1. «Confesso-me aqui, nos lábios da sinceridade: gosto muito disso — acreditar no impossível das palavras, lhes maltratar no português delas, ser livre na boca das estórias e me deixar tar aqui, sentado dentro de mim, abismático.»
É uma curta passagem de Quantas Madrugadas Tem a Noite (2004), do angolano Ondjaki. Escritor, pintor, argumentista, Ondjaki é também co-autor de Oxalá Cresçam Pitangas (2006), um documentário sobre a cidade de Luanda. No programa Língua de Todos, falámos com ele a propósito de novos usos da língua portuguesa.
2. A atribuição do Prémio João Carreira Bom 2007 a João Bénard da Costa será o tema central do programa Páginas de Português, neste domingo, dia 8 de Junho, às 17 horas (hora de Portugal), na Antena 2.
3. Episódios do programa Cuidado com a Língua!, apresentado pelo actor Diogo Infante, na RTP, podem ser revistos na página do Instituto Camões, onde se disponibilizam outros recursos de apoio à aprendizagem do português.
1. Em Portugal, durante a Idade Média, o contacto com o árabe foi intenso, e o cultivo do hebraico, importante. Com a aventura dos Descobrimentos, são línguas alheias aos mundos europeu e mediterrânico que interagem com o português. É esta a temática da exposição Encontro do Português com as Línguas não Europeias: exposição de textos interlinguísticos, patente na Biblioteca Nacional de Portugal, em Lisboa, até ao próximo dia 29 de Agosto.
2. Desidério Murcho lança a provocação: «A suprema importância universal da língua portuguesa é uma treta.» E remata:«[Em Portugal] precisamos de melhor ensino, melhores políticos, melhor pensamento científico, filosófico e artístico. Nada disto se consegue enquanto continuarmos a tapar o sol com a peneira da ilusória pátria grandiosa da língua portuguesa.» É tempo de voltar?
1. Um semanário da região de Coimbra, o Independente de Cantanhede, adaptou-se à mudança, embora não concorde com ela: a sua última edição apresenta-se totalmente redigida segundo o novo Acordo Ortográfico.
2. Vai realizar-se nos dias 30 de Junho e 1 de Julho, na Escola Superior de Educação de Coimbra, o I Encontro Internacional do Ensino da Língua Portuguesa. Esta iniciativa visa reunir educadores, professores e investigadores e possibilitar uma reflexão sobre as questões e os estudos respeitantes ao ensino da língua materna e segunda língua nos ensinos pré-escolar e básico.
1. Isabel Pires de Lima acha que o Acordo Ortográfico deve ser revisto, por três ordens de razões, todas, no fundo, com implicações culturais.
2. Carlos Reis considera que se desenham condições políticas no Brasil e em Portugal para acabar com o défice de cidadania dos falantes de português e dar projecção à língua como causa comum: «A prioridade da concertação afirma-se tanto no eixo do ensino, tendo que ver com a articulação de esforços entre vários agentes, como no eixo da distribuição geográfica, implicando a conjugação de recursos, em cenários que o justifiquem.»
3. É notícia a atribuição do Prémio João Carreira Bom a João Bénard da Costa. Na cerimónia de entrega do galardão, realizada no dia 2 de Junho, foi lida uma mensagem do presidente do júri, Urbano Tavares Rodrigues; relevamos a seguinte passagem: «É um acto de justiça elementar premiar a inteligência e a beleza das (...) crónicas [de João Bénard da Costa] recheadas de memórias e de ideias, de múltiplos saberes e de estimulantes convenções.» Por seu turno, o presidente da Vodafone, a entidade patrocinadora deste prémio, António Carrapatoso, recordou o papel de João Bénard da Costa ao longo de cinquenta anos na vida cultural portuguesa.
1. Em Portugal, a par da movimentação em torno do novo Acordo Ortográfico, discute-se o reconhecimento político da expansão da língua portuguesa. Sempre crítico, Vasco Graça Moura fica pessimista com as conclusões preliminares de um estudo encomendado a Carlos Reis. Este, rejeitando leituras apressadas, diz ser moderamente optimista quanto à afirmação internacional do português.
2. No entretanto, a comunicação social portuguesa deixa escapar erros, e um festival lisboeta imita no nome a sintaxe inglesa.
3. Destaque para dois livros que vêm do Brasil: um desmonta os discursos oficiais e mediáticos sobre os acontecimentos de 11 de Setembro de 2001 nos Estados Unidos; outro ajuda-nos na variedade brasileira, sem precisarmos de «chorar as pitangas».
1. Vasco Graça Moura defende uma possível vigência do Acordo Ortográfico apenas após a ratificação por todos os países que o assinaram — caso contrário o aval do presidente da República de Portugal será apenas uma vitória com sabor a derrota.
2. O Prémio João Carreira Bom Crónica (2008), atribuído a João Bénard da Costa, será entregue na segunda-feira, dia 2 de Junho. A cerimónia decorre no auditório da sede da entidade patrocinadora, a Vodafone, em Lisboa, pelas 17h30.
1. A linguagem usada na Internet — informal, truncada e oralizante — representa um «novo e expansivo renascimento linguístico». É esta a conclusão de dois investigadores da Universidade de Toronto, Canadá.
2. O Campeonato Europeu de Futebol está de regresso — e com ele, mais algumas reflexões sobre o "futebolês".
3. Doravante, se o consulente quiser enviar uma mensagem de correio electónico para um diplomata português em Lisboa, Brasil ou Cabo Verde, por exemplo, não se admire se o enderço respectivo terminar em @foreignministry.pt. Lamentavelmente!
Cf. Entenda o ‘futebolês’, a linguagem do futebol + Entendendo o “futebolês”
1. Merece destaque, neste dia, o relance histórico, traçado por D. Ximenes Belo, bispo emérito de Díli, sobre o papel da Igreja da radicação da língua portuguesa em Díli, desde o séc. XVI até ao início do séc. XX. O Nobel da Paz deixa também anotadas as medidas urgentes a tomar para que o português não venha a ter uma representação irrelevante, face ao indonésio ou ao inglês.
2. Para quem se interessa por literatura medieval e etimologia, está disponível, em edição brasileira, o Dicionário de Português Medieval, de Joaquim Carvalho da Silva.
1. Na Catalunha, Espanha, cursos de língua portuguesa para fins específicos estão a ter uma significativa adesão por parte de jovens e adultos. O português pode vir a ser uma língua proeminente na comunidade multilingue de falantes que se pretende para a União Europeia, dado que é uma língua com mais-valia nas relações Europa-América Latina.
2. Para estancar a reprodução de um erro persistente, nada há como inventariar exemplos abundantes de construções em que esse erro possa ocorrer. É isso que faz Joaquim Vieira, provedor do leitor do Público.
3. Maria Regina Rocha dedica espaço alargado à análise dos aspectos mais controversos do Acordo Ortográfico:
1. Sabia que Luís António Verney, em 1746, já defendia a eliminação do H e das consoantes duplas mudas? Este é um dos aspectos invocados pelo Professor Fernando Cristóvão, num texto editado aqui em exclusivo, onde se mostra que a ortografia nada tem de «dogmaticamente divino» ou «intangível».
2. Entretanto, um estudo, encomendado pelo Ministério da Educação e pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros de Portugal, diagnostica falta de organização e consistência das medidas políticas de promoção da língua portuguesa adoptadas nas últimas décadas.
3. Se tem consciência de que o português tem palavras e expressões sem correspondência nas outras línguas, ainda que românicas, saiba também que essa característica não é exclusiva da nossa língua. Só um exemplo: para traduzir bigode para albanês, o tradutor tem 10 termos à escolha...
Este é um espaço de esclarecimento, informação, debate e promoção da língua portuguesa, numa perspetiva de afirmação dos valores culturais dos oito países de língua oficial portuguesa, fundado em 1997. Na diversidade de todos, o mesmo mar por onde navegamos e nos reconhecemos.
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