Estamos, ainda (em Portugal), no rescaldo da atribuição do Prémio Nobel de Literatura a José Saramago. Natural, bonito, obrigatório mesmo para toda uma comunidade que viu finalmente chegada a hora de um escritor lusófono.
Nada natural, nem bonito e perfeitamente dispensável é que, numa dessas celebrações – promovida em Lisboa pela RDP-África, que convidou vários artistas e grupos musicais africanos e portugueses, e lhe chamou "Festa da Língua Portuguesa" –, entrem também uns tais "África Voices".
Que eles se chamem, cantem, e promovam o inglês em detrimento da sua própria língua oficial, enfim, é uma questão deles. Mas que eles sejam promovidos, assim, logo na "Festa da Língua Portuguesa", e pela entidade que o faz, francamente! Só mesmo a mãozinha de um anglófilo infiltrado...