Pelourinho «Inglês Grã-Bretanha?» Faço um pedido aos jornalistas: não escrevam nem digam «Papua Nova Guiné». Não é maneira de designar um país. Este disparate, creio que importado do jornalismo norte-americano, equivale a chamar à Holanda «Holandês Países-Baixos» ou à Grã-Bretanha «Inglês Reino Unido», etc. Se quiserem gastar palavras em vão, digam Papuásia, Nova Guiné, ou Nova Guiné, Papuásia. Papuásia é o nome antigo, hoje substituído por Nova Guiné. Papua indica o indivíduo da etnia dos papuas, uma das q... Teresa Álvares · 24 de julho de 1998 · 3K
Pelourinho O médico e os «abórtos» Um médico do «não», ao comentar na SIC o referendo do passado domingo, pronunciou o plural de aborto com um o aberto que arrepia os puristas. A tendência, é certo, parece ser hoje a de abrir o o no plural, mesmo nos casos em que o plural conserva o o fechado do singular (como /dô-na/, /dô-nas/). Mas, creio, tal tendência é mais obra de doutores que ignorância de iletrados. A quem ouço /a-côr-do/, /a-cór-dos/ – erradamente – é a gente instruída (a... Teresa Álvares · 3 de julho de 1998 · 3K
Pelourinho O "milião" "A Folha de S. Paulo" é um dos melhores diários brasileiros. Mas não só em papel. Também na Internet. Tem um serviço de pesquisa bem organizado e um manual de redacção muito útil, que explica coisas complicadas como o que significa, de país para país, um bilião (no Brasil, bilhão). Quis ver, até porque houvera polémica sobre o assunto aqui no Ciberdúvidas. E pude aprender que nós, portugueses, em Portugal, dizemos... "m... Teresa Álvares · 30 de junho de 1998 · 3K
Pelourinho Evacuar indivíduos? É raro um jornalista empregar bem esta palavra, que já em latim significava «esvaziar». Quando se diz: «Foram evacuados mil portugueses da Guiné-Bissau», o que se afirma, na nossa língua, é que mil portugueses foram esvaziados. Ou seja: cada um desses portugueses foi esvaziado. Ou seja: cada um desses portugueses ficou sem entranhas. Teresa Álvares · 25 de junho de 1998 · 12K
Pelourinho Ministro sem calço Quando falamos português, só é aceitável o emprego de palavras estrangeiras se a necessidade de clareza o exigir. Compreende-se, por isso, que em certos casos se diga "design", embora desenho e estilo possam servir, e noutros se prefira "marketing", apesar de existir mercadologia. Esta regra obriga todos os cidadãos e, em especial, os membros do Governo. Mormente o ministro que fiscaliza se as empresas apresentam em português as instruções dos produtos.... Teresa Álvares · 5 de junho de 1998 · 3K
Pelourinho Como em França se defende a sua língua... ... ao contrário do que se passa em Portugal As línguas da Exposição Mundial de Lisboa são o português, o inglês e o espanhol, o que valeu – e muito bem! – um protesto por parte das autoridades francesas. Carlos Marinheiro · 25 de maio de 1998 · 4K
Pelourinho «Êu-ròs»? Não. /Êu-rus/! O Governo, se prezasse o português, poderia aproveitar a campanha publicitária do euro para sugerir a pronúncia portuguesa desta palavra. Pelo contrário. No anúncio televisivo, transmitido nos últimos dias, insiste-se em dizer... /êu-rò/! Formado a partir do truncamento da palavra Europa, o euro... João Carreira Bom · 15 de maio de 1998 · 2K
Pelourinho Uma prestação imprestável Prestação, do latim "praestatione": acto ou efeito de prestar; cota, contribuição, pagamento escalonado. Ou, quando muito (no Brasil): alcunha de todo o vendedor ambulante de mercadorias a prestações. Isto é o que registam os dicionários, o que dirá qualquer lusofalante, independentemente do seu nível cultural, a não ser que tenha aderido ao chamado "futebolês" e repita esse estereótipo, mais um, tanto ao gosto do me... José Mário Costa · 22 de abril de 1998 · 5K
Pelourinho «Plafonamento»!? O secretário de Estado do Ensino Superior do Governo português, Alberto Jorge Silva, pronunciou-se (na rádio pública RDP), no passado dia 31, sobre as maleitas crónicas do seu sector. E, às tantas, passou a empregar esse escusado e inestético galicismo «plafonamento». Não há dúvida: com governantes destes nas escolas portuguesas, muito terão de aprender os alunos portugueses a estimarem a sua própria língua. José Mário Costa · 8 de abril de 1998 · 4K
Pelourinho 25 anos "despoletados"... Um erro recorrente na imprensa portuguesa Os 25 anos do semanário Expresso tropeçado no anómalo despoletar... Carlos Marinheiro · 25 de março de 1998 · 3K