Pelourinho - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
 
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Registos críticos de maus usos da língua no espaço público.

Depois da duvidosa construção, em português, da forma impessoal «é suposto», que tão em voga se encontra entre nós — tradução directa e, a meu ver, totalmente desnecessária do inglês «it’s supposed» —, também as formas pessoais do mesmo verbo («I was supposed», por ex.) começam a ser adoptadas pelos portugueses, presumo que por alguns que dominarão o inglês mas que pouco se importam com a sua língua.

Governo espanhol imputado na queda de viaduto que matou cinco portugueses

O juiz que investiga o acidente ocorrido a 7 de Novembro de 2005 na construção de um viaduto na Auto-Estrada do Mediterrâneo em Almuñecar, na Andaluzia, imputou os responsáveis do Ministério do Fomento, proprietário da obra, e as empresas encarregues da execução dos trabalhos. O desabamento provocou seis mortos, cinco dos quais oriundos de Portugal, e três feridos, dois de nacionalidade portuguesa

1 – O que será «imputar os responsáveis»?!

Mais tarde ou mais cedo tinha de ser: um artigo sobre o verbo haver.

Aprende-se na escola primária. No caso de a escola não ter ajudado, basta pensar um bocadinho. Em português, como noutras línguas, há verbos que designam uma acção ou situação à qual não pode ser atribuída sujeito: anoitecer, chover, fazer (com sentido de tempo decorrido), etc. O verbo haver também faz parte desta lista. (...)

«[Luiz Felipe] Scolari teve ontem a ombridade de se retractar na sede da FPF e depois na Grande Entrevista da RTP 1 conduzida por Judite de Sousa», escreveu  o jornal O Jogo.

Mandam as regras da mais elementar prudência que antes de fazermos afirmações peremptórias saibamos do que é que estamos a falar.

No meio das dezenas de notícias e comentários que estão a ser publicadas a propósito da visita do dalai-lama [a Portugal], li, no Público, uma notícia assinada por Leonete Botelho, na qual a autora afirma que «Kenzin Gyatso» é «o nome de nascença do Dalai Lama e aquele que os apoian...

De regresso de férias, o provedor dos leitores do Público arrola aqui mais uma série de erros, que vão da ignorância, pura e simples, à mais descuidada preguiça mental. Sintoma gritante – escreve Rui Araújo – da «extinção» dos revisores e dos copidesques, tão importantes para a qualidade e para a credibilidade de qualquer jornal.

O Diário de Notícias, pelos vistos, não acerta uma com o dalai-lama1. Depois de recente referência incorrecta ao título do líder espiritual do Tibete, veio agora, na edição ...

Erro supersónico

A edição digital do Público inseriu, a meio da tarde de 6 de Setembro p. p., a notícia da France Presse que se reproduz a seguir. Algum tempo depois, substituiu-a por uma nova versão, igualmente atribuída à France Presse, que corrige alguns erros da primeira.

O que é uma metáfora? A metáfora consiste na identificação de uma área de referência, concreta, a uma outra área de referência, abstracta. Basicamente, a metáfora permite compreender uma coisa em termos de outra.

Sendo muitas vezes entendida exclusivamente como um ornamento retórico, a verdade é que a metáfora é intrínseca à maneira como pensamos o mundo, a partir da nossa experiência quotidiana — o que se reflecte na estrutura semântica da língua.

Sobre o falecimento de Luciano Pavarotti – no caso em apreço, ainda se tratava de notícias sobre o agravamento irreversível  do seu estado de saúde –, apareceu em diversos jornais portugueses «doenças cancerígenas», em vez de «doenças cancerosas». Tudo porque quem respigou a informação original