Pelourinho - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
 
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Registos críticos de maus usos da língua no espaço público.

O termo ensino possui a raiz latina sign-, presente nas palavras signo, significar, significado; mas também em sinal, assinalar, assinar, sina, sino e sinete. Aquele que ensina, verdadeiramente, deixa uma marca, um sinal, em quem aprende, marca-lhe, algum modo, a sina.

E quem aprende adquire o conhecimento. Aprender é um verbo formado de apreender (do mesmo étimo latino apprehendere), com o significado de «abarcar com o espírito», «abranger com o entendimento».

Sobre o excesso de orações subordinadas numa mesma frase — um artigo de Ana Martins no semanário Sol.

As 27 funções da palavra "que". Verdadeira palavra mágica da nossa língua é o título do livro de José Perea Martins, editado pela brasileira Ediouro. Que a palavra que tenha 27 funções é óptimo, mas que ela apareça 27 vezes num mesmo texto breve é dramático.

Cristiano Ronaldo nem fez um mês de Real Madrid e já se expressa só em castelhano. Mais precisamente: logo que chegou e os media espanhóis não mais o largaram. Aconteceu com ele, como, antes, com todos os futebolistas portugueses e brasileiros que se transferiram para clubes espanhóis. E acontecerá, sempre assim.

Sobre os verbos dicendi, um artigo de Ana Martins no semanário Sol.

 

Escolher a palavra certa, em função da estrutura da frase, do sentido e do género do texto, é uma tarefa cognitivamente complexa e só aparentemente banal.

Crise é a palavra que está na ordem do dia [em Portugal]. Crise na saúde, crise na justiça, crise na educação, crise nos relacionamentos…

E a língua portuguesa está, também ela, em crise. E porquê? Porque se fala e escreve cada vez pior.
Mas o que é, afinal, escrever mal? Será apenas cometer erros ortográficos?

 

Erros e desleixos apontados pelo provedor do leitor do jornal Público, em artigo do dia 28 de Junho de 2009.

Rumo à "reabilitação" do adjectivo, um artigo de Ana Martins no semanário Sol.

Troca funesta

A troca de acusações foi benéfica para a TVI, mas funesta para a jornalista do DN. Há um claro erro de concordância na abertura da notícia — o sujeito é a troca e, por isso, o verbo devia estar na terceira pessoa do singular («A troca de acusações teve...»). 

Biqueiradas jornalísticas

 

 

Mais uma ilustração da forma desleixada como se ecreve na imprensa portuguesa. No caso (jornal desportivo O Jogo de 19 de Abril de 2009), um qualquer dicionário de sinónimos à mão evitaria estas biqueiradas jornalísticas.

«Quando se procura ler hoje um diário ou um semanário português, é indispensável armar-se de um bom dicionário de inglês para tentar compreender o que querem dizer os site, online, lay-off, play-off, franchising, outlet, offshore, lifting, share, target, outdoor e outros deliciosos termos perfeitamente desconhecidos para a grande maioria da população». Artigo publicado no Diário de Notícias de 18 de Abril de 2009, que aqui se transcreve, com a devida vénia.