Pelourinho - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
 
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Registos críticos de maus usos da língua no espaço público.
Ei, anda alguém a ler isto?
Erros recorrentes no jornal Público

«Parece que ninguém, na redacção do jornal Público, lê ou, pelo menos, leva na devida conta as recomendações do seu provedor do leitor em matéria de erros e desleixos de português. Erros e desleixos, de tão repetidos  e de tal modo básicos, que… [nem] se  acredita.»

 Artigo do provedor do leitor do jornal Público, Joaquim Vieira, transcrito, com a devida vénia, do dia 11 de Outubro de 2009.

Um comentário sobre um comentário político podia ser o título deste artigo de Ana Martins no semanário Sol de 9 de Outubro de 2009.
 

O desempenho linguístico dos profissionais da comunicação social tem sido alvo de críticas em diversos espaços da própria comunicação social. São, em geral, apontados erros de ortografia ou de estrutura de frase.

«Tráfico» em vez de tráfego («tráfico cortado»), «uniões de trabalhadores» no lugar de «sindicatos de trabalhadores», «assalto» trocado por «agressão» (o jornalista iraquiano não «assaltou» George Bush com os sapatos...). Más e desleixadas traduções e, acima de tudo, o recurso abusivo de estrangeirismos, alguns mesmo sem a mínima equivalência em português («candidato incumbente» o que será?)....

Porque« carga de água quereria o Governo saber tanto o que se passa em Belém -
 passa-se lá alguma coisa de muito interessante?»1

«Lembro-me quando estávamos a preparar o "Circo de Feras" no Campo Pequeno e fomos expiar o espectáculo dos Da Weasel, que tinham feito o Atlântico, uns dias antes. E fomos ver o que eles tinham!»2

Heather Jean Brookes, investigador da Universidade de Stanford (Califórnia), num artigo da revista Discourse & Society, demonstra que na imprensa britânica domina um discurso estereotipado sobre África. África é retratada como um bloco homogéneo onde imperam a violência, a corrupção e o desrespeito pelos direitos humanos. Um dos itens de análise de Brookes passa, inevitavelmente, pela observação dos padrões de selecção de vocabulário.

As palavras inventam a realidade? Os demagogos sempre souberam que sim. Um artigo de Ana Martins no semanário Sol.

E quando o título de uma notícia ostenta erros ou é absurdamente enigmático? É este o tema do artigo de Ana Martins no semanário Sol.

Os propósitos da criação neológica — o tema do artigo de Ana Martins no semanário Sol.

Porque é que os nossos políticos falam por palavras que não existem? Bom, não é rigoroso dizer que não existem. É melhor dizer que são palavras que não estão atestadas nem em dicionários nem em corpora (conjuntos de textos, devidamente organizados, que servem a análise linguística).

Passemos aos exemplos.

Sobre os contrastes na qualidade da escrita jornalística — contrastes que podem ocorrer num mesmo jornal. Trata-se de mais um artigo de Ana Martins no semanário Sol.

Na gíria escolar, chumbar significa «reprovar». Ou seja, não passar neste ou naquele exame, nesta ou naquela disciplina ou… nelas todas. Como o termo virou modismo na comunicação social portuguesa, lá se voltou ele a ouvir (e a ler) no seu sentido… contrário.  Noticiava-se a votação do relatório da Comissão Parlamentar da Assembleia da República no caso do Banco Português de Negócios. Mais concretamente os votos contra do Bloco de Esquerda, PCP e CDS: «O relatório foi chumbado pela oposição».