Pelourinho Nós, vós, ele «Nós, Rei de Portugal pela graça de Deus, fazemos saber que…» Era assim que, na Idade Média, os monarcas se dirigiam à Nação. A voz do rei era a única com legitimidade para usar da palavra em nome de todos. Daí que o uso da primeira pessoa do plural (nós) para dizer eu tenha recebido a designação de plural majestático. Este nós majestático tinha também o correlativo vós: «Vós, Senhor…» Ana Martins · 30 de dezembro de 2007 · 6K
Pelourinho Eu "tou", tu "tás", ele "tá"... Julgados por alegadas burlas com fundos europeusUGT: Torres Couto, João Proença e Oliveira e Costa absolvidos 17.12.2007 - 14h09Por Lusa, PUBLICO.PT</... José Mário Costa · 26 de dezembro de 2007 · 13K
Pelourinho Chover no molhado De um modo geral, a redundância, isto é, a reiteração de uma informação num sintagma ou frase, é descrita, no comum dos prontuários, como um deslize de linguagem: «Descer por ali abaixo» ou «Entrar por ali dentro» são exemplos de redundâncias. Ana Martins · 22 de dezembro de 2007 · 4K
Pelourinho Hermetismos Dicionário: «Hermetismo — doutrina semelhante ao ocultismo, ao esoterismo e à alquimia, que supõe relações íntimas, correspondências misteriosas entre todas as porções do Universo; carácter do que é incompreensível.» Exemplos — retirados das duas últimas edições do Expresso, suplemento Actual, secção Música: «psicadelismo aristocrático das origens»; «qualquer coisa ... Ana Martins · 15 de dezembro de 2007 · 1K
Pelourinho Pôr no papel « — Stora, como se escreve "cóque"? — "Coq" é francês… — Francês? Não! Eu quero escrever: Eu sou mais esperto "cóque" (que o que) se julga…» O episódio teria piada se fosse anedota, mas como não é, e como se passou numa escola portuguesa — como tantos outros episódios similares —, não tem piada nenhuma. Ana Martins · 10 de dezembro de 2007 · 4K
Pelourinho Soa bem ou mal? (2) Há muitas pessoas que falam português desde o berço e que duvidam que a construção «mais bem preparado/feito/arranjado» seja absolutamente correcta; ou que dignitário exista nos nossos dicionários, por exemplo. Dizem que são formas que «soam mal». Poriam as mãos no fogo por "melhor preparado" ou "dignatário". Quer isto dizer que as formas que hoje soam mal aos falantes vão, mais tarde ou mais cedo, cair em desuso? Talvez sim. Ana Martins · 24 de novembro de 2007 · 5K
Pelourinho Soa bem ou mal? (1) «Tinha pago ou pagado/morto ou matado»? O nosso leitor Carlos Dinis quer saber porque é que, havendo regras que ditam que com ser e estar devemos ter o particípio irregular (pago) e com ter e haver, o particípio regular (pagado), usa-se mais o pago do que o pagado? O nosso leitor sabe que «tinha pagado» é a forma correcta, mas admite que ela… «soa um pouco mal». Ana Martins · 17 de novembro de 2007 · 8K
Pelourinho Coisas do desconhecimento da língua… "PORQUE NÃO TE CALAS?"* “Por que não te calas?”, afirmou o rei Juan Carlos de Espanha ao presidente da Venezuela, Hugo Chávez, quando este interrompeu o primeiro-ministro espanhol, Rodrigues Zapatero, no momento em que pedia “respeito” para José Maria Aznar, a quem Chávez tinha, pelo segundo dia consecutivo, classificado de “fascista”. * in Correio da Manhã, de 11 de Novembro de 2007 O desconhecimento da língua tem destas coisas. O rei de Espanha não podia ter afirmado, porque estava a perguntar. João Alferes Gonçalves (1944 — 2023), José Mário Costa · 14 de novembro de 2007 · 3K
Pelourinho Maroscas e manigâncias Que a língua varia, toda a gente sabe; que um mesmo falante pode activar diferentes variedades, também. Numa cimeira internacional, por exemplo, não se fala como no café entre amigos. Há quem pense, no entanto, que isto acontece por uma questão de etiqueta ou requinte linguístico; que usar o nível de língua cuidado é como pôr fato e gravata e fazer salamaleques para não se ficar malvisto (ou, agindo pela negativa, para dar um ar de modernidade ou de originalidade). Ana Martins · 9 de novembro de 2007 · 2K
Pelourinho A confusão com o interdito e o interditado + a tradução de San Gennaro O provedor do leitor do Público, Rui Araújo, volta dedicar parte da sua crónica de 4/11/2007 aos erros ortográficos do jornal. «Concordo que seja utópico eliminar totalmente os erros ortográficos de um jornal», escreve um leitor. «No entanto, nalgumas áreas (títulos, editoriais) fica francamente mal eles existirem. Nos editoriais dos últimos meses r... 4 de novembro de 2007 · 1K