Pelourinho Erros mesmo No espaço desta rubrica tenho procurado focar incorrecções, incongruências, redundâncias, invenções abusivas e, ao mesmo tempo, explicar (não desculpar) a sua ocorrência. Apontar e riscar repetidamente o erro, por si só, não conduz o falante comum a conhecer o que fundamenta uma expressão (escrita e oral) correcta e consequente. Para isso é preciso ter (ou ganhar) consciência de que a língua não é um código regulamentar, mas sim um sistema complexo, variável e dinâmico. Ana Martins · 6 de fevereiro de 2008 · 2K
Pelourinho Adjectivos, para que vos quero? Quando se estuda gramática na escola, aprende-se o que é um sintagma nominal: o sintagma nominal é consituído por um nome em torno do qual gravitam vários tipos de constituintes, entre eles o adjectivo. Em relação àquilo que é designado pelo nome, o adjectivo pode qualificar (ataque terrível) ou classificar (ataque cardíaco). Mas vale a pena analisar de perto a função ou pertinência de alguns adjectivos em expressões (sintagmas nominais) que foram entrando no ouvido. Ana Martins · 28 de janeiro de 2008 · 3K
Pelourinho Porquê Dunkirk, em vez de Dunquerque? Duinkerke em flamengo, Dunkerque em francês, Dunquerque, em português. Os anglófonos dizem e escrevem Dunkirk. Mas porquê esta opção pelo topónimo em inglês, em detrimento da forma aportuguesada, na tradução/legendagem do documentário exibido1 pela RTP 2 sobre os bastidores do filme Expiação2? José Mário Costa · 23 de janeiro de 2008 · 4K
Pelourinho Abrir e ler o que tem dentro Abriram-se as prendas de Natal. Se a prenda é um livro, o simples desembrulhar não permite tirar conclusões acerca do produto. Veja-se o caso de dois livros de literatura infanto-juvenil, ambos traduções: A Flauta Mágica (Edições Hipòtesi/Kalandraka Editora) e A Vida de Um Piolho Chamado Matias (Edições Teorema). Ambos têm erros gravíssimos, que acusam uma má tradução e uma igualmente má revisão. Listo apenas alguns desses erros. Ana Martins · 20 de janeiro de 2008 · 3K
Pelourinho Um cem sem sentido Percebe-se a ideia: Paulo Bento faz o 100.º jogo como treinador do Sporting, coincidindo com o castigo que lhe fora aplicado pela Comissão Disciplinar da Liga Portuguesa de Futebol Profissional. Só que a ideia saiu pela culatra. Ou seja: um cem sem sentido. Fica entretanto a dúvida: saberá o imaginoso tituleiro da manchete do “Record” que a preposição sem é homófona do numeral cem? José Mário Costa · 4 de janeiro de 2008 · 4K
Pelourinho Nós, vós, ele «Nós, Rei de Portugal pela graça de Deus, fazemos saber que…» Era assim que, na Idade Média, os monarcas se dirigiam à Nação. A voz do rei era a única com legitimidade para usar da palavra em nome de todos. Daí que o uso da primeira pessoa do plural (nós) para dizer eu tenha recebido a designação de plural majestático. Este nós majestático tinha também o correlativo vós: «Vós, Senhor…» Ana Martins · 30 de dezembro de 2007 · 6K
Pelourinho Eu "tou", tu "tás", ele "tá"... Julgados por alegadas burlas com fundos europeusUGT: Torres Couto, João Proença e Oliveira e Costa absolvidos 17.12.2007 - 14h09Por Lusa, PUBLICO.PT</... José Mário Costa · 26 de dezembro de 2007 · 13K
Pelourinho Chover no molhado De um modo geral, a redundância, isto é, a reiteração de uma informação num sintagma ou frase, é descrita, no comum dos prontuários, como um deslize de linguagem: «Descer por ali abaixo» ou «Entrar por ali dentro» são exemplos de redundâncias. Ana Martins · 22 de dezembro de 2007 · 4K
Pelourinho Hermetismos Dicionário: «Hermetismo — doutrina semelhante ao ocultismo, ao esoterismo e à alquimia, que supõe relações íntimas, correspondências misteriosas entre todas as porções do Universo; carácter do que é incompreensível.» Exemplos — retirados das duas últimas edições do Expresso, suplemento Actual, secção Música: «psicadelismo aristocrático das origens»; «qualquer coisa ... Ana Martins · 15 de dezembro de 2007 · 1K
Pelourinho Pôr no papel « — Stora, como se escreve "cóque"? — "Coq" é francês… — Francês? Não! Eu quero escrever: Eu sou mais esperto "cóque" (que o que) se julga…» O episódio teria piada se fosse anedota, mas como não é, e como se passou numa escola portuguesa — como tantos outros episódios similares —, não tem piada nenhuma. Ana Martins · 10 de dezembro de 2007 · 4K