Co Adriaanse, o treinador holandês do Futebol Clube do Porto, surpreendeu tudo e todos neste domingo p. p. – a começar pelos jornalistas (portugueses) de quem ele se queixava de lhe deturparem frequentemente as declarações proferidas até aqui em inglês, antes e a seguir aos jogos –, expressando-se num português impecável tanto na pronúncia como, até, no vocabulário e na construção frásica de fazer inveja à grande maioria dos seus colegas… portugueses. Notável para quem só tem sete meses de Portugal – ainda por cima em contraste flagrante com a descortesia do seu compatriota do Benfica, Ronald Koeman, que continua a falar(-nos) como se estivesse ainda em Espanha.
Até por isso, Co Adriaanse merece que, ao menos com ele – e ao contrário do que acontece em relação ao outro holandês, para quem não há maneira de lhe pronunciarem bem o apelido na rádio e na televisão –, se tenha mais cuidado na prolação do nome. Se lhe perguntarem directamente, como mandam as regras nestes casos mais complicados de se dizer, ficarão a saber como eu fiquei: "Cou Adriánsse" 1.
1 Segundo elucidação do Prof. Fernando Venâncio, a quem recorri pelos seus conhecimentos do holandês, aquele o do nome Co deve soar como o ditongo ou ([ow]) do Norte de Portugal. Quanto ao apelido Adriaanse, os aa dobrados devem ser lidos como se fossem um a aberto, ao passo que o e final deve ler-se como o da palavra francesa "cause". Já para Ronald Koeman (conforme também os preciosos esclarecimentos suplementares do Prof. Oliveira Ramos, consulente do Ciberdúvidas) a pronúncia recomendada é "Ronalt Kúmane". Ou seja, com a letra d pronunciada como um t breve e não exageradamente pronunciado; o oe de Koeman como o som u (tal como nós chamamos ao rabo ou traseiro…) o a da última sílaba aberto e curto e n final não nasalado.