No Grande Dicionário da Língua Portuguesa (Lisboa, Círculo de Leitores, 1991) de José Pedro Machado encontram-se as formas procne e progne. O verbete da primeira remete para o da segunda, cujas acepções confirmam a informação do consulente: «Progne, s. f. (do lat. ‘progne-‘). Poét. A andorinha. || A Primavera. || Zool. Genro (Progne Boie) de aves passeriformes da subordem das quelidonomorfas, família das Hirundiníneas, tribo das hirundiníneas, com sete espécies da América.» O Dicionário Houaiss Eletrônico da Língua Portuguesa, por seu lado, só regista progne e permite completar a história referida na pergunta: «antr[opónimo] gr[ego] de mulher Prókné, pelo lat[im.] Progne,es; segundo a mitologia greco-latina, Progne, irmã de Filomela, casou-se com Tereu, rei da Trácia. Este enamorou-se de Filomela e, depois de possuí-la, cortou-lhe a língua, isolando-a, em seguida, em lugar ermo. Ainda assim, Filomela conseguiu transmitir à irmã seu infortúnio, por meio de um bordado onde representou toda a violência de que fora vítima por parte de Tereu. Progne, para vingar-se, matou seu próprio filho, Ítis, e com suas carnes preparou um manjar que serviu a Tereu. Descobrindo a macabra trama de Progne, Tereu desembainha a espada para matar as irmãs; os deuses contudo intervêm, transformando Tereu numa poupa, Filomela em andorinha e Progne em rouxinol; isto, na versão grega do mito; na latina, Progne é transformada em andorinha, e Filomela em rouxinol. Nas Geórgicas de Virgílio, o voc[ábulo] ocorre já significando 'andorinha'.» Concluindo, os dicionários consultados preferem a forma progne a procne.