Aconteceu com quem e onde menos se esperava...
Aconteceu com quem e onde menos se esperava...
O dr. José Hermano Saraiva, no programa da televisão pública portuguesa "Horizontes da Memória", em 30 de Março, deu novos "horizontes" à pronúncia da abreviatura Expo. Não tanto pelo /èspó/ (em vez de Êispu), já registado entre as diferentes formas como numerosas personalidades pronunciam mal esta «palavra». Mas porque o /Èspó/, na eloquência do dr. Hermano Saraiva, nos lembra o cómico «No!» de D. Bártolo no "Barbeiro de Sevilha".
Kinshasa é, a par de Tirana, a capital mais ouvida nos noticiários da rádio e TV das últimas semanas. Pelas mesmas (péssimas) razões, comuns como quase sempre acontece no rodopio informativo internacional feito à medida do-quanto-mais-tragédia-mortes-e-tiros-melhor. Iguais no protagonismo mediático, diferentes porém nos favores da pronúncia. Se quem fala de Tirana não diz "Tirrana" mas Tirana, à portuguesa, porque será que, quando se fala de Kinshasa, só se ouve "Kinshaça" (como se, em português...
É lamentável que um catedrático de Direito seja citado na imprensa por ter conjugado o verbo intervir como se fosse /interver/, mas compreende-se: o ensino em Portugal está como está, e a escrita das leis é o que se pode ver no «Diário da República».
Mais decepcionante, no entanto, é que isso também aconteça num jornal desportivo que Carlos Pinhão e outros jornalistas da «velha guarda» transf...
Numa época em que a palavra directora já entrou no vocabulário normal de todas as empresas, é, no mínimo, estranho que o banco, com a fama e o proveito de ser tecnologicamente muito avançado em Portugal, demonstre tamanha alergia ao termo directora. Só se é por embirração de princípio de um grupo tão avesso, ainda há pouco tempo, à admissão de mulheres nos seus quadros...
No último programa televisivo Viva a Liberdade, do canal português SIC, debatia-se a questão da educação e, principalmente, do domínio dos saberes, onde, naturalmente, se integra o português.
A certa altura, Miguel Sousa Tavares, o moderador, alertava para um erro de ortografia do documento dado a conhecer dias antes pelo Ministério da Educação. Daqueles de palmatória, imperdoável num documento oficial. Onde deveria aparecer «assentar», significando basear, lia-s...
O futebol em Portugal está cada vez mais sério e chato e longe vai o tempo em que só as pessoas menos educadas se zangavam por paixões clubísticas. Agora, a contratação de um jogador, um fora-de-jogo mal assinalado, uma declaração de um dirigente são pretexto para discussões intermináveis, artigos filosóficos, corte de relações, desafios para duelos e por aí fora.
Talvez devido a esta enorme e maçadora carga dramática que atinge «o mundo da bola», o locutor da RT...
Ao dar a notícia de mais um atentado da ETA no País Basco, a apresentadora do Jornal 2 (RTP2, Lisboa, Portugal) mostrou mais uma vez como vai o Mundo: cada vez mais anglófono. De facto, na vertigem do teleponto, ao ver o nome da cidade espanhola (basca, mais precisamente) de San Sebastian, saiu-lhe a pronúncia à inglesa. Não se acredita que tenha sido por falha cultural ou por uma confusão entre atentados da ETA e do IRA. É só um sinal dos tempos: na dúvida, vai-se para o inglês.
Na noite em que o Manchester United venceu o Porto por 4 a 0, o elemento mais patriótico não foi a táctica inadequada do sr. António Oliveira. Também não foram o azul e branco do campeão português (cores nacionais, sim, mas no tempo da monarquia). Patriótico foi o locutor da RTP: em vez de pronunciar à francesa o nome do futebolista gaulês ao serviço do Manchester, dizia: «Cantôna»! «Cantôna!» Como um locutor de Paris, para quem Pinto é «Pintô» e Eusébio, agora e sempre, «Êsèbiô». A pátria agrad...
«A pobre da interface pode ser feia, mas não a tratem por masculino, por favor», reclama Amílcar Caffé neste apontamento.
Este é um espaço de esclarecimento, informação, debate e promoção da língua portuguesa, numa perspetiva de afirmação dos valores culturais dos oito países de língua oficial portuguesa, fundado em 1997. Na diversidade de todos, o mesmo mar por onde navegamos e nos reconhecemos.
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