Pelourinho - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
 
Início Português na 1.ª pessoa Pelourinho
Registos críticos de maus usos da língua no espaço público.

«Vendem-se casas» e «Arrendam-se apartamentos» são as frases mais vulgarmente apresentadas como exemplos do emprego adequado da voz passiva com a partícula apassivante "se". A frase utilizada por Marcelo Rebelo de Sousa no passado domingo, dia 12 p.p., no seu programa "As Escolhas de Marcelo", na RTP-1 («"Fez-se" a correr não sei quantos estádios para o Euro!») é mais um dos exemplos a evitar. O adequado é, portanto, fizeram-se estádios, vêem-se agora os resultados, etc.

Dia do Pi vai ser celebrado no Pavilhão do Conhecimento
14.03.2006 - 08h57 PÚBLICO
Hoje celebra-se em todo o mundo o Dia do Pi (3,14). Mas 3,14 é apenas o início do pi, já que este número tem uma infinidade de casas decimais (3,14159265358979323846...) e resulta da divisão entre o perímetro de um círculo e o seu diâmetro.

......

Não é a «divisão entre»: é a divisão do perímetro pelo diâmetro.

«O Futebol Clube do Porto venceu 3-0 ao Nacional» – ouviu-se há dias na SIC Notícias, num erro de regência que parece ter virado moda um pouco por todas as televisões e rádios portuguesas, quando se dão os resultados da bola indígena e não só.
     «O Futebol Clube do Porto venceu o Nacional por 3 a 0» é como deve ser dito e escrito. O verbo vencer não se constrói aqui com a pr...

Leio algures: «[...] fomos assistir a um dos mais carismáticos concertos deste início de Outubro John Cale ex-Velvet Underground no CCB grande auditorio. Meia casa com um som rock bastante energético que nos levou a crer que este SR. 1 ainda tem garras para tocar guitarra e sintetizador.»
     Quem consulte o Dicionário da Academia das Ciências de ...

O dispensável estrangeirismo «é suposto»

É cada vez mais vulgar o emprego na rádio e na televisão portuguesas do estrangeirismo "é suposto" + infinitivo, que leva, por vezes, a construções incorrectas, como a seguinte: «As conclusões dessa comissão científica independente foram sobretudo criticadas por quem se opunha a esta metodologia e pelas populações dos locais onde estão supostos fazer-se a co-incineração.» (...)

Co Adriaanse, o treinador holandês do Futebol Clube do Porto, surpreendeu tudo e todos neste domingo p. p. – a começar pelos jornalistas (portugueses) de quem ele se queixava de lhe deturparem frequentemente as declarações proferidas até aqui em inglês, antes e a seguir aos jogos –, expressando-se num português impecável tanto na ...

Além da Serenella Andrade, o que há de estranho na extracção da lotaria? Resposta: a patusca invenção das "dezenas de milhar", apensa a uma das redomas do sorteio. Apesar de a ninguém lembrar dizer "dúzias de ovo" ou "centenas de ano", a coisa anda por todo o lado: em acórdãos de tribunais, documentos de universidades, discursos presidenciais, entradas da Wikipedia, etc. E neste «etc.» até cabem blogues por norma bem-falantes. Ele há epidemias bem esquisitas.

Dois erros recorrentes

 São dois erros que continuam a ler-se e a ouvir-se muito por aí:
     1.. «Cumpre informar que se tratam de matérias do foro interno da PSP (…).»
     A construção tratar-se de no sentido de «dizer respeito a», «estar em causa», «ser o caso de», «ser» é impessoal, utilizando-se, pois, apenas na 3.ª pessoa do singular: trata-se de matérias, trata-se de condições inaceitáveis, trata-se de sit...

Homens-a-dias e não
Diarista e mensalista, no Brasil

Uma interessante reportagem, exibida há dias no Telejornal da RTP-1, deu a conhecer uma empresa de homens que vão a casa de quem os chame, limpam, lavam a loiça, como as empregadas de limpeza. Como as mulheres-a-dias, como em Portugal se lhes chama, vulgarmente’.
Erradamente, o autor da reportagem e quem a apresentou nesse dia na RTP-1 chamaram-lhes "maridos-a-dias" um termo obviamente inadequado.

¹ Diarista é como, no Brasil, se designa quem, mulher ou homem, trabalha em limpezas ao domicílio, com o salário calculado por dia. Mensalista, se trabalhar em apenas uma residência e recebe o pagamento por mês.

Ao contrário do que continua a ouvir-se na televisão e na rádio portuguesas, Telecom – do nome da empresa Portugal Telecom – deve pronunciar-se com a terminação em som nasal: Telec[õ]. Errado continua, pois, entre outros, o presidente da PT, Miguel Horta e Costa, quando diz a palavra com "o" aberto ("Telecóme").
      Deverá pronunciar-se Telecom com a terminação em "õ"...