino. Nada tem que ver com a grama, de gramado. 3, “Público” de 10 de Julho p.p. João Alferes Gonçalves (1944 — 2023), José Mário Costa, Maria Regina Rocha · 10 de julho de 2006 · 2K