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Por Ciberdúvidas da Língua Portuguesa

«Magro como um pé de milho já pendoado, um homem, que estava à capa, disse: "está tudo pela hora da morte."»

Não é um romance de costumes nem uma novela camiliana. É apenas uma frase que mostra como as expressões idiomáticas são muitas vezes a popularização (às vezes, a banalização...) de um discurso metafórico que se cristalizou. Leia-se, portanto: «um homem muito magro, que estava à espreita, disse: "está tudo muito caro."»

Relevo ainda nesta actualização para os verbos-suporte, o sujeito nulo subentendido, os substantivos colectivos, os gentílicos e o emprego do prefixo auto-.

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1. Defensores do novo Acordo Ortográfico argumentam que Portugal não é dono da língua e, se não acompanhar os outros países onde o português tem estatuto oficial, pode cair na velha atitude do  «orgulhosamente sós». Mas para outros, como Rui Ramos e Nuno Pacheco, a unificação ortográfica é continuar a ter estéreis sonhos imperiais — desta vez, em forma linguística. Evocando Kafka, Desidério Murcho não acredita na unidade por via legislativa, porque a força de uma língua reside na produção cultural das comunidades que a falam.

2. Entre os temas abordados nesta actualização, temos a divisão silábica, a sintaxe e o léxico.

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1. Continua o debate sobre o Acordo Ortográfico na comunicação social portuguesa, e nas Controvérsias mais dois textos se disponibilizam: Rui Tavares e José Cabrita Saraiva criticam o arraigamento de grafias como resistência à mudança.

2. Recordamos que Gilberto Gil recebe neste dia o título de doutor "honoris causa" pela Universidade Lusófona. É em Lisboa, no Auditório Agostinho da Silva da referida universidade.

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1. As Controvérsias incluem neste dia declarações de Francisco Seixas da Costa, embaixador de Portugal em Brasília, acerca do novo Acordo Ortográfico. Transcrevemos a seguinte passagem: «A sensação que tenho é que hoje se começa a perceber que a CPLP [Comunidade de Países de Língua Portuguesa] pode ser importante para a sua [do Brasil] afirmação externa, até porque tem uma agenda muito ambiciosa. Como não há nenhuma dimensão da afirmação externa de Portugal que seja conflitual com a do Brasil, devemos apostar na ambição dessa agenda externa.»

2. No Pelourinho, Ana Martins apela para alguma condescendência com o particípio passado ganho.

3. A Universidade Lusófona vai atribuir o doutoramento "honoris causa" a Gilberto Gil, cantor, compositor e actual  ministro da Cultura do Brasil. A cerimónia realizar-se-á no próximo dia 16 de Abril, pelas 19h30, no Auditório Agostinho da Silva da Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias, em Lisboa.

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Em O Nosso Idioma, Maria Regina Rocha torna a lembrar:

   — líder, com acento na primeira sílaba ( li-) e e aberto na segunda;

carácter e nunca "caracter", mas sempre caracteres e nunca "carácteres";

rubrica, com acento tónico na sílaba -bri-;

polvos, acordos com o fechado; coros e tijolos com o aberto.

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1. O jornalista Adelino Gomes chamou-lhe «choque de titãs»: foi o frente-a-frente entre o professor universitário Carlos Reis (pró-Acordo) e o escritor, poeta e tradutor Vasco Graça Moura (antiacordo), no passado dia 7 de Abril, no parlamento português. Dada a excelência das intervenções, divulgamos os respectivos textos à parte, aqui: Acordo Ortográfico: para além de Portugal vs. Acordo Ortográfico: a perspectiva do desastre.

2. O programa Língua de Todos, a transmitir sábado, 12 de Abril, pelas 9h30, na RDP África, vai ser dedicado às figuras de estilo e ao modismo colaborador. No domingo, 13 de Abril, às 17h00, na Antena 2, o Páginas de Português falará do livro SOS Língua Portuguesa, da autoria de Sandra Duarte Tavares e Sara de Almeida Leite (também consultoras do Ciberdúvidas), e do Encontro sobre Português como Língua não Materna, uma iniciativa da Associação Portuguesa de Linguística, neste momento a decorrer na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa.

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É de forma trivial e chã que se sugere a natureza dinâmica do gosto e da vida. Justamente para não ficarmos «enjoados como uma pescada», esta actualização oferece, além dos destaques, um leque de tópicos variados:

— atestação de palavras: envolvência;

— neologismos: politecnicalização;

mesóclise e contracção de pronomes: enviar-to-ei;

— transliteração de nomes russos: Dassaieve;

— pronúncia de nomes bíblicos: Eliezer.

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1. Depois do debate sobre o Acordo Ortográfico no parlamento de Portugal, divulgamos os ecos desse acontecimento na comunicação social portuguesa. Sobre o mesmo assunto, damos acesso à polémica entre Vasco Graça Moura e Vital Moreira e incluímos uma crónica de Rui Tavares publicada no jornal Público.

2. A insatisfação espreita duas respostas desta actualização: não encontramos elementos que expliquem claramente a origem do apelido Fatel; e há verbos como aspirar, assistir, obedecer e visar, de comportamento sintáctico desconcertante. Apesar disso, a língua sabe manter a sua coerência: percebe-se assim que lactante não é o mesmo que lactente; e descobre-se que alvorecer e alvorada derivam de alvor.
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1. Ana Martins reprova as "tropelias" ortográficas de certo discurso publicitário, a propósito de um jogo gráfico-semântico ("cênt.-se", a partir de «cêntimo» e «sente-se»). Também no Pelourinho, volta-se a lembrar que o pretérito imperfeito do indicativo do verbo entreter (= entre + ter) é «eu entretinha», «tu entretinhas», «ele entretinha», etc.

2. Nesta actualização, a tónica vai para a ortografia e para a atestação de palavras, mas avultam outros temas: o uso e o significado de sufixos (-ose, -ite, -mente) e a formação de diminutivos (livreco).

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1. Recordamos que é neste dia, 7 de Abril, que o parlamento português debate o novo Acordo Ortográfico, organizando para o efeito uma Conferência Internacional Parlamentar.

2. «É preciso uma ortografia comum para uma política internacional unitária», afirma José António Pinto Ribeiro, o ministro da Cultura português. Internacionalmente, o novo Acordo Ortográfico pode constituir uma vantagem, mas propor o português, por exemplo, para língua oficial das Nações Unidas terá custos financeiros enormes. Fernando Venâncio alerta para outro tipo de consequências: o acordo pode reforçar o fechamento do vocalismo do português europeu.

3. Nas Lusofonias, divulgamos um texto que denuncia o perigo da adesão ao ‘Acordo de Londres para aplicação do artigo 65 da Convenção da Patente Europeia’, o qual prevê que se deixe de exigir a tradução para português das patentes em vigor em Portugal.

3. É melhor não esquecer: offshore não tem hífen; judeu pode ser adjectivo como judaico; as variedades também são linguísticas; os verbos recíprocos só se usam no plural (abraçamo-nos); vice- é principalmente usado como prefixo.